Indicada ao Grammy Latino, a cantora mexicana Ximena Sariñana divulgou em abril o single “A No Llorar”, acompanhado de videoclipe que enaltece a feminilidade e o feminino. Com apoio à Fundación Crescendo con la Música, do pianista Jorge Viladoms, o lançamento terá parte dos royalties revestidos para a causa.
A Nação da Música teve a oportunidade de conversar com Ximena sobre o lançamento, assim como o álbum que ela está produzindo, a importância de trabalhar com mulheres e o papel do feminismo na vida dela.
Entrevista por Marina Moia.
————————– Assista à entrevista:
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————————– Leia a íntegra:
Vamos falar sobre o seu novo single “A No Llorar” Como foi o processo criativo dessa música? Ela nasceu num song camp, certo?
Ximena: Este é um song camp que eu organizei com uma amiga minha em Bogotá. Foi um evento para promover a participação das mulheres na indústria musical. Eu queria fazer isso para escrever músicas para este novo projeto, este novo álbum. “A No Llorar” nasceu ali. Acho que é a música que mais representa essa comunidade de mulheres se unindo e mostrando nossas emoções e sensibilidade através do conceito de chorar.
O videoclipe ficou muito lindo e sei que você trabalhou com muitas mulheres. Como foram as gravações?
Ximena: Para mim, era muito importante que o visual da música representasse essa colaboração com todas as mulheres que trabalharam na faixa. O clipe foi dirigido por duas mulheres do México. A diretora de fotografia também era uma mulher. Nós gravamos numa locação linda perto da Cidade do México. Eu amo como a enormidade do local contrasta muito com as cores das dançarinas e acho que elas foram muito capazes de capturar esse senso de sororidade e irmandade e sinto que capta o real sentido da música.
O que pode nos contar do que vem por aí? Álbum? Singles?
Ximena: “A No Llorar” com certeza faz parte de um projeto maior. Eu acho que definitivamente vai ser um álbum. Eu tenho muitas músicas que eu gravei durante a pandemia que serão lançadas em breve. Elas com certeza farão parte deste álbum conceito e é um álbum que eu estou tentando fazer com que seja o mais inclusivo possível com uma porcentagem bem alta de participação feminina na produção, composição, realização, nos visuais, na mixagem… Tem se tornado muito importante na minha música não apenas falar sobre esses assuntos, mas também trazê-los à tona, à realidade, na produção.
Você é uma feminista que luta pelo direito das mulheres. Como isso afeta sua música e quão importante é essa luta para você? Foi sempre assim ou o feminismo é algo mais recente em sua vida?
Ximena: Bom, acho que eu venho trabalhando… Especificamente com mulheres da ONU e dos direitos humanos, desde aproximadamente 2014. Uma vez que você percebe o impacto e a importância de buscar por igualdade, você se torna 100% defensora da causa. Eu tento cada vez incorporar isso na minha música e acho que músicas como “A No Llorar” são as que mais representam o meu desejo de compor músicas que são mais inclusivas.
Mas o álbum todo, como eu estava te falando, é parte deste projeto, de fazer um disco que é inclusivo não apenas nos tópicos sobre os quais ele fala, mas também nos bastidores e na produção do trabalho como um todo. E também representar as suas crenças. Acredito que isso com certeza se tornou uma prioridade na minha vida e no meu trabalho.
Quais artistas mulheres você admira? Tem alguém com quem gostaria de colaborar?
Ximena: Eu tenho tantas amigas incríveis na indústria, artistas mulheres que são inspiradoras demais aqui na América Latina. No meu país, há mulheres como Natalia Lafourcade, Carla Morrison, Julieta Venegas, Silvana Estrada, que é uma artista nova. Girl Ultra. Até quando eu estava no Brasil, no Rio de Janeiro, durante as Olimpíadas, eu conheci tantas artistas incríveis lá, como a Sofia, da [banda] Baleia, que é uma amiga minha. Tiê! Liniker, ela também é uma grande amiga minha.
Eu acredito que com certeza somos uma comunidade em crescimento que apoiam umas às outras. Minha experiência na indústria sempre foi de encontrar pessoas que me apoiam, sejam artistas como na produção, engenheiros, empresários… Acho que estamos todas nos ajudando muito!
Você recebe muitas mensagens dos fãs brasileiros? Eles podem esperar shows aqui quando for possível?
Ximena: Eu adoraria! Eu adoraria tocar no Brasil. É algo que quero muito. Com a Baleia, a gente chegou muito perto, eles iam me deixar fazer a abertura do show, mas o show deles foi cancelado então a gente não conseguiu! Como eu disse, tenho amigos incríveis que moram no Brasil, Tiê e eu nos apresentamos juntos em Barcelona no Primavera Sound Festival quando ela esteve lá. Eu adoraria voltar e me apresentar!
Por último, mas não menos importante, gostaria de mandar um recado aos fãs brasileiros?
Ximena: Eu estou morrendo de vontade de me apresentar no Brasil e poder me conectar num nível mais pessoal. Sou uma grande fã do seu país, da sua música e do seu legado. Com muita humildade, eu adoraria levar minha música até vocês e espero que as pessoas possam se conectar com o que eu faço.
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