A banda Taking Back Sunday é formada por Adam Lazarra, Eddie Reys, Mark O’Connell e Shaun Cooper e John Nolan e está na ativa desde 1999. A Nação da Música, recentemente, teve a oportunidade de bater um papo com Adam, vocalista da banda e Eddie, guitarrista, que nos contaram detalhes sobre MUSINK, o novo álbum que está a caminho e muito mais.
Perguntas: Andressa de Oliveira / Entrevista: Veronica Stodolnik
Leia na íntegra ——————————————————————————————————————
Vamos começar falando sobre a apresentação mais próxima de vocês: o MUSINK. John Nolan disse que vocês nunca tinham tocado nesse festival, então como estão as expectativas?
AL: Eu acredito que esse vai ser um grande show. A gente chegou hoje (05/03) então perdemos as performances de ontem, mas só de ter dado uma volta pelo festival já deu pra ver que tem tantos artistas e pessoas legais que tenho certeza que vai ser legal.
ER: Os shows aqui sempre são muito bons, sempre nos divertimos muito.
AL: A Califórnia é sempre muito legal com a gente. Além disso, os Deftones também estão tocando hoje, e sendo grandes fãs deles, estamos felizes que poderemos vê-los de graça (risos).
Como foi o processo de escolha para a setlist desse show, vocês preparam algo em especial?
AL: Já que vamos estar entrando em estúdio logo mais para gravar nosso novo álbum, tivemos que dar uma mudada no nosso setlist usual para tentar cobrir um pouco de tudo que já lançamos.
ER: Além disso, nosso baixista (Shaun Cooper) sofreu um pequeno acidente com sua mão, e tivemos que chamar um amigo para tocar no lugar dele. Tentamos escolher músicas que fossem ser fáceis para ele aprender.
Vocês preferem tocar em festivais ou em turnês?
AL: Eu curto as duas coisas.
ER:Eu tenho que descordar, eu não concordo (risos). Esse tipo de evento (MUSINK) é legal, mas eu geralmente não gosto de festivais. Eu prefiro tocar em lugares menores, casas de shows. Não necessariamente nossas turnês, mas lugares menores.
É mais aconchegante?
ER: Com certeza. Não sei porque, mas não curto muito essa coisa de grandes festivais ao ar livre.
Em uma recente entrevista, vocês comentaram sobre a banda estar entrando no estúdio no começo de março. Como está sendo o processo criativo de vocês?
AL: Está sendo ótimo! Eu estou muito feliz. Essa parte de demos e pré-produção que estamos fazendo, às vezes eu paro para ouvir o que já temos pronto e chega a ser difícil de acreditar que é realmente a nossa banda que criou isso. É sempre muito empolgante ir para o estúdio e poder criar essas músicas que não existiam no mundo antes, essa é realmente das melhores partes do nosso trabalho, é muito incrível.
A composição para esse novo álbum demorou muito tempo?
AL: Não exatamente. Como cada um de nós mora em um lugar diferente, geralmente nós nos reunimos para escrever depois de turnês ou quando temos um tempo livre. Mas para esse álbum acho que podemos dizer que ele foi escrito ao longo desse último ano em pequenas doses. Não foi como se tivéssemos parado tudo que que a gente estava fazendo para nos dedicarmos apenas a isso por um longo tempo, foi mais uma coisa que foi acontecendo gradualmente junto com todas as outras coisas que estávamos fazendo ao longo do ano.
ER: Isso é bem real. E na verdade, essa foi a primeira vez que escrevemos um álbum desse jeito.
Vocês estão planejando tirar um tempo de folga para gravarem o álbum ou vão continuar com os shows durante a gravação?
AL: Os dois. Nós tocaremos em qualquer lugar que nos quiserem, com certeza!
Como foi trabalhar com diferentes produtores em seus álbuns?
AL: É incrível. Essa é uma das coisas que eu sou mais orgulhoso de já ter tido a oportunidade de fazer em toda trajetória da banda, poder dar uma espiada no mundo desses produtores. É uma coisa que nos ajudou muito não apenas no processo de composição, mas no processo de gravação também — você aprende tanta coisa que, de um jeito, é como se fosse um estágio.
O que isso influenciou na evolução musical da banda?
ER: Eles te fazem sair da sua zona de conforto.
AL: Sim e uma das melhores coisas de trabalhar com produtores é que eles te fazem analisar o projeto como um todo. Muitas vezes quando você está no meio de um projeto fica muito difícil analisar as coisas desse modo, assim como qualquer outra coisa na vida. Vamos dizer que você está no meio de uma discussão com alguém que você gosta muito; é sempre muito difícil de se distanciar dela e tentar ver a situação como um todo. E pra gente também é bom em conta das músicas, por que eles te puxam delas por um momento para ficar mais fácil de analisar o que precisa ser mudado para elas ficarem do jeito que elas têm que ser.
Vocês são uma banda desde 1999, e viram passaram por todas as redes socials possíveis: desde gravarem em garagem e as fitas demos, ao Myspace, YouTube, Twitter… Como que essa explosão das redes sociais atualmente ajudou vocês?
ER: Na verdade, desde 1998!
AL: É verdade, começamos a banda quanto tínhamos oito anos de idade (risos).
ER: Nós fazemos turnês desde antes do GPS ser inventado.
AL: Sim, nós usávamos mapas e telefones públicos. A Internet é uma coisa muito interessante por que abre uma linha de conexão direta com os fãs, e isso é muito legal por que dá para ter uma grande troca de amor. Mas não acho que teve uma influência no jeito que escrevemos ou nada do tipo. Nos ajudou muito num nível mais pessoal; como cada um vive num canto, a gente agora pode usar essa tecnologia para trocar nossas ideias e trabalhar de um jeito muito mais fácil, o que não era possível no passado — a gente tinha que mandar tudo via fita cassete.
ER: Tínhamos que escrever cartas e enviar pelo correio, e aí esperar pela resposta.
AL: O que chegava a demorar meses.
ER: E também tinham os pombos correios.
AL: Amarrávamos as cartas nas patinhas deles (risos).
E como é poder ver seus fãs evoluindo junto com a música de vocês?
AL: É incrível! Essa é definitivamente uma das coisas que mais temos orgulho. A faixa etária dos nossos shows hoje em dia vai de adolescentes até pessoas com mais de quarenta anos e eu acho que quando você pode trazer junto um grupo tão misto, onde cada um está em uma etapa diferente na vida, e eles conseguem aproveitar e se divertir com a mesma coisa e da mesma maneira, algo muito legal pode ser dito sobre isso.
ER: Eu conheci um casal num dos nossos shows que se conheceu num show nosso; acho que foi em Utah, ou talvez Califórnia. Ano passado, durante nossa última turnê, eles trouxeram a filha deles de 13 ou 14 anos de idade e hoje em dia ela frequenta nossos shows.
AL:: Isso é demais, é como se fosse uma reunião em família.
ER: Se continuarmos fazendo música por mais uns 15 anos talvez vamos vê-la trazendo seus filhos — e os avós — no nossos shows também.
AL: Três gerações, cara. Vai ser algo do tipo “você não vai acreditar, mas a vovó me trazia para ver essa banda”.
Vocês inspiraram o que se tornou um grande evento mensal em Los Angeles: “Emo Nights” também conhecidas como “Taking Back Tuesday”, um evento que rola toda primeira terça-feira do mês e só rola música emo do começo dos anos 2000. Como que vocês se sentem por terem deixado uma marca tão grande para esse movimento?
AL: Cara, eu acho que essas “noites emo” são uma besteira (risos). Para mim, muito disso é nostalgia, o que é ok.
ER: Não vemos nada de errado em ser nostálgico.
AL: Mas para nós, nunca paramos de fazer música. Então eles começaram a usar nosso nome, e parece que nós aprovamos e os apoiamos. Eu não vejo problema nenhum de uma galera se reunir num bar e tocar músicas que representaram uma etapa importante em suas vidas, sabe? Tem um bar perto da minha casa que tem noites dedicadas ao Tom Petty e coisas do tipo, eu acho muito legal. Mas para eles levarem o crédito por terem trazido de volta um movimento que nunca foi embora parece besteira pra mim.
ER: E não é só em Los Angeles, isso rola na Europa também. Eu sempre vejo flyers dizendo “Taking Back Tuesday — Emo Nights” e eu penso “argh, fala sério” (risos).
AL: E também tem o fato de que nós sempre nos vimos como uma banda de rock and roll, e colocar um título desse na nossa banda é muito limitante. Eu não gosto isso.
2016 marca o décimo aniversário de “Louder Now”. Vocês vão fazer algo de especial?
AL: É loucura, uau.
ER: Quando que “Louder Now” faz dez anos mesmo?
AL: Nós provavelmente vamos se reunir no jardim de casa.
ER: E tomar uma garrafa de uísque (risos).
AL: E dizer “nossa, não acreditamos que isso aconteceu a tanto tempo!”. Todos os nossos álbuns mudaram a nossa vida de alguma maneira. Desde o primeiro, que nos levou por todo o país, e o segundo, que nos levou ao mundo todo. “Louder Now” com certeza aumentou a nossa audiência, foi um momento muito importante em nossas vidas. É bem maluco pensar em como o tempo passa rápido. Só de ouvir você falar isso agora, eu nem tinha pensado nisso ainda. É a primeira vez que estou me dando conta de que está fazendo dez anos desde o lançamento, é muito louco.
ER: Uau. É verdade, dez anos. Eu não tinha me tocado disso também.
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