A banda britânica Enter Shikari irá lançar o álbum inédito “A Kiss For The Whole World” no próximo dia 21 de abril, nas plataformas digitais. O trabalho é sucessor de “Nothing Is True & Everything Is Possible”, que foi divulgado no início da pandemia, em abril de 2020.
Para divulgar o disco, o grupo já liberou os singles “(pls) set me on fire”, “It Hurts” e “Bloodshot”. A Nação da Música teve a oportunidade de entrevistar o vocalista Rou Reynolds para saber sobre o processo criativo do novo álbum, dos singles lançados e também sobre a possibilidade de turnê pelo Brasil.
Entrevista por Marina Moia.
—————————————— Leia a íntegra:
O seu álbum mais recente, “Nothing Is True & Everything Is Possible”, foi lançado no começo da pandemia. E agora, alguns anos depois, a banda está lançando um novo disco chamado “A Kiss For The Whole World”. Tudo mudou desde então, obviamente, e eu gostaria de saber se o estado do mundo influenciou a escrita deste álbum…
Rou Reynolds: Bom, eu me encontrei num estado em que não conseguia escrever música alguma durante a pandemia. Eu escrevo música quase todos os dias desde que eu tenho 10 anos de idade, então isso foi um choque. Desde então, eu percebi que um dos motivos era o fato de não estarmos fazendo shows ao vivo. Os shows me dão um sentimento forte de propósito e conexão humana, eles alimentam a minha criatividade.
Depois de um ano e meio, felizmente nós voltamos a fazer shows novamente e, consequentemente, eu me senti capaz de compor novamente. Isso foi um grande alívio! E, portanto, a música que eu estava escrevendo era cheia de positividade e energia.
Eu fiquei sabendo que o single “It Hurts” foi inspirado num sonho que você teve, o que é bem doido e incrível. Pode nos contar mais sobre esta música e o processo por trás dela, depois que você acordou?
Rou Reynolds: Eu já ouvi falar de outros compositores acordando com música na cabeça, mas isso nunca tinha acontecido comigo antes de “It Hurts”. Eu basicamente acordei depois de um sonho ansioso por volta das 4 da manhã uma noite. A música que estava tocando no meu sonho ainda estava na minha cabeça. Literalmente, a melodia do refrão principal e até mesmo a letra. Eu presumi que já era uma música, mas que eu não conseguia descobrir qual era, então eu cantei no meu telefone e voltei a dormir. De manhã, eu ainda não a reconhecia como uma música que já havia sido feita, então eu passei o dia a desenvolvendo.
Seu mais novo single, “Bloodshot”, foi lançado recentemente e é muito poderoso! O que te inspirou a escrever esta música? Como foi o processo criativo dela?
Rou Reynolds: Obrigado. Eu queria escrever uma música sobre o quão tribal a gente se tornou. As mídias sociais, especialmente, nos deixaram tão divididos com nossa capacidade de comunidade diminuindo calmamente todos os dias. É tão difícil encontrar a verdade agora e nós somos todos tão manipulados por nossas bolhas que é como estivéssemos sendo hipnotizados para odiar. Foi uma música divertida de fazer porque cada uma é texturalmente diferente. Foi gravada numa pequena casa de fazenda em ruínas no meio do nada, na costa sul da Inglaterra. Era fora de área então, assim como o restante do álbum, foi gravado com energia solar.
O videoclipe de “(pls) set me on fire” foi filmado em uma tomada, o que é muito difícil. Por que você decidiu fazer o vídeo desta maneira e o que inspirou você a criá-lo?
Rou Reynolds: Eu queria fazer um vídeo que fosse mais focado na nossa performance do que qualquer outra coisa. Os clipes hoje em dia são cheios de produção e edições rápidas para fazer com que tudo pareça empolgante. Mas, na verdade, um vídeo minimalista que se apoia na performance pode ser tão cativante quanto.
Podemos esperar shows no Brasil em breve? Vocês recebem muitas mensagens dos fãs brasileiros?
Rou Reynolds: Estamos trabalhando nisso e estamos chegando perto! Finalmente! Nós sabemos que muitas pessoas querem nos ver há muitos e muitos anos! E com certeza nós queremos ir até o Brasil também!
Gostaria de mandar uma mensagem aos fãs brasileiros?
Rou Reynolds: Nós apreciamos vocês! E vamos nos conhecer. Logo. Obrigado pela paciência!
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