Resenha: “Everything is Love” – Beyoncé e Jay-Z: The Carters (2018)

Beyoncé e Jay-Z
Crédito: Variety

Bem de surpresa, o que já virou costume, Beyoncé e Jay-z lançaram “Everything is Love” no sábado, 16 de junho. Inicialmente, o projeto chamado “The Carters” foi disponibilizado somente no Tidal, o que também é de praxe.

“Everything is Love” é uma conclusão da vulnerabilidade entregue em “4:44”, dele, e “Lemonade”, dela, para agora declararem seu empoderamento. É o primeiro álbum conjunto do casal, que já está em sua segunda turnê como dupla. Eles unem aqui o que cada um tem de melhor e mostram mais uma vez porque são dois dos maiores artistas do mundo. O disco é uma declaração e celebração da negritude de Beyoncé e Jay-z, mostrada pelo sucesso e riqueza dos cantores.

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São 9 faixas no total, todas com média de 4 minutos. A primeira é “SUMMER”, que começa com uma introdução feita por Rory, do Stone Love. Depois entra Beyoncé, afinal a música tem elementos de balada, bem no estilo dela. No fundo, Jay-Z adiciona alguns vocais como é costume, depois ele faz o tradicional rap. Essa construção musical é algo comum quando se junta os dois. A música fala sobre amor e sexo, ela é encerrada por um Outro na voz de Damian Marley, filho de Bob, dizendo que “o amor é universal”.

Logo em seguida começa “APESHIT”, possivelmente a melhor música de “Everything is Love”. Não à toa, foi lançada como single junto com o álbum e ganhou um clipe incrível filmado no Louvre. Essa faixa pode ser considerada o centro do disco, já que reúne as características mais marcantes que os Carters querem mostrar: o hip hop fortíssimo de Bey, a demonstração de grandeza e riqueza do casal – com rejeições gritantes à duas enormes instituições: NFL; Jay disse não ao Superbowl, muito por causa das polêmicas dos jogadores ajoelhando no hino norte-americano. Grammy; o rapper recebeu 8 indicações e não levou nenhuma pelo 4:44 – e a crítica ao racismo, vista já no nome. A participação de Quavo em “APESHIT” é outro grande alto da canção, tanto nos vocais marcantes quanto na produção.

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“BOSS” realça, além do hip hop novamente, o R&B de Beyoncé. O disco, apesar de ser dos dois artistas e ter sido creditado como “The Carters”, foi claramente construído para dar destaque à cantora. Não que Jay-Z fique escondido ou não brilhe – o rap dele nesta faixa é parte chave -, mas a dona de “Everything is Love” é Bey. Em “BOSS”, os Carters falam mais uma vez das suas riquezas materiais, exatamente para estabelecer seu empoderamento. A música é encerrada com a voz de Blue Ivy mandando um “alô” para os irmãos gêmeos, Rumi e Sir.

A próxima é “NICE”, que deu ao público uma das frases mais famosas e usadas de “Everything is Love”. Beyoncé diz em alto e bom som, sem papas na língua, “se eu me importasse com números de streaming, teria colocado Lemonade no Spotify”. Bom, já que eles podem “fazer qualquer coisa”, o novo álbum está na rede de streaming para quem quiser ouvir. Assim como “APESHIT”, essa faixa tem a produção (e vocais) de Pharrell Williams.

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“713” é um destaque bem dividido entre os dois. Um rap dominado pela voz de Jay-Z e um refrão que serve Beyoncé de forma magnífica. Aqui, o rapper fala sobre o começo da relação dos, agora, Carters. “FRIENDS” é a faixa seguinte e acalma um pouco a pegada do álbum. A construção do vínculo dos cantores continua sendo explorada nos versos de Jay-Z.

“HEARD ABOUT US” é a música que deixa claro o destaque para Beyoncé, e ele vem exatamente da boca de Jay-Z. “É a Beyoncé, meu Deus do céu”, diz ele com o entusiasmo de um fã. Para fazer jus, a melodia dessa canção na voz de Bey é uma delícia de ouvir.

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“BLACK EFFECT” traz de volta o tom de urgência, com temática política e de relevância. Aqui a discussão é bem séria, começando novamente com uma introdução que fala de amor. “E há o amor da humanidade. Esse é o amor que é agora mais necessário”, diz o trecho para logo depois as referências começarem. Martin Luther King, Malcolm X e os ataques policiais sofridos por pessoas negras, inclusive com o nome de Trayvon Martin. Além das críticas à violência, a canção fala também de como a cultura negra é comprada e apropriada por brancos, mas as pessoas de cor continuam sofrendo racismo.

O álbum termina com “LOVEHAPPY”, que fala sobre os problemas dos Carters no casamento, mas também de como eles estão agora felizes e se amando. É realmente o encerramento da trilogia: “Lemonade”, “4:44” e “Everything is Love”. Contando, juntos, todos os lados da história de Jay-Z e Beyoncé com traição, arrependimento, amor e poder.

Os dois maiores nomes da música mundial no momento entregam, obviamente, um álbum incrível. Beyoncé é mais relevante que Jay-Z atualmente, e eles deixam isso claro e sem enrolação. Talvez não seja o melhor que os dois podem dar – nós já ganhamos “Lemonade”, afinal de contas -, porque todo mundo sabe que não se pode duvidar dos Carters e que eles sempre vão se superar, mas “Everything is Love” não deixa de ser satisfatório.

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Giovana Romania
Giovana Romania
Música é uma das minhas coisas favoritas do mundo. Formada em Jornalismo, amante da cultura pop e little monster sofrida.
“Everything is Love” é uma conclusão da vulnerabilidade entregue em “4:44”, dele, e “Lemonade”, dela, para agora declararem seu empoderamento. É o primeiro álbum conjunto do casal, que já está em sua segunda turnê como dupla. Eles unem aqui o que cada um tem de melhor e mostram mais uma vez porque são dois dos maiores artistas do mundo. O disco é uma declaração e celebração da negritude de Beyoncé e Jay-z, mostrada pelo sucesso e riqueza dos cantores.Resenha: "Everything is Love" - Beyoncé e Jay-Z: The Carters (2018)