Arcade Fire: o primeiro single de cada álbum da banda

Arcade Fire
Foto: Anton Corbijn / Divulgação

Com 14 anos de estrada, o Arcade Fire já registra na conta cinco álbuns, sendo que o último deles foi lançado em julho deste ano. De seu doloroso e incrível funeral, ao toque bíblico, suburbano e dançante, eles chegam a era “Everything Now” com discos de peso, um Grammy e uma carreira de sucesso bastante consolidada. Mas será que os seus singles também souberam representar toda essa grandiosidade?

“Funeral” (2004)


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A opinião geral sobre o primeiro álbum do Arcade Fire é praticamente unânime: a banda criou além de um disco, uma obra de arte. Emergidos na dor e no luto, “Funeral” vai tratar não só da questão da morte, mas também do amor, crescer e outros assuntos que pesam na cabeça de qualquer um – e isso somado a genialidade de seus integrantes formaram o debut que fez a crítica levantar de sua cadeira e aplaudir de pé.

“Neighborhood #1 (Tunnels)” carrega não só o título de primeiro single, mas também a faixa que abre o disco e dá início a série de quatro músicas sobre essa a tal “vizinhança”. Aqui é bem característica a presença de diversos instrumentos tocados pelos integrantes do grupo: guitarra, baixo, bateria, violino e piano. E esses elementos aparecem nas outras músicas com uma maturidade e tanto – hora de maneira mais melódica, hora com uma potente energia elevada pelo destaque da voz de Win Butler e de Régine Chassagne.

Talvez “Tunnels” não seja a canção mais forte desse álbum, mas é um ótimo começo. E unida a outros singles, vai dos momentos mais pesados do passado a outros de positividade tornando “Funeral” um álbum completo do começo ao fim.

“Neon Bible” (2007)


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Três anos depois chegou a vez de “Black Mirror” dar início ao segundo álbum do Arcade Fire, “Neon Bible”. A faixa vem com um tom bem mais sombrio do que o anterior que os consagrou. Se antes a banda falava sobre algo interno – os sentimentos –, agora ela vem para tocar em algo externo e para o mundo.

Mas a pegada se estende por todo o disco que, assim como “Black Mirror”, possui canções mais densas, menos agitadas e introvertidas. Da guitarra e bateria, ao teclado e violino, a variedade de instrumentos que ganha o primeiro single também passa para as outras canções, que em alguns momentos pedem licença para a atmosfera criada para agitarem os seus ouvintes – sem, claro, perderem a sua intensidade. A bíblia do Arcade Fire ainda conta com mais três singles: “Keep the Car Running”, “Intervention” e “No Cars Go”, completando a tétrade de reflexão e crítica ao mundo através de suas letras e melodias.

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“The Suburbs” (2010)


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O Arcade Fire chega em 2010 com um single que leva o nome do álbum em seu título. “The Suburbs” perde o peso que as canções até aqui pareciam carregar – seja com o luto ou com os conflitos do planeta – e é tocada com mais leveza e total entrega ao indie rock. O destaque do baixo e do piano trazem aos ouvintes a sensação de que a vida pode ser encarada com leveza até com seus problemas.

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Toda a vibe positiva da música se espalha pelas outras 15 faixas, mesmo que em termos de letras elas ainda demonstrem um ar de superação de todo o período sombrio que seus dois primeiros discos destacavam. Ao final, “The Suburbs” enquanto álbum se mostra consistente desde o primeiro single com canções que se amarram entre si e nos levam às histórias do subúrbio apresentadas pela banda.

“Reflektor” (2013)


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Reflektor“, nome que batiza tanto o quarto álbum quanto o primeiro single do mesmo, vem pra mostrar a capacidade de Arcade Fire de pegar elementos diversos e reinventá-los mais uma vez. E é o que eles fazem nessa primeira música, sendo originais à lá anos 80. A faixa é dançante e dá início à balada disco da banda, que passa a deixar de lado um pouco do ritmo que tinha adquirido até o trabalho anterior – como os seus toques orquestrais.

Ao construir mais uma grande obra por excelência – mesmo que não a melhor de todas elas –, o grupo age de maneira diferente e dá a cada faixa a sua sensação de exclusividade, algo diferente do trabalho homogêneo anterior. Mas isso não é um defeito e até mesmo por isso ele é dividido em duas partes, sendo que essa segunda talvez precisasse de um single para chamar de seu.

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Fica claro que o primeiro single não reflete o álbum como um todo no quesito melodia, mas é a abertura dos dois atos criados pelo Arcade Fire: um extremamente dançante e outro mais sóbrio, mas ambos com seus próprios toques de nostalgia e reflexão.

“Everything Now” (2017)


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Depois de quatro anos do lançamento de “Reflektor”, era chegada a hora de bater o martelo: seria o Arcade Fire capaz de se reinventar mais uma vez de uma maneira incrível? Que eles fizeram algo diferente, não há dúvidas, mas ele se perdeu no meio do caminho. O primeiro single e faixa-título mistura elementos de David Bowie e ABBA e, apesar de não ter agradado todos os ouvidos, poderia ter sido o pontapé de um grande trabalho.

Porém, no decorrer das faixas, somo apresentados um som mais genérico – um estranhamento para que já está acostumado com os trabalhos do grupo. “Everything Now” enquanto álbum peca pelo excesso – uma tentativa de unir vários ritmos que foi trabalhada de uma maneira bem diferente dos anteriores. Mas aqui a vibe oitentista, o synthpop e até a pitada de reggae não ornaram como um todo. É o direito que qualquer banda tem de experimentar algo, mas para os fãs que sentiam fome por um quinto grandioso álbum, ele não chega nem perto do banquete servido nos últimos anos.

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Aliás, o Arcade Fire tem duas apresentações marcadas no Brasil em dezembro. Todas as informações você pode conferir aqui.

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Maria Mazza
Maria Mazza
Formada em jornalismo, considera a música uma de suas melhores amigas e poderia facilmente viver em todos os festivais. Bandas preferidas? McFLY e Queens of the Stone Age.