Entrevistamos Terno Rei sobre o álbum “Gêmeos”, Lollapalooza e turnê

Terno Rei
Foto: Fernando Mendes / Divulgação

Intitulado “Gêmeos”, o quarto álbum de estúdio da banda paulista Terno Rei chegou ao público recentemente e está composto por doze faixas, incluindo os singles “Aviões”, “Difícil” e “Dias da Juventude”, que já haviam sido previamente lançados.

Além da divulgação do disco, o mês de março também marca a volta do grupo aos palcos, que se apresenta no Lollapalooza Brasil no dia 26, e em seguida começa um turnê nacional que a princípio irá passar por nove estados.

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Para conversar sobre o novo trabalho, sobre as influências artísticas e sobre a volta às atividades, os integrantes Ale Sater, Bruno Paschoal, Greg Maya e Luis Cardoso conversaram com a Nação da Música, via Zoom, e deram alguns detalhes do material.

Entrevista por Katielly Valadão.
——————————— Leia a íntegra:
2022 já começou bem cheio para vocês, né?! Tem disco novo chegando, vai ter Lollapalooza, turnê… como estão as emoções de vocês com tanta coisa boa acontecendo ao mesmo tempo depois desses dois anos em que o setor cultural sofreu tanto tempo parado?
Bruno: Os meninos estão quase tendo um AVC aí! [risos]
Ale: Pronto! [risos] pronto, respondeu. Muita ansiedade, né? Essa espera longa, tanto pelo disco como pela pandemia, tá transbordando na gente a ansiedade para trocar, pra lançar as coisas e fazer tudo sair.
Luis: Muita coisa para fazer, muita decisão em cima da hora e agora falta um dia para tocar o disco que a gente está marinando há sei lá quanto tempo, matutando há um ano e meio, então a gente está bem animado de soltar e enfim, a gente vai ter outros desafios quando ele estiver no mundo. Agora a gente está no pré-lançamento, tem um monte de coisa para fazer, estamos cuidando de vídeo, de enfim, um monte de assuntos né… e ansiosas para tirar isso da frente e cuidar dos próximos assuntos que são fazer a turnê, gravar clipe novo mais pra frente, divulgar… e aproveitar um pouco o que a gente parou de fazer em 2019, que são os shows, que era a parte mais legal de estar na estrada, encontrar as pessoas e olhar no olho elas cantando, acho que é uma das partes mais legais. Então a gente está bem empolgado.

Então vamos começar falando do álbum que já está quase chegando ao mundo. Por que o nome é “Gêmeos” e qual é o conceito por trás de todo esse novo trabalho de vocês?
Ale: Bom, tem um tema que circunda algumas das músicas do disco que é esse negócio da amizade e da nostalgia, que eu gosto de falar que é aquele melhor amigo que você tinha com 16, 17 anos, pra quem você contava tudo e se sentia extremamente confortável e é uma coisa que vai mudando ao longo do tempo, né? E é por isso que é nostálgico. Então acho que a primeira coisa do conceito vem daí, sabe? Dessa coisa da amizade e da nostalgia. Acho que outro é porque a gente já está há muito tempo juntos, quase 12 anos, então a gente também se sente dessa forma, do jeito de olhar um para o outro e saber o que está rolando, ter esse conhecimento profundo um do outro.

E também tem o lance do próprio signo, que é um signo um pouco controverso [risos], tem gente que não gosta e o nome é bonito, a grafia é bonita, a estética, então esse é um pouco do conceito do nome. E aí do disco, falando de sonoridades, acho que no final das contas é um disco que a gente muda um pouco em relação ao último, a gente continua com a melancolia da voz, as mãos leves na bateria e na guitarra, o baixo também está lá, mas também tem um outro lado do disco um pouco mais ousado, que faz mais distorção, traz uma bateria mais presente na mix do disco, que são refrões mais chicletes, às vezes um pouco menos profundos, então ele traz esses dois lados da banda. Um lado que é DNA, e esse que também é DNA, mas que nunca foi explorado, que nunca saiu impresso nas músicas.

Então, explicando assim, acho que seria um disco até mais pop que o último e eu poderia dizer também mais experimental porque é uma produção que tá bem cheia. Se a gente compara com o último, “Violeta”, e ouve as músicas, elas são bem mais minimalistas, mais diretas. Esse disco tem bastante coisa, tem violão, tem bastante guitarra, tem percussão, tem sax, tem fio de cordas, tem muitas vozes e tal, então é um disco bem cheio de produção e com muita experimentação.

Em relação ao signo controverso, eu também sou geminiana, então amei! [risos]
Ale: [risos] mas tem esse lance, né? Tem esse lance do signo de Gêmeos. O Greg também é geminiano, sempre ouço a galera falando ‘ah, é geminiano’.
Greg: É relacionamentos que eles não gostam! [risos]

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Somos muito odiados por aí, eu entendo! [risos] E bom, vocês adiantaram alguns singles, que são “Aviões”, “Difícil” e “Dias da Juventude”. Tem alguma razão em especial para vocês terem escolhido começar a divulgação com essas músicas? Como vocês diriam que elas refletem no resto do álbum, tanto no sentido sonoro como também no sentido das composições?
Greg: A gente escolheu… Quer falar, Luis?
Luis: Não, não, manda brasa!
Greg: A gente escolheu essas músicas por achar… “Dias da Juventude” por achar que ela era forte mesmo pra single. A gente tinha uma ideia de clipe boa pra ela também, então acho que essa primeira junção fez com que ela fosse single. “Difícil” a gente também acha bem boa e nós quisemos mostrar três facetas do disco nesses três singles, que é: “Anos da Juventude” é algo mais anos 2000, “Difícil” é uma coisa mais rock, mas tem bastante Synth, então essa lado de Synthpop e “Aviões” esse lado mais acústico, calmo com violão, uma coisa mais… então a gente escolheu esses três para mostrar que o disco tem esses três caminhos.

E ainda dentro desse tópico, como acontece o processo de composição entre vocês? É algo que normalmente todos participam? Como flui?
Ale: É, todos participam. A gente faz as músicas juntos. Acho que a primeira parte, a parte de letra, melodia, a primeira ideia eu acabo trazendo mais, mas aí a música pode ter umas fases muito diferentes na hora que a banda bota a mão e até depois, quando a gente tem produtores que ajudam. Tem até a música “Sorte Ainda”, é uma música que mudou bastante, sabe? A gente tinha uma versão dela na banda que era pós-punk e ela acabou ficando um synthpop bem pesadão, então os produtores também tem papel nessa construção da faixa.

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“Violeta” foi lançado em 2019, justamente um ano antes da pandemia começar, então como foi trabalhar em um projeto novo durante esse período em que muita coisa teve que ser reinventada de certa forma?
Bruno: Pra gente, na verdade, a gente já estava quase surtando de turnê, já que estávamos fazendo turnê do “Violeta” há um ano e quando entrou a pandemia, a gente tinha show marcado até novembro e caiu tudo. Mas então falando de uma maneira… não leve a mal, mas no final das contas a pandemia acabou sendo boa pra gente conseguir parar e fazer um disco novo, senão a gente não teria conseguido parar e fazer as músicas. A gente com certeza não iria ter o disco. Então assim, olhando por essa óptica, foi uma coisa que ajudou a gente a acelerar esse processo, porque senão… a gente já estava surrado da estrada, então assim, esse quesito foi bom.

E aí teve toda a parte da pandemia, a questão das emoções, da nostalgia que acabaram ficando mais afloradas, muito tempo em casa, o tempo inteiro. Então você acaba ficando mais sentimental mesmo e acho que isso impacta na criação das músicas. Então acho que foi mais ou menos por aí que navegou.

Vocês vão sair em turnê muito em breve e a princípio vão passar por nove estados, o que é um grande privilégio após todo esse tempo com shows parados ao redor do mundo, né?! Então aproveitando o gancho da última resposta, como vocês lidaram nesses últimos dois anos com a distância do palco, do público, dos fãs e qual é a expectativa em vésperas de cair na estrada novamente?
Bruno: Pô, a gente lidou… Fala aí, Ale. Fala aí.
Ale: Ah, foi ruim, foi meio merda, passou tanto tempo, né? Quando começou a pandemia a gente achava que seria coisa de três meses, depois de seis, e quando viu, foram dois anos! Agora que dá pra sentir que tá realmente acabando, então teve um momento ali que eu meio que esqueci como era, sabe? Eu esqueci como era estar no palco, fazer show para tantas pessoas e aquilo me entristecia. Não me entristecia somente o fato de não poder fazer, me entristecia que tinha tanto tempo que eu não fazia que eu estava esquecendo a sensação. Tipo, quase um desaprender.

Então, dado esse fato, poder voltar, como você falou, é um puta privilégio, a gente poder tocar nesses lugares é um sonho que a gente quer agarrar! Quer agarrar e fazer shows bonitos, entregar bonito pra galera, o nervosismo dos primeiros shows vai ser legal, dar aquela tremidinha [risos] mas é isso, a expectativa é das melhores, sabe? De fazer coisa boa, de fazer música boa, de fazer show e entregar um entretenimento e uma arte legal para as pessoas que forem aos shows.

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Por falar em show, já tem algumas músicas desse novo material que vocês estão mais ansiosos pra tocar ao vivo, pra ver a reação da galera e que também estão falando mais com vocês?
Bruno: A gente ainda tá meio que aprendendo a tocar o disco novo, entendendo como vai funcionar ao vivo, estamos montando o show novo, mas pô, tem umas músicas que já estão soando bem. “Brutal”, “Isabella”, “Dias da Juventude” funciona bem ao vivo, “Difícil” também…
Ale: “Brutal” saiu na liderança nesse comecinho.
Luis: E tá legal porque está uma parada orgânica, tem umas dobras boas, a gente está produzindo as músicas de novo. Uma coisa é você gravar com milhares de camadas e a outra coisa é você tocar. Você tem que escolher qual instrumento vai usar, o que vai acontecer, então está ficando um lance bem legal e a gente está dando o máximo para preparar um show foda, que na verdade é o que eu acho que a gente mais tem a oferecer além do disco gravado, é apresentar um show foda, então estamos trabalhando nisso. Vai rolar! Vai rolar legal.
Greg: Eu tô curioso pra ver “Difícil” ao vivo também, se a galera vai agitar bastante nessa música aí.
Luis: É, então, os bate cabeça! [risos]
Greg: Roda pós-punk. [risos]
Luis: Roda pós-punk.

Pessoal, quarto álbum de carreira, muita história contada em forma de música. Qual vocês diriam que é a principal mensagem que a Terno Rei gosta de passar e que quer continuar passando para as pessoas com a arte que faz?
Ale: Eu acho que emoção e verdade. Acho que esse negócio de se entregar. Se entregar captura emoção e verdade. Essas duas coisas.
Luis: Muito bom, muito bom.

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E por falar em mensagem, vocês querem deixar uma especial para todos os fãs de vocês e para os leitores da Nação da Música?
Bruno: Pô, a gente gostaria que a galera ouvisse o disco, a gente preparou com muito carinho. Espero que os fãs gostem e que chegue em mais pessoas. A gente deu o nosso melhor, todo carinho pra fazer esse trabalho. A gente põe as nossas vidas nesse projeto assim, então é uma coisa muito especial pra gente. Então o que podemos falar é que esperamos que muitos de vocês gostem e curtam com a gente, colem nos shows e vamos pra cima!
Luis: Um ano e meio de muito trabalho sintetizado em doze faixas, né? Não só de nós quatro como também da equipe, que se a gente for contar, tem mais de vinte pessoas que participam do processo como um todo, então eu acho que a sintetização de todo o trabalho dessas pessoas está nessas doze músicas e a gente espera muito que vocês gostem porque assim como o Ale falou, tem a nossas emoção e a nossa verdade, então está aí pra quem quiser curtir.

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Katielly Valadão
Katielly Valadão
Jornalista apaixonada por palavras, cultura e entretenimento.