Entrevista Exclusiva: Luringa fala sobre o Hatebox e o show de estréia da banda

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Nesta segunda-feira (07), a Nação da Música conversou um pouco com o fotógrafo Luringa, que agora assume o baixo da banda Hatebox ao invés das lentes. Se preparando para todas as novidades que o futuro reserva ao “novo” grupo, ele conta sobre a expectativa para o show de estréia, como a banda aconteceu e o que está por vir.

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O show de estréia do Hatebox acontece no dia 17 de março no Jai Club em São Paulo, onde além de performar as músicas da “Demo 2015”, irão apresentar diversos covers, contando com o apoio de convidados mais que especiais como Esteban, Strike, Glória entre outros. Saiba mais aqui e garanta seu ingresso.

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01. O show de estréia de vocês acontece no dia 17 de março, já ta bem perto. Qual a expectativa de vocês para o show e o que a galera pode esperar?

Ah cara, faltam 10 dias né? A gente ta ensaiando todo dia, te falar que eu achei que eu ia ta bem mais nervoso do que eu imaginava porque faz 10 anos que eu não toco ta ligado, faz 10 anos que eu não tenho banda, a ultima banda que eu tive foi exatamente em 2006, quando eu sai – 10 anos. E eu acho que, na minha cabeça, o problema sempre sou eu porque, os moleques da banda, apesar deles serem novos – terem 18 anos os dois – eles são músicos já, eles tocam há muito tempo juntos. Eu que cheguei meio desentrosado e tive que me entrosar. Mas a gente ta ensaiando todo dia cara, a gente ta ensaiando de segunda a sexta no estúdio do André, o StereoLab – o guitarrista do Strike, ele tem um estúdio de gravação que ele ta cedendo pra gente ensaiar, uma sala bacana. E assim, em relação a isso a gente ta tranquilo, o repertório já todo feito, as participações já tão tudo ok.

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Agora claro, aquele nervosismo pré-estreia, principalmente pelo fato que eu sei que nesse dia não eu um show que a gente ta fazendo pra publico, a gente ta fazendo um show para os amigos, e também pra mídia querendo ou não, porque vai ter muita gente de imprensa, muitos outros convidados, vai ter muita gente de outros lugares, não só público especificamente, até porque lá na casa cabe sei la, 350 pessoas, e a gente ta vendendo só 200 ingressos, o resto é só convidado, então a metade praticamente é só convidado. O meu nervosismo parte mais disso, saber que ali vai ter uma par de amigos, e é todo mundo músico, tudo nego que toca pra caralho ha muitos anos então você fala: “caralho, tenho que impressionar esse caras, tenho que mandar muito bem”. E a gente ta preocupado com isso sabe, com timbre, e é aquilo né cara, a gente ta ensaiando todo dia. Nada melhor que ensaiar todo dia pra banda evoluir dois anos em um mês.

02. Vocês já trabalharam com membros do Strike, Gloria, produziram com o Tavares. Como é ter o apoio desse pessoal para o crescimento da banda?

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Cara, eu acho muito legal e acho ao mesmo tempo um tanto quanto óbvio porque eu trabalho com essa galera já faz mais de 10 anos né, e é claro que quando você tá tanto tempo com um pessoal você acaba ficando amigo deles, e ao contrário do que a maioria das pessoas pensa, que eu era amigo deles antes, por isso eu virei fotografo. Não, né. Eu não conhecia essa galera antes, eu conheci eles depois que comecei a tirar foto e comecei a trabalhar com a galera e obviamente acabaram ficando meus amigos. Então assim, eu acho que não tenho muita essa coisa de pensar: “puta, é o cara do Glória, cara do Strike, cara do Fresno”, acontece tipo: “pô, meus amigos estão me dando uma força”, e assim, que bom que são amigos influentes que tem um publico consolidado e que presta atenção no que eles falam sabe? Agora em termos de produção foi muito bom, a Demo foi produzida pelo Tavares, a gente gravou la no estúdio do André do Strike, e assim, pra uma demo, acho eu tá ótimo assim, eu ouço demos por ai que acho péssimas, as vezes eu ouço uns discos também que nem parecem discos, que é meio que uma prévia. Então eu fico feliz de ter amigos competentes que possam me ajudar e de uma forma natural, sem ser aquela coisa forçada do “ah, eu te ajudei”. Eu na verdade não pedi nada pra ninguém sabe, tudo que tem acontecido assim em termo de ação e ajuda tem sido espontânea, isso que me deixa mais feliz.

03. Você trabalhou por muito tempo como fotógrafo de bandas e agora está numa banda. Como é pra você inverter os valores e agora estar no palco?

Cara, eu não sei porque ainda não estive (risos). Mas acho que vai ser legal, eu acho que pelo fato de eu trabalhar ha muito tempo com musica, é o que você falou, é uma inversão. Pra mim vai ser uma coisa de fato totalmente estranha. Mas eu acho que também por tanto tempo na música, também por todo o passado que já tive antes com banda, não vai ser um choque tão grande. Mas acho que vai ser legal cara, é o que eu falo, essa não é uma banda que eu entrei pra: “ah, vamos ficar ricos, famosos e bombar”, não, tipo, eu simplesmente entrei na banda porque eu tava afim de tocar, e rolou essa oportunidade, os moleques chamaram e eu entrei. Mas cara, eu acho que eu vou ta bem tranquilo e ao mesmo tempo não, assim, pra quem ver vai falar: “oh, o cara ta tranquilo” mas por dentro vou ta “aaah”.

04. Quais as maiores inspirações para o som de vocês?

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O Hatebox tem uma influência diretamente do grunge, né cara. Pra você ter uma ideia, eu tenho o dobro da idade dos caras, tenho 33 pra 34, os moleques tem 18, acabaram de fazer 18 anos. Então eu digo assim, eu quando conheci eles eu fiquei feliz em ver uma molecada, uma criançada vamos dizer assim, que gostam e conhecem bem e a fundo esse som, esse estilo grunge que é uma coisa que quando eles nasceram não existia mais, entendeu? Quando os moleques nasceram o Kurt já tinha morrido ha muito tempo, o grunge já tinha ido pro saco. Os moleques é ali dos anos 98/99, e eu nessa época eu curtia muito, eu era muito fã de Nirvana, eu era muito fã de Soundgardem, só dessas bandas, eu vivi essa época. 94 eu ainda era pré-adolescente mas eu gostava pra caramba, e aquilo acabou depois da morte do Kurt.

Mas é aquilo cara, o estilo da banda é totalmente… É que tá, eu quando conheci os caras eu falei: “olha, tentem se taxar o minimo, de falar, ah, banda grunge. Ah, uma banda de rock, que tem uma influência grunge, visível inclusive”, você ouve o som da banda e, muita gente fala”pô, parece um Nirvana bom”, tipo, um Nirvana bem gravado, óbvio, os álbuns do Nirvana são ótimos mas quero, dizer assim, atualizado entende? A galera fala “caralho, o moleque tem uma voz foda”, então assim, a influência direta da banda é sim Nirvana, é sim Alice in Chains, Stone Temple Pilots, essas paradas, Foo Fighters mesmo. Mas eu ouço muito coisa, eu sou muito fã de Deftones por exemplo. Os moleques já gostam de umas coisas mais novas, Royal Blood, até Bring Me The Horizon, essas paradas.

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Então assim, acaba suando muito grunge mesmo, acaba sendo a principal linha de raciocínio criativo da banda vamos dizer assim, mas ao mesmo tempo eu falo pros caras “não vamos se prender em nada, porque de repente amanhã a gente pode fazer uma música pesada, daqui uns dois dias uma música mais leve”, e sabe, eu não quero ficar preso em nada, tipo, a gente faz um grunge, então só podemos tocar coisas grunge. Apesar de que no nosso show a gente só vai tocar grunge, os covers que a gente vai fazer são todos grunges, fora sei lá, White Stripes, o resto é tudo grunge, assim, Silverchair, o próprio Nirvana e tudo mais. Mas assim, posso dizer que é uma banda que tem influência grunge, mas não diria que é uma banda grunge entendeu?

05. Vocês lançaram recentemente a Demo 2015. Como foi o processo de criação do EP e qual a resposta da galera em relação ao trabalho?

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Eu vou te falar que é o seguinte, a história foi mais ou menos assim. Quando eles vieram gravar esse disco, a banda tinha um outro nome, a banda chamava Bliss, e tinha outra formação né? O batera e o vocal como é hoje, e o baixista era outro menino. Eles vieram fazer um clipe comigo, eles me mandaram um e-mail, e falaram “ah cara, não sei o que, a gente gosta do seu trabalho e tal, a gente ta ai com a banda, gravamos um CD com dez músicas, e a gente quer fazer um clipe”, eu “ah, legal” né, tipo, eu recebo uns 50 e-mails por dia, se eu der atenção do tipo “ah caralho, legal, deixa eu ouvir” eu fico o dia inteiro só fazendo isso então tipo, eu só meio que acabo dando mais atenção pra umas coisas que fecham mesmo, que vão pra frente.

Então os moleques mandaram e-mail e eu “ah legal”, e aí acabou que eles marcaram um dia de vir aqui em casa, vieram eu não tinha ouvido o som ainda. E aí eles me mostraram, e eu pirei também, achei foda falei “caralho, esse vocal canta pra caralho, puta som foda”. E ali tinham dez músicas, 4 delas são a Demo né? Só que tava muito mal gravado, assim, tava tipo, mais pra uma prévia que uma demo, quanto mais um disco. Ai eu falei pra eles “oh cara, em vez de vocês lançarem esse CD porco com 10 músicas gravadas la em Água de Lindoia pelo amigo de vocês, que é gente boa, que manda bem mas não tem recurso, e realmente isso não é um disco. Eu gostei da banda, e eu posso dar uma força pra vocês. Então essa grana que vocês tem pra fazer o clipe, vamos pegar metade e gravar um EP, com as 4 melhores músicas desse disco, bem gravado, produzido por alguém que tenha nome, gravado num estúdio bacana”. Ai eu chamei o Tavares, fiz a ponte com o André também. Foi um orçamento super reduzido, foi tipo, a gente gravou essa demo com 5 mil reais pra você ter uma ideia, foi um bagulho de irmão mesmo sabe. Porque pô, com 5 mil reais você não paga nem o estúdio, quanto mais com um produtor como o Tavares, ele cobra sei la, 5 pau por faixa. Então assim, ai que entra a amizade, aqui que tem o valor dos amigos, eu ajudei eles, eu não deixei de ser fotógrafo, nem diretor de filme, eu continuo sendo. Enfim, ai a gente gravou esse EP, isso foi quase um ano atrás, isso foi lá pra abril/maio do ano passado, ai claro, os moleque muito novo, eles eram mais novos ainda, tinham 17 anos, acabado de fazer 17 também, e assim, não tiveram muito direcionamento pra lançar e pra trabalhar isso.

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E também eles são de Água de Lindoia – que é uma cidade aqui do interior de São Paulo – então, la nada acontece, não sabiam trabalhar, não sabem trabalhar com marketing, não é uma coisa que eles tem contato, eles gostam de fazer musica, tocar, composição, e são bons nisso, mas em todo o resto eles são muito rasos ainda. E eu já to aí dentro do mercado e eu entendo disso, mesmo sendo fotógrafo eu to ai com as bandas, muitas subindo, muitas descendo, eu sei mais ou menos qual é a formula do mercado pra coisa dar certo, e essa formula depende de uma substância chamada dinheiro. Mas existe uma formula também que você pode fazer o básico do básico sem ter grana, tipo, sei la, tem as mídias sociais organizadas, que fazem uma divulgação bacana e a molecada não sabe fazer isso. E dai eles não lançaram, a gente gravou o clipe pra uma música que a gente não usa, a gente matou esse clipe, ele não existe pra banda atual. Mas enfim, eles acabaram que fizeram um lançamento na internet deles ali, pros 20 amigos que seguia, ou seja não houve um lançamento, não existiu de fato um lançamento. Ai chegou no final do ano, dezembro do ano passado, e eles resolveram que eles tinham que vir pra São Paulo pra banda acontecer. E eles terminaram o colégio, terminaram o colégio ano passado, até então eles estavam presos pelo colégio, e ai eles resolveram que tinham que mudar pra São Paulo pra fazer a banda acontecer aqui, ficar pelo menos uns dois anos em São Paulo tentando. E eles tem 18 anos, acabaram de sair do colégio, podem ficar uns dois anos sem fazer uma faculdade, ninguém vai se fuder na vida por dois anos parados, dois anos fazendo outra coisa. Acho até justo com os jovens, eu gostaria de ter tido essa oportunidade quando era mais jovem, não ter que sair logo fazendo uma faculdade, ficar 1/2 anos a toa.

E ai eles vieram fazer isso, só que a mãe do baixista não deixou. É engraçado dizer “a mãe do cara não deixou” mas são meninos. E o resto da família dos outros super apoia, eles vêm o talento dos moleques, eles apoiam mesmo. Agora a mãe do baixista não deixou, falou “não, caralho, você tem 17 anos, você mora na minha casa, eu te sustento. Você vai ficar aqui e fazer uma faculdade. Se você quiser ir pra São Paulo só depois que terminar sua faculdade ou com seu dinheiro”, só que o moleque não tem condição, não tem porra nenhuma, saiu da banda. Ai eles me chamaram pra entrar na banda. Ai o que eu falei pra eles, “ah, vamo tocar, vamo fazer, só que, pô, vocês já tem um EP fodástico gravado/produzido pelo Tavares, gravado no estúdio do Strike, onde o Strike gravou o ‘Collab’ – o ‘Collab’ foi gravado nesse estúdio – e pô, não tem porque não usar isso sendo que isso não foi lançado, e sendo que essas são músicas que a banda vai continuar tocando. Então vamo pegar esse EP, e transformar ele numa Demo. E vamo mudar o nome da banda porque Bliss é uma bosta de nome”. Bliss na minha opinião, na minha concepção é um nome idiota, tem um significado por causa do lance da carta, tem todo um lance, mas sonoramente é ruim, é muito comum, muitas bandas devem chamar Bliss, e a gente quis mudar o nome mais por causa disso. E ai que ta, não é um projeto tão novo, eles continuam tocando o que a banda tocava antes, entendeu?

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Então assim, foi meio que uma continuação de uma coisa que já existia, como se fosse um 2.0 da situação. Só que ai a gente preferiu trocar o nome principalmente pelo fato do nome ser ruim, não nem porque eu entrei, que mudou a banda. A gente só trocou o nome da banda porque o nome não tava muito favorável mesmo, nem tranquilo (risos). Ai a gente resolveu trocar, e aproveitar esse EP que já tava gravado e não teria porque não usar, e ai pô, ai ia ter que fazer ensaio, gravar um EP novo, gastar dinheiro, e isso ia demorar meses e meses, e a gente ia conseguir ter alguma coisa pronta lá pra junho/julho, e ai não né cara, eu falei “pô, já ta com um EP bem gravado, vamo trabalhar, as músicas são boas, o EP ta bem feito, com respaldo, foi gravado por pessoas que sabem, que tem nome, então vamo trabalhar, fazer o barulho que a gente quer fazer sozinho”, porque a ideia era essa em lançar um disco. Pro ano que vem ai sim, vamos contratar uma assessoria de imprensa, fazer todo um trabalho maior, por enquanto, ao gravar uma demo, a ideia é fazer barulho, sabe cara, a ideia é aparecer.

E eu quero muito esse lance de tipo, eu quero sim que as pessoas venha ver porque é “a banda do Luringa”, que é fotógrafo, mas eu quero que quando as pessoas vêm elas tomem um baque entendeu, tipo, acho que o cara vem esperando outra coisa, ai ele vê um moleque cantando pra caralho e fala “porra que irado” e achar legal, entendeu? E desvincula um pouco dessa coisa da banda do Luringa, porque querendo ou não o mérito de isso tudo é deles, eu entrei com o barco andando, com a cavalaria andando, peguei o caminhão de boia fria andando e sentei na janelinha então, eu reconheço o talento deles, o mérito é todo deles. A minha parte acaba sendo essa parte mais organizacional, de organizar as coisas, de fazer um marketing bem feito, de usar da influência pra fazer a divulgação, e realmente tocar o básico, que não é difícil o que a gente toca também, um baixista minimo consegue fazer isso, então assim, não chega a atrapalhar. O mérito é todo dos caras, esse disco já existia ano passado a gente só meio que reaproveitou ele.

06. E como é o processo de criação de vocês? Quem é responsável pela composição e de onde surgem as idéias?

Quem compõe as músicas são os dois (Gabriel e Stéfano), mas quem compõe mais é o Stéfano, que é o baterista, por incrível que pareça né? Ele que faz a maioria das composições, e em relação de harmonia mais e algumas letras também. O Gabriel ele acaba complementando, mas os dois trabalham juntos, tanto que todas as músicas tem a assinatura dos dois. Quem cria mesmo as músicas, quem desenvolve isso são os dois. Mas a gente nesses ensaios já começou a fazer coisas novas, todo mundo junto, tipo “ah, segue essa linha aqui, pô, legal”, então já começou a ter umas ideias. Mas sabe, a gente ta ensaiando há duas semanas pra você ter uma ideia, a gente fez 8 ensaios. Esse é o tempo de existência da banda, 8 ensaios. Tá bom, ta ficando bom. A gente tem mais duas semanas de ensaio – essa semana e a outra – até o show. E assim, é aquilo que te falei né, fazer dois anos de banda em uma semana.

Cara, eu tenho muitas linhas de baixos, muitos riffs que eu tinha guardado, por mais que eu parei de tocar em bandas há 10 anos, eu sempre tive instrumentos em casa, violão, baixo fazia tempo que não tinha mas, violão, guitarra, sempre toquei, parei de tocar em banda mas em casa eu sempre tocava, então eu tinha umas coisas já guardadas, e eu mostrei pra eles e eles gostaram. Eles também já tinha outras coisas, então assim, com certeza agora, eu acho, que nesse próximo disco, que provavelmente só vem o ano que vem – o primeiro disco na verdade – acho que só vem ano que vem mesmo, ele vai ter sim uma influência minha, dos meus gostos musicais, e também da evolução musical dos caras, então acho que vai ser um pouquinho diferente do que é agora, mas sem perder a essência. Isso que eu falo pra eles, não da pra você perder a essência, você lançar um disco de rock meio grunge, e de repente vir com Justin Bieber, claro. Então tem que seguir uma linha, tem que ser linear no raciocínio. Mas com certeza vai ter uma influência minha, espero que tenha né?

07. O EP é todo feito em inglês. Vocês pretendem continuar nesse idioma ou vão arriscar alguma coisa em português?

Acontece o seguinte, você sabe que o inglês funciona muito melhor com a música, principalmente pro rock, ele é muito mais sonoro, ele foi feito ali né? Então tipo, ele funciona melhor. Mas eu sei, eu tenho plena consciência se você for querer fazer uma banda, pra ela virar e dar certo, brasileiro cantando inglês não vira, a não ser que seja o Sepultura que vai la pra gringa entendeu? Mas aqui no Brasil não existe espaço pra uma banda brasileira que canta em inglês. Falando de mainstream é claro. Mas a gente não ta muito preocupado com isso, a gente ta preocupado com a sonoridade. Eles têm uma ou duas músicas em português que não funcionaram muito bem ainda, então a gente ta experimentando.

Eu tenho uma porrada de letras, eles têm umas letras em português, letras boas inclusive. Mas é só uma questão de achar esse tempo certo, e de uma forma que não soe “ah estamos fazendo música em português porque precisamos fazer música em português” que de repente aquilo ali não soa tão legal. A partir do momento que a gente fizer um experimento, e soar bem, a gente vai usar sem problema nenhum, não tem essa “ah, só inglês”, mas eu acho que, enquanto ta funcionando em inglês, não vejo motivo também pra ficar mudando, a gente não ta com essa intenção de tocar na Globo, de tocar em rádio, não é isso que a gente quer. A gente quer tocar, quer tocar, sustentar a banda com a própria banda, realmente, é o que todo mundo quer, mas não tem essa vaidade, de ter que aparecer na TV, de montar um som aos moldes da mídia brasileira, eu quero que se foda, até porque essa mídia tá morrendo, daqui 10 anos isso tudo não vai existir, vai ser só a internet. Então assim, a gente não pensa em mudar nada por causa de nada, então se mudar, se tiver alguma música em português vai ser porque ficou bom, não porque a gente deve ou não se moldar a alguma coisa.

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