Conversamos com Xavier Rudd sobre os shows no Brasil

Xavier Rudd
Foto: Cole Bennets / Divulgação

O cantor australiano Xavier Rudd está em turnê para divulgar seu novo disco “Storm Boy”, lançado em 2019. Com um estilo que transita o indie-folk, o artista já possui nove discos em estúdio e oito ao vivo, e viaja o mundo todo divulgando sua música.

O Brasil passou pelo itinerário de shows do cantor, com direito à, inclusive, uma versão da música “Follow The Sun” em português. Nós do NM batemos um papo com o músico, que nos recebeu de pés descalços e braços abertos. 

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Entrevista por Camila Gallate.

——————————————- Leia a íntegra:
Os fãs do Brasil são conhecidos como pessoas realmente apaixonadas, e em seus shows você está sempre procurando conexão com a plateia. Então, como foram os shows aqui, como eles fizeram você se sentir?
Xavier: Sim, definitivamente me conectei. Definitivamente apaixonante. Fico animado! Porque as pessoas estão tão felizes. Quando você vem de um lugar distante e as pessoas são tão calorosas, animadas e felizes, é especial sabe? É muito legal. 

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Como é ter uma base de fãs tão grande num lugar tão longe de casa?
Xavier:
É legal! É incrível, sempre me impressiona. Acho que quando eu compunha quando criança nunca sonhei que pessoas estariam cantando essas músicas em lugares em que nem se fala a minha língua. Por mais que eu tenha me acostumado com isso, eu nunca subestimo, sempre me fascina. 

O que você buscava quando começou a fazer essas músicas, quando decidiu ser um músico?
Xavier:
Eu nunca pensei desta forma. Eu sempre aprendi instrumentos sozinho e sempre escrevi pequenas canções, eu não pensava “eu vou subir em um palco e tocar essas músicas”. Eram apenas músicas que eu fiz para mim mesmo. E por muito tempo eu nunca mostrei para ninguém, era apenas uma coisa que eu fazia no meu quarto. 

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Quando você decidiu divulgar essas músicas?
Xavier:
Eu tinha alguns amigos para quem eu tocava algumas músicas e eu acho eu comecei a fumar maconha (risos) e fiquei mais confiante para mostrar essas canções. Foi meio que isso que aconteceu. E eles me incentivaram a tocar, então comecei a tocar para mais algumas pessoas. Mas eu ficava muito nervoso no começo, era muito tímido.

E agora, como você sente?
Xavier: Agora estou muito mais confortável, mas eu tenho feito isso há muito tempo. Acho que eu ficaria mais nervoso se eu tivesse que tocar uma música para você agora, por exemplo, do que tocar em frente à 20 mil pessoas. Não sei o porquê. É muito mais íntimo, talvez.

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Existe algum artista brasileiro que você conheça, você escuta música brasileira?Xavier: Sim, eu já escutei muita música brasileira, mas não sei nomear algum agora. 

Algum estilo em específico, como bossa nova, samba?
Xavier: Sim, eu gosto de tudo isso! Eu amo qualquer coisa que tenha ritmo. Eu amo a vibe. Mas também gosto de música brasileira clássica, porque meu irmão estudou violão de sete cordas, então ele veio aqui e estou violão brasileiro. E eu aprendi mais sobre o estilo mais clássico da música brasileira, e foi muito interessante, é um som incrível! 

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É a sua primeira vez no Brasil?
Xavier: Em São Paulo é a segunda vez, mas a primeira em outras regiões do Brasil. Mas é como se fosse a primeira, porque quando eu vim foi muito rápido, foi apenas um dia. 

E o que você gostou mais do Brasil? Viveu alguma experiência diferente, alguma comida?
Xavier: Bom, eu sou vegano. E eu sei que tem muita carne no Brasil, então eu fiquei surpreso porque tem muita comida vegana boa. É um pouco difícil de encontrar, mas é boa. Mas na maioria do tempo eu cozinho minha própria comida. O que eu mais gostei daqui definitivamente foram as pessoas, eu gostei muito. As pessoas são meio loucas, apaixonadas, e eu gosto disso. É muito interessante! A maioria dos americanos são muito sérios, então eu gosto de pessoas que sabem se divertir. 

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Sobre o seu novo álbum “Storm Boy”, você pode falar do processo de gravação? Que histórica você busca trazer nas letras?
Xavier: Foi um álbum muito bonito de fazer, eu gravei na minha casa. Eu construí um estúdio para este álbum e foi bonito. Eu tive um grupo de músicos incríveis que tocaram no disco e foi muito especial. As letras eram sobre muitas coisas, como eu sempre faço. Mas eu fiz o álbum na época que eu conheci a minha esposa, então muitas das canções são sobre a nossa conexão, e ela chegando à minha jornada, o que foi muito poderoso. 

Tem algum artista que te inspira, algum estilo que você traz para a sua música?
Xavier:
Eu escuto muita música e acredito que sou influenciado por tudo que eu escuto, subconscientemente. Não posso dizer que há algum artista em específico que eu sou influenciado, acho que a minha música vem de um lugar diferente e quando vem até mim, nunca tenho outro artista em mente.

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Você gravou “Follow The Sun” em português, e inclusive brincou da dificuldade da língua. Como foi aprender um pouco do português? Qual a maior dificuldade de cantar em outra língua?
Xavier: Foi difícil (risos)! Mais difícil do que eu imaginava, quase desisti no meio do caminho. Eu continuei, mas eu gravava uma frase por vez. Eu tinha um rapaz brasileiro me ajudando a pronunciar cada palavra, então eu gravava uma frase e depois a outra. Eu não consegui cantar ela inteira. Como eu cantei? Foi bem? Me diga se está ruim! (ele perguntou rindo).

E que mensagem você deixa para os fãs brasileiros?
Xavier: Bom, acredito que seja se livrem do plástico. O mundo inteiro precisa entender que é necessário se livrar desta p***.  Eu sei que é um grande problema, mas qualquer um que tiver alguma ideia genial de como incinerar o plástico de alguma forma… Precisamos de alguma grande invenção que nos ajude a ficar livres disso. É a grande questão que está na minha mente enquanto eu viajo esses dias. Eu não consigo acreditar. Quase tudo que usamos hoje é feito de plástico. Eu tento evitar usar plástico em casa, e é muito difícil. Porque quase tudo que a sociedade oferece é plástico, está em tudo. E é interessante porque há pouco tempo atrás ele mal havia sido inventado. 

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Jornalista e cantora. Apaixonada por música, boas conversas e lugares incríveis. "Keep me where the light is"