Entrevistamos Lauren Mayberry, do CHVRCHES, sobre “Over” e vinda ao Brasil

CHVRCHES
Foto: Jess Gleeson/ Divulgação

O ano de 2023 mal começou, mas já se mostrou bastante especial para a banda CHVRCHES. Não apenas por conta dos 10 anos de carreira que completam, mas também porque nessa sexta-feira (10) o trio escocês chega ao Brasil pela primeira vez e em grande estilo como atração de abertura da série de shows que o Coldplay vai fazer no país.

A vocalista da banda, Lauren Mayberry, conversou com a Nação da Música sobre as expectativas para a vinda ao Brasil e para abrir os shows do Coldplay, além do lançamento de “Over” no mês passado, primeiro single inédito do CHVRCHES desde o álbum “Screen Violence” (2021).

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Entrevista por Natália Barão

————————————– Leia a entrevista na íntegra:
Oi, Lauren!
Lauren Mayberry: Oi! Nossa, adorei o seu cabelo! O azul é tão legal!

Ah, obrigada! Eu gostei do seu cabelo também, gostei da franja!
Lauren Mayberry: Obrigada! Eu acabei de lavar. Tinha feito exercícios antes da entrevista e estava meio bagunçada antes de eu aparecer. Tentei secar rapidamente, então obrigada!

(risos) Você está ótima! Como você está?
Lauren Mayberry: Eu estou bem, obrigada! Hm, o que eu estou fazendo? Estou fazendo algumas entrevistas por telefone, meus gatos estão meio bravos do outro lado do quarto porque está perto da hora do almoço. Então tem sido um bom dia!

Me parece um bom dia mesmo! Bem, podemos começar?
Lauren Mayberry: Sim, por favor!

O CHVRCHES está vindo ao Brasil agora em março, e acho que essa é a primeira vez de vocês no nosso país, certo? Como você está se sentindo? Quais são suas expectativas?
Lauren Mayberry: Nós estamos muito animados! Estamos tentando há anos trabalhar para levar uma turnê no Brasil, mas nunca conseguimos fazer acontecer. Então estamos muito animados de finalmente poder ir, e incrivelmente gratos ao Coldplay por nos convidar para esses shows, porque são muitos. São muitos shows e muitas pessoas. Estou levemente nervosa (risos), mas no geral muito animada. E vamos fazer alguns shows solo também, então graças à variação dessas duas coisas vai ser muito legal.

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Você mencionou os shows da turnê do Coldplay que vocês vão abrir, como rolou essa oportunidade?
Lauren Mayberry: Eu queria que tivesse uma história melhor por trás, mas nós só recebemos um e-mail. Quando o e-mail chegou nós ficamos tipo, isso é alguma pegadinha? (risos) Não estou entendendo, por que eles nos enganariam desse jeito? (risos). Só ouvi coisas maravilhosas sobre a banda e sobre os fãs brasileiros também, então estou muito animada para ver e acho que toda noite depois que eu terminar o meu trabalho vou ver as pessoas curtirem muito o show do Coldplay, e acho que poder dizer isso é incrível, sabe? Estamos muito animados com isso, eu só os vi num festival, nunca um show solo, então acho que a essa altura é uma grande aula sobre como comandar um estádio. Estou animada para assisti-los como fã.

Eu imagino! No ano passado eles vieram aqui pro Brasil e tocaram no Rock in Rio. Eu não os vi, mas todos dizem que foi um dos melhores shows e um dos mais cheios!
Lauren Mayberry: Uau!

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Na semana passada vocês lançaram “Over”, primeiro single novo desde o álbum “Screen Violence”, e que foi produzido há um tempo atrás com o produtor Oscar Holter, certo? Por que vocês decidiram lançar essa faixa agora, nesse momento?
Lauren Mayberry: Bem, nós trabalhamos intermitentemente nessa música, e tiveram algumas versões diferentes, mas a que terminamos não se encaixava muito no conceito de horror que colocamos no “Screen Violence”. Então ficamos tipo, vamos dar uma segurada. Normalmente nós coletamos músicas durante os meses e anos que vão passando e colocamos num álbum, mas nesse momento não estamos trabalhando em um, então ficamos tipo, o que vamos fazer? Parecia estranho só ficar segurando a música por um tempo indeterminado e não compartilhá-la com as pessoas. Então “Over” é uma espécie de mini era entre “Screen Violence” e o que quer que vamos acabar fazendo para a próxima era. E eu sei que nós com certeza vamos fazer um quinto álbum, nós só não sabemos o que vai ser e quando vai acontecer. Então por ora uma música é tudo que podemos mostrar, mas estamos muito animados com isso e as pessoas têm sido muito gentis sobre isso. Então, esperançosamente as pessoas estão curtindo a música.

Sim, com certeza! Eu achei a batida um pouco mais animada em comparação com as faixas do “Screen Violence”, e eu até ia comentar que eu achei muito simbólico que a última faixa da versão deluxe se chama “Bitter End”, e fala sobre a esperança de fugir dos tempos difíceis enquanto crescemos, pelo menos na minha percepção. Na sua opinião, “Over” meio que seria a realização desse sentimento, “deixando pra trás” os temas mais sombrios e obscuros que falavam as faixas do “Screen Violence”?
Lauren Mayberry: Oh, eu gosto dessa interpretação! Queria poder dizer que foi isso que eu tentei fazer, mas não sei. Eu escrevi muitas letras pra essa música, haviam tipo, cinco versões diferentes. Mas essa que eu fiz acho que pode ser considerada um epílogo, tipo um capítulo depois de todas as coisas pesadas pelas quais passamos. Não sei, acho que sou uma escritora muito melhor num espaço mais sombrio e assustador. Então acho que os momentos mais pop sempre são um desafio pra mim. Tenho sorte que a banda sempre foi sobre equilibrar a luz e a escuridão, e nós meio que variamos nesses dois estados. Então acho que pra mim “Over” é provavelmente uma música sobre resistência e só querer fugir de coisas que sugaram muito da sua alma.

Você mencionou que esse poderia ser um epílogo, um próximo capítulo, e essa é uma das partes da letra de “How Not To Drown”, em parceria com o Robert Smith, do The Cure. “Over” poderia talvez ser esse “capítulo sobre como ficar consciente enquanto você se afoga”?
Lauren Mayberry: Gostei disso. Sim, poderia ser! Sei lá, espero que o qualquer que seja o próximo capítulo, que seja mais… nem mais otimista, mas que tenha uma resolução melhor pra isso. Acho que “Over” ainda está nesse meio termo em termos de letra em que você acha que ainda está se agarrando a essas coisas quando na verdade você só quer que te deem a merda de um tempo! (risos). Então espero que o próximo “capítulo sobre o que fazer depois que eles te desenterram”, quando ele eventualmente chegar, espero que seja mais profundo, realizado e certeiro. Acho que ainda há muitas incertezas sobre a era “over.

Hm, interessante. E agora em 2023 o CHVRCHES completa 10 anos de carreira! Há algum projeto ou plano para comemorar esse marco?
Lauren Mayberry: No momento nós estamos procurando em cada um dos nosso hard drives pra ver se há algum artefato dessa época, sejam as primeiras versões das músicas, ou fotos e vídeos. Nós definitivamente queremos marcar essa data de alguma forma e com alguma coisa. Ainda não tenho certeza do que pode ser, mas definitivamente é um momento interessante pra refletir sobre onde estamos e quanto somos sortudos de ter todas essas experiências, porque em alguns sentidos, eu não acredito que se passaram 10 anos, mas em outros definitivamente parece que sim. Então acho legal ter um lembrete de só parar, apreciar e refletir sobre tudo isso, porque acho que na maior parte do tempo nós só estamos seguindo em frente, e isso é ótimo! Você não quer viver no passado, mas às vezes é legal apreciá-lo devidamente pelo que foi e como te levou até onde você está, se é que isso faz algum sentido…

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Não, eu acho que faz sim! Sobre os shows no Brasil, podemos esperar então algumas das músicas antigas? Alguma participação especial ou algo do gênero?
Lauren Mayberry: Acho que esperançosamente temos um bom mix de todas as nossas diferentes eras, e nossa esperança é que nós possamos nos esgueirar nos ensaios pra aprender a tocar “Over” nesses shows, porque nunca tocamos essa música ao vivo. Nós nos intimamos a isso pro clipe, mas na verdade nunca tocamos ela ao vivo. Então se todos nós pudermos treinar em casa, talvez tenhamos pronta até lá. E é isso, estou majoritariamente animada pra ir e tocar no Brasil depois de todos esses anos tentando! Nós realmente mal podemos esperar!

Você conhece algum artista ou banda brasileira?
Lauren Mayberry: Bem, acho que o meu cérebro está preso no e-mail que a minha amiga me mandou de manhã sobre todos os lugares pra comer aí. Ela também é música e estava em turnê ano passado, então ela marcou todos esses lugares que me mandou. Minha cabeça está cheia de recomendações de comida brasileira nesse momento (risos). A música, a comida, a cultura, qualquer recomendação que você tiver será muito bem vinda.

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Bem, eu moro em São Paulo, e há vários pontos turísticos para se visitar aqui. Não temos tantas praias na capital, e estamos passando por um momento difícil onde temos… mas há várias coisas legais pra se fazer aqui! É uma cidade muito cultural, na minha opinião.
Lauren Mayberry: É, foi o que a minha amiga disse. Ela disse que tinha muitas coisas pra fazer, que aí é um lugar incrível e vibrante. Então estou animada!

Que bom! Bem Lauren, obrigada pelo seu tempo! Adorei a nossa conversa e espero que você e o restante da banda aproveitem aqui no Brasil!
Lauren Mayberry: Obrigada você! E sim, tenho certeza que vamos!

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Natália Barão
Natália Barão
Jornalista, apaixonada por música, escorpiana, meio bossa nova e rock'n'roll com aquele je ne sais quoi