Em meados de maio, o cantor e compositor mineiro Gabriel Gonti divulgou a faixa “Odoyá”, acompanhada de videoclipe oficial. A canção foi produzida por ninguém mais, ninguém menos do que Maria Rita, em sua primeira vez assinando a produção musical de outro artista.
No começo do ano, Gonti ainda liberou o EP “Amaré”, que conta com total de quatro músicas, entre elas “Menina Salvador” e “Carnaval a Dois”. A Nação da Música teve a oportunidade de conversar com Gabriel sobre os próximos lançamentos que estão por vir, as colaborações que ele gostaria de fazer e também sobre a influência da pandemia na criatividade ao compor.
Entrevista por Marina Moia.
—————————————— Leia a íntegra:
Obrigada por falar com a Nação da Música! Em maio, você divulgou a música “Odoyá”, que foi produzida pela grande Maria Rita. Como surgiu essa parceria entre vocês e como foi o processo criativo da faixa?
Gabriel Gonti: Fala, galera da Nação da música, Gabriel Gonti aqui! Muito obrigado pelo carinho de sempre, é um prazer falar com vocês. Então, vou falar primeiro aqui de “Odoyá”, uma música que que teve a produção da Maria Rita e do Túlio Airold, no estúdio No Santo Som, em Campinas. A música bateu de cara, eu compus com Léo e Peu, meus parceiros de composição – o Peu é da Bahia, então ele tem muito conhecimento para falar de Iemanjá. ‘Odoyá’, eu acho que essa saudação é contemplativa a uma entidade tão bonita, que tanta gente que tá perto do mar valoriza toda essa cultura e a força que Iemanjá, a Rainha do Mar, tem.
A Maria Rita ouviu, adorou a música, aceitou o convite de produzir com a gente e o processo foi mágico. A Maria participou de cada detalhe com a gente, desde a escolha dos músicos, a produção no estúdio, ela foi de carro do Rio para Campinas, ?zemos o teste de Covid na galera toda, ela fez também e se envolveu em todos os processos com a gente, foi muito especial, foi como se fosse uma concretização de tudo o que eu tenho feito na minha carreira. Ter um nome como o da Maria Rita coproduzindo essa música foi algo surreal pra mim, bem emocionante. Já me emocionei tantas vezes falando disso e é de fato algo que marcou minha vida e minha carreira, ter o brilho dela como produtora nessa faixa. Ela nunca tinha produzido antes outra música que não fosse dela. Então foi muito especial, obrigado, Maria Rita, pelo carinho, por estar nessa música comigo e fazer parte da minha vida, da minha carreira. Tenho ela como grande amiga, já era fã e agora posso dizer que tenho ela como amiga.
O videoclipe também já foi lançado e ?cou lindíssimo, novamente com direção e roteiro de Enrico Boimond. Como foram as gravações deste trabalho?
Gabriel Gonti: O clipe foi muito especial. O Enrico entra nas loucuras comigo, nas ideias, e a gente trabalha muito bem juntos, tanto eu, quanto toda a minha equipe, gostamos muito dele, espero que a gente faça mais trabalhos juntos. Ele põe a mão na massa! Fomos para Arraial do Cabo e ele foi o único da equipe de gravação, o Léo foi com a gente também como assistente de produção, mas o Enrico coloca realmente nas costas dele todo o processo, diferente até dos grandes clipes que a gente vê.
Acho que a gente tem feito clipes de grande repercussão, de grande produção, só com o Enrico dirigindo, ?lmando e editando, então isso é um parâmetro diferente do que se vê no mercado. Acho isso muito valioso, a gente conseguir levantar um clipe com tamanha produção só com uma pessoa na equipe, isso me chama muita atenção.
Sabíamos que Arraial do Cabo era uma cidade com um mar de águas cristalinas, então fomos muito bem recebidos, chegamos lá e conseguimos o barco no mesmo dia que íamos gravar as cenas no mar. Fizemos muitas cenas mergulhando, acho que umas 50/100 vezes, eu realmente ?quei exausto ali gravando… Mas claro que tudo vale a pena. Foram dois dias de gravação bem exaustivos, mas tudo muito certeiro, eu tenho o privilégio e a sorte das coisas acontecerem assim.
Foi um processo parecido também com “Menina Salvador” [colaboração anterior de Gonti com Enrico], lá em Salvador, da mesma forma foi só o Enrico, então a gente vai continuar nessa onda gravando clipes com fotogra?a muito bonita, com a história, com todo respeito que a música merece, interpretando a música e eu me aventurando quanto a aspirante a ator (risos). Tô muito empolgado pra dar essa continuidade.
No começo do ano, você divulgou o EP “Amaré”, que sucedeu o “Gonti (Acústico)”. O que podemos esperar deste segundo semestre? Tem planos de lançar um novo EP ou disco? Novos singles?
Gabriel Gonti: Ainda vamos lançar mais músicas, estamos analisando o timing de cada coisa e tem alguns processos internos que estamos analisando. Mas já adianto que temos 4 músicas prontas e eu tenho certeza que são as melhores músicas que eu já compus até hoje. Então assim, é uma expectativa enorme, muito feliz com o resultado que nós chegamos nessas músicas. Me sinto cada vez mais preparado como cantor, como artista, compositor e ser humano para trocar energia para a galera. E essas músicas falam muito disso, essa busca energética, espiritual, de coisas que eu vivo, relacionamentos que retratam sempre boas energias e também desa?os. Essa é a base das minhas composições, sempre com parceiros que potencializam o que eu tenho de melhor. Eu gosto muito de compor com os amigos. Já temos muitas composições na manga.
Para você, como o período de isolamento social e a pandemia tem in?uenciado na sua criatividade e produtividade?
Gabriel Gonti: Eu acho que o isolamento e todo esse período de pandemia afeta a todos nós. Cada um tem seu desafio, seus problemas diários, suas inquietações. Eu acho que cabe a nós fazer esse recorte pessoal e também respeitar o ciclo que a gente vive, ajudar as pessoas com o que estiver ao nosso alcance, eu tenho feito isso. Os meus músicos, a gente acaba trabalhando juntos, produzindo, eu faço aula online, faço aula de guitarra com meu guitarrista, o Leo, que é compositor e meu amigo, a gente faz produções juntos. Eu sinto um dever, enquanto músico e ser humano, de agregar e trazer valor pro público. Eu sempre busco trazer energia boa e resgatar as minhas melhores energias para transferir pro público. Não que eu esteja sempre super sorridente na minha casa, eu acho que não sou de compartilhar tanto os meus desafios e tristezas, ainda mais nesse momento de pandemia.
Escolhi trazer energia boa pra dar uma calma pra galera, de notícias ruins já basta o que estamos vivendo em um desgoverno, que eu acredito que é totalmente despreparado em um momento que a gente precisaria tanto deles, não só do presidente mas de vários envolvidos. Não tenho problema nenhum em falar isso, acho que é nítido meu posicionamento quanto a isso. É um momento de resiliência e a minha escolha é transferir positividade para a galera, através de composições, de músicas e da minha mensagem. A minha criatividade está, sim, a?orada, com todos os desafios que estamos passando, acaba que a?ora a criatividade mesmo. Então, eu escrevo sobre os desafios que eu estou enfrentando e acho que tem a ver com a galera também, eu acredito que é isso que mais tem me chamado a atenção nesse momento de pandemia.
Você já realizou diversas colaborações na sua carreira, com nomes como Anavitória, Kamatos, Ana Gabriela, entre outros nomes. Com quem mais você gostaria de fazer uma parceria no futuro?
Gabriel Gonti: As parcerias me engrandecem muito como pessoa, como músico, é algo que eu sempre quero fazer, estar conectado com a galera, não só diretamente ligado ao meu estilo, mas também tô muito aberto a fazer outros estilos. Um e outro nome estão um pouco mais relacionados ao meu estilo, mas quem eu gostaria muito de fazer é a Pitty, e tem tanto nome, Skank que é uma banda que eu admiro muito, AnaVitória eu gostaria muito – são minhas amigas, eu acompanho a carreira delas e a Aninha já produziu uma música com a gente, que se chama Nuvens. São grandes nomes aí, acho que é um universo grande de possibilidades, seria um prazer cruzar com o maior número de artistas possíveis na caminhada, compartilhar minha composição. É muito importante escutar o outro, não só na música, escutar o que o outro tem para agregar, trazer ensinamentos que possam agregar tudo, eu sinto que é essa a magia das colaborações.
Daqui a 5 anos, como você enxerga a sua carreira? Quais são os seus maiores planos a longo prazo?
Gabriel Gonti: Essa pergunta sempre desafia a gente. Eu me vejo daqui a 5 anos com pelo menos uns 7 discos lançados, já tenho 3. Quero ter feito shows nas principais cidades do país e quero também chegar fora do país, principalmente Portugal, que eu sei que já tem um público legal que me escuta. E dar continuidade ao que eu já tenho feito, lançar álbuns, atingir o maior número de pessoas que querem se conectar com a minha mensagem e eu chegar até a cidade delas e cantar. Isso é a base da carreira que eu acredito, acho que esse número tá bom, 7 álbuns, talvez 8. E também quero atuar em ?lmes, quero mergulhar em outras frentes da arte que eu já to fazendo, tem mais de um ano que eu estudo atuação, inclusive.
Eu acho que é navegando em outras frentes da arte que me instigam, que me dão prazer de trabalhar, de estudar. Eu vejo na atuação, na música, também um pouco de moda, eu gosto também de estar envolvido com marcas, divulgando marcas, quanto mais eu tiver voz, mais eu quero dar voz a outras frentes, a atuação, a parceria com marcas que eu possa agregar valor com os meu princípios. E tudo isso está atrelado a música.
Gostaria de deixar um recado aos leitores da Nação da Música?
Gabriel Gonti: Nação da Música, eu acompanho vocês e tenho orgulho de estar falando aqui. Acho que vocês são formadores de opinião, por mais que esse termo seja peculiar (risos), vocês realmente são fora da curva. Estar sempre colocando em pauta bons lançamentos e trazer críticas em cima disso, as críticas construtivas que nos engrandecem como artistas. É um prazer falar com vocês sempre. Muito obrigado pela oportunidade, mais uma entrevista com vocês. Vocês sempre dando voz aos meus lançamentos, então muito obrigado de coração.
Tô aqui para agradecer e agradecer aos leitores, todos que acompanham a Nação da Música, dizer que vai ser um prazer receber vocês como ouvintes e ver vocês cantando nos shows as músicas, esse é o meu maior prazer e o que mais me instiga na música, ver a galera cantando. E convido vocês a entrarem nas redes, compartilharem as músicas, o que mais te chamar atenção a partir dessa entrevista. Um abraço, Nação da Música, nos vemos em breve!
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