Darvin – 05/03/2008

As primeiras músicas do repertório eram todas em inglês. Na hora de compor, tinham o hábito de cantarolar a melodia que vinha na cabeça, acompanhada de qualquer letra sem nexo nenhum, um ‘grugrumiro’ que lembrava vagamente a língua inglesa. Depois era só botar a letra definitiva. No segundo semestre de 1999, o Darvin criou sua primeira música em português chamada ‘Noite no Cais’.No final de 2000, eles gravaram um CD demonstrativo totalmente independente que inesperadamente vendeu 600 cópias em quatro meses. Ia sendo divulgado de amigo pra amigo, pela internet e principalmente, no boca-a-boca. Eles faziam a cópia em casa e recortavam os encartes à mão, conforme a demanda. O disquinho teve tanta repercussão com o público que foi parar em algumas rádios do Rio (sem que os meninos soubessem!) e ‘Noite no Cais’ chegou a ser campeã de um programa de rádio voltado para o segmento independente. Mas apesar do esforço, cresciam as obrigações como faculdade e trabalho, conforme íam envelhecendo. O Darvin ainda existia, mas pararam de tocar por quase um ano.Mas em 2003, mais amadurecidos musicalmente os meninos voltaram pro estúdio e gravaram algumas musicas novas. Então, investiram todas as economias e esforços pra gravar um novo disco, que chamamos ‘Pra Ontem’, e ele foi lançado em 2005. Eles divulgaram e disponibilizaram quatro músicas inéditas pra galera. A resposta foi a melhor possível: venda de mais de 3 mil discos, em poucos meses, e muitos shows!!! E assim foram levando a vida durante um ano inteiro, tentando levar felicidade em cada cantinho que eles passavam, e recebendo carinho de muita gente também!Em 2006, entraram em estúdio novamente pra preparar mais um álbum – dessa vez com qualidade primorosa, Optaram por gravar uma espécie de coleção das músicas antigas mais apreciadas pela galera, já que muitas vezes as gravações velhas não renderam o que os meninos esperavam, seja por falta de grana ou tempo. Mas é claro que em respeito pela galera tínhamos que oferecer material novo, e assim, entraram também algumas músicas inéditas. De lá pra cá, a mídia passou a se interessar pelo trabalho deles e com ajuda de amigos e admiradores, que ligaram, votaram, pediram, e encheram o saco dos veículos de comunicação de massa, eles conseguiram atingir algumas rádios de grande porte e emissoras de televisão!

• De onde Surgiu o nome “Darvin”?

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O nome é por causa de um gatinho da tia do Thiago que ele matou acidentalmente na infância. Por isso que o gato é nosso “mascote”. Uma homenagem póstuma (rs).

• Como vocês se conheceram? Quem teve a idéia de montar uma banda, e quando foi isso?

Em 1997 André e Rah tinham uma banda (Retrovírus) meio grunge/alternativo na linha do Nirvana. O Thiago era fã da banda e os chamou pra tocar um lance mais melódico. Ele tinha acabado de conhecer Blink182, MxPx, NOFX, Less Than Jake, e toda uma leva de bandas californianas (ou não) que tavam bombando na época. Surgiu então o Darvin. Eu (Dudi) entrei pra banda em 2002, estamos nessa formação até hoje e espero que não mude nunca!

• Quais são suas influências, e como classificariam o estilo de música que vocês fazem?

Além das bandas que já citei, outras como Millencolin e Green Day, foram bandas que nos deram vontade de ter banda. Mas nossas influências vão muito além de Punkrock/Hardcore e Pop/Punk, principalmente hoje em dia que, ainda existem boas bandas, mas é um tipo de som que está completamente desgastado na gringa e no Brasil. Nós sempre ouviumos de tudo, Thiago é metaleiro e fã de hip-hop. André adora musica eletrônica com barulhismos. Tudo isso certamente contribui pro nosso som.

Nos classificar tá difícil, primeiro porque “pop/punk” já está ultrapassado. Segundo que eu sou de uma geração anterior à essa que chama tudo de “emo”, nunca entendi essa merda nem nunca gostei. Então deixa o rótulo de “rock” que tá bom.

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• O Darvin tem músicas animadas e com letras bem trabalhadas, como é o processo de criação das músicas, existe um integrante responsável por isso ou vocês fazem juntos?

Primeiramente o Thiago chega com uma composição (melodia e letra) mais ou menos pronta no violão. Depois disso a banda vai fazendo os arranjos, acrescentando os detalhes, “quebradas”, convenções e harmonias. Não é comum a gente modificar alguma melodia ou letra do Thiago.

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• Existe alguma música que vocês mais sentem orgulho de terem criado?

Ah, que pergunta difícil! Cada dia eu prefiro uma música (rs)! Mas acho que “Doha”, “Apague a Luz”, “Flashes” e “Até o Amanhecer” são minhas preferidas.

• Como foi que vocês perceberam que estavam conhecidos?

Isso vai acontecendo naturalmente… Já temos 10 anos de banda, a coisa foi sendo construída, não acontece de uma hora pra outra. A banda foi crescendo e em 2004, 2005 quando começamos a rodar o Brasil todo fazendo muitos shows e lançamos nosso segundo disco “Pra Ontem”, fomos ganhando mais notoriedade.

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• Qual é a sensação de estar em um palco tocando músicas próprias e todo mundo cantar junto?

É muito bom né. Pessoas que conheceram o Darvin provavelmente pela internet, saem de casa pra ver nosso show e ainda sabem cantar todas as músicas! Nos dá muito orgulho porque tirando o Rah, não tem ninguém muito lindo no Darvin (rs), nunca tivemos o visual “style” com cabelo arrumadinho, nosso show não tem luzes de neon nem nada disso. É só a banda tocando mesmo, sempre fomos assim. Aliás justamente por isso nosso show tem sempre algo diferente, uma piadinha escrota, um solo doidão, uma intervenção engraçada… Então eu acho que se as pessoas gostam da gente é por causa da nossa música mesmo e isso nos enche de orgulho.

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• Pra vocês, nos shows, qual é o melhor momento?

Difícil dizer também, cada show é diferente. Mas na hora de “apague a luz” é sempre muito lindo, é um dos momentos de maior interação com o público.

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• O Darvin já fez algum show que vocês considerariam o melhor até hoje? O que teve de diferente nele?

Tem vários shows que foram “o melhor show” (rs)! Cabo Frio rock, em janeiro de 2006, pra 15mil pessoas, com várias bandas amigas e um público maravilhoso. O ABC ProHC 9 e Rio Rock Tour IV foram fodassos, abrir pro Millencolin foi uma emoção absurda… Mas não só shows grandes. Teve um em setembro de 2007 em Lençóis Paulista, num lugar feio, pequeno, calorento e com som péssimo, mas foi um dos shows mais insanos da história do Darvin. Poucas vezes vimos um público tão animado e louco. Assim que a gente gosta!

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• E os fãs, o que vocês sentem que eles esperam de suas músicas?

Acho que o fã sempre espera que uma banda seja sincera. Se as músicas mudaram, ou se a banda agora está desse ou daquele jeito, tudo o que você fizer tem que ser de coração e com sinceridade. As vezes você pode dar um direcionamento na sua carreira musical que certas pessoas não vão curtir, mas se você faz aquilo de corpo e alma, faz porque ama, no mínimo vão te respeitar.

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• Existe algum projeto novo pra esse ano? Tem previsão de lançamento? Vocês poderiam contam um pouco desse projeto pra gente.

Vamos lançar nosso quarto trabalho em breve! Estava marcado pra abril, mas vai demorar mais um pouquinho e sair em maio. Podemos adiantar que o disco será inteiramente disponibilizado na internet de graça, mas quem quiser comprar também vai poder. Estamos com composições mais diferentes, umas bem rápidas e pesadas como nunca tínhamos feito, e também musicas calmas e etéreas com violões e teclados. Além disso nosso produtor Conrado D’avila é um verdadeiro mestre em efeitos, sintetizadores e sons eletrônicos, e essas novas sonoridades estão muito presentes em várias músicas.

• Existe algum tipo de rivalidade entre as bandas desse estilo?

Não de nossa parte e nunca percebi isso de outras bandas. Existe amizade, afinal estamos sempre fazendo shows juntos por aí. Um dia estamos tocando com o Granada em Cabo Frio, no dia seguinte com o Fresno e Forfun em Curitiba, e no outro tá todo mundo junto no Rio Rock Tour… Todo mundo sempre se encontra e se gosta.

• Vocês poderiam dar uma dica para as bandas que estão começando?

Hoje em dia existe MUITA banda, e isso tem seu lado ruim… Então faça tudo de coração e com sinceridade.

• Deixe um recado para a rádio Nação da Música e os fãs da banda.

Obrigado pelo espaço galera! Sucesso pra vocês também! Obrigado aos nossos fãs que estão sempre do nosso lado nos apoiando e dando força, vocês sabem o quanto são importantes! Super-beijo, valeu!

Entrevista por: Bruna Lovelly
05/03/2008
entrevistado: DUDU
www.nacaodamusica.com.br

Redação
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A redação é comandada por Rafael Strabelli, Editor Chefe e Fundador da Nação da Música, que existe desde 2006. O site possuí mais de 20mil publicações entre notícias, shows, entrevistas, coberturas, resenhas, videoclipes e muito conteúdo exclusivo.