Entrevistamos Di Ferrero sobre o novo álbum “:( Uma Bad, Uma Farra :)”

Di Ferrero
Foto: Divulgação

Neste sexta-feira (6), Di Ferrero deu mais um passo importante na sua carreira solo ao lançar o seu primeiro álbum “:( Uma Bad, Uma Farra :)”. As 12 faixas compostas pelo cantor refletem o seu caminho até aqui, mostrando que a vida é um ciclo de altos e baixos.

Diego conversou com a Nação da Música antes do lançamento para contar um pouco mais da história por trás de suas músicas. Também falamos um pouco sobre as colaborações no disco, seu retorno ao palco e a expectativa para o show no Rock In Rio 2022.

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Entrevista por Mariana Rossi.
————————————– Leia a íntegra:
Oi Diego, tudo bom?
Di: E aí, Mari! Tudo na paz!

O álbum se chama “:( Uma Bad, Um Farra :)” e eu imagino que agora com o lançamento do disco você esteja numa farra, uma alegria. Com certeza o caminho até a carreira solo não foi só farra, algumas bads também. Então, o disco foi pensado na sua carreira profissional ou na sua história em geral?
Di: Eu acho que foi no geral, na minha vida, mas como eu acabo escrevendo sobre o meu cotidiano e as músicas foram todas feitas de um ano para cá, elas foram nesse mood mesmo, nessa montanha-russa de bad e de farra. Uma coisa que posso dizer é que, sonoramente falando, elas têm uma parada que me deixa muito seguro.

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Acho que encontrei um caminho muito legal para mim, para ficar seguro o bastante para fazer um álbum inteiro. Lógico, tem bad e farras, mas o legal é que essa história toda vira música para mim e consigo colocar para fora, sabe? É isso, ninguém consegue ser feliz o tempo inteiro e ter só farra. A gente aproveita essa hora. Tipo, é lançamento, agora vou pagar festa e comemorar. E eu sei que em alguns momentos eu vou estar não tão feliz, vai ser esse turbilhão de coisas.

Você está conseguindo se inspirar tanto nos momentos bons quanto nos ruins?
Di: Sim, diferente do meu passado que era só em momentos tristes. Agora eu consigo fazer música em vários momentos. Na farra também, não só na bad [risos].

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Que bom [risos]. As letras novas parecem levar para um lado mais calmo, mais zen. Pelo que eu acompanho nas suas redes sociais, parece que você está vivendo uma fase mais assim mesmo, com meditação e tal. Você sente que mudou muito nesse sentido ou sempre teve esse lado?
Di: Acho que aprendi a driblar um pouco mais a minha cabeça, porque eu sei que não é um privilégio meu passar por momentos difíceis e ficar maluco. De repende veio uma pandemia, todo mundo cheio de planos e sonhos e aí boom, tudo muda em um segundo. Então, meio que me encontrei para ficar um pouquinho mais são e não precisar ficar me entupindo de remédio. Aprender a respirar em algumas horas e tentar buscar outras coisas.

Eu sou um cara curioso, gosto de aprender. Desde meditações até coisas tântricas e cursos. Tudo isso para eu conseguir fazer uma música, para conseguir viver com o que eu amo fazer que é som. Tudo isso é para eu ficar mais são mesmo. É só para driblar, mas eu estou na mesma loucura que antes, se não pior [risos].

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Mas tem que ser assim mesmo, uma energia dentro. Ao mesmo tempo que existe essa calmaria, eu sei que você se inspira muito no pop punk e rock  que estão voltando com muita força. Como você vê esse crescimento atual e seu lugar nele?
Di: Eu vejo de forma muito positiva. Desde uns caras tipo Post Malone começarem com melodias que eram total de rock dos anos 2000, fazendo trap ou rap, mas com a linguagem de rock. Eu vejo que a linguagem nunca deixou de existir, mas o rock que a galera espera com duas guitarras pesadas e tal, pode ser que não esteja mais tão aí.

Mas assim, ele está em outras situações, dentro da linguagem, atitude e lifestyle de vários artistas pop, como Miley Cyrus e Harry Styles. Tem muito do rock ali, só que eles conseguem misturar e colocar a cara deles no som. Isso é muito legal, porque esse conceito de banda e a galera tocar voltou a ser relevante. Eu vejo pelos festivais e artistas novos que têm aparecido, tem bastante gente.

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Meu lugar nisso… nunca parei para pensar, mas as pessoas me falam muito. Estou tentando me colocar nesse lugar de poder ajudar e também puxar o bonde. Tipo, tocar junto com uma galera nova. Eu me considero um artista novo né, solo. É diferente do Nx. Eu sinto que está muito parecido com o começo lá do Nx, tipo os festivais, conhecendo gente, girando, indo nos shows. Isso é irado, porque não é só banda.

Como eu falei, é a linguagem de rock. São artistas, às vezes o cara é solo, às vezes são só duas pessoas. Não tem duas guitarras, uma batera e um baixo, não é aquela coisa igual era. Não são só homens brancos, é todo tipo de gente fazendo um som, fazendo rock. A diversidade é maior, a diversidade de som é maior, mas a linguagem de rock está muito presente.

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Com relação aos artistas novos, duas das colaborações são com o Vitor Kley e a Clarissa, que estão também mais no início de carreira. Quão importante é para você trazer eles para o seu álbum?
Di: O meu primeiro quesito de feat é ter uma conexão. Com o Vitor, desde que ele apareceu eu acho ele um moleque da hora, querido e, principalmente, ele toca muito e as músicas são boas. Ele sempre me inspira, me bota pra cima. Eu também escuto as coisas dele. A gente sempre fica mandando uma parada um pro outro e tal. No álbum, eu chamei ele para fazer uma outra música, que é “SORTE”, só que ele escolheu “INTENSAMENTE”. Ele falou “Não, legal essa, mas eu prefiro a outra”.

“Mas essa aqui tá melhor” [risos].
Di: É, “Eu quero essa aqui” [risos]. A gente está morando perto, ele mora em Itajaí e eu em Floripa, então ele foi lá em casa com os pais e a gente ficou nesse estúdio improvisado no quarto. A Clarissa, por exemplo, eu não conhecia pessoalmente, mas eu precisava de uma voz feminina. Homem também tem voz feminina, não é uma mulher. Uma voz feminina para combinar com a conversa que eu tinha imaginado na música e ela tem uma coisa na voz que tem tudo a ver.

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Ela é do Rio e eu de São Paulo, então combinou muito e a gente ficou brother. Ela conhece muito da cena, de onde eu vim. Ela faz parte desse mundo, mas do jeito dela também. Foi muito legal, têm outras pessoas ouvindo as músicas através deles.

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Eu queria saber um pouco sobre a composição, porque você já escrevia na época do Nx Zero. Acredito que agora você tenha mais liberdade, apesar de que antes eu imagino que também não tinha tanto controle, digamos assim. Como que isso mudou para você?
Di: Eu sempre tive muita liberdade, no Nx também. As músicas saíam de mim e do Gee [Rocha]. Agora tenho liberdade, tive até mais no começo da carreira, no sentido de experimentar tudo que eu pudesse. Fazer música com gente diferente, que ninguém nem esperava. Toda essa parada até eu falar “Pô, agora eu quero voltar para casa. O que eu curto, o que eu estou fazendo?”. É legal achar um caminho de qual é a minha cara, qual é a cara do Di? Do momento, né? Porque sou geminiano, então fico mudando.

Então, essa liberdade sempre existiu, mas o que eu tenho agora é mais segurança. É isso que eu sinto, mais segurança de mostrar um álbum, nas minhas composições e no meu rolê todo. Sabe? Eu tenho uma história, tenho uma cara. Tipo, o que as pessoas esperam e o que eu vou fazer? Para que isso não me atrapalhe na hora de compor, que eu consiga fazer uma parada mais genuína mesmo, então estou mais seguro.

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A música “AMANHÃ QUEM SABE” conta com a participação do Junior Lima e a letra faz uma referência à música “Evidências”, da dupla Chitãozinho e Xororó [Tio e pai do Junior, respectivamente]. O convite surgiu antes ou depois da referência?
Di: Antes, bem antes. Eu já queria fazer um som com ele e eu estava na dúvida, queria que ele cantasse e tocasse. A gente até falou sobre isso no dia da gravação. Aí eu acabei fazendo um verso dois, porque repetia o verso. Eu mandei pra ele e ele curtiu. Na real, foi uma brincadeira que acabou ficando, porque essas coisas são legais, quando sai natural. Na verdade o pai dele é o Xororó e é o tio dele que eu falo né, “Salve Chitão!”.

“Evidências” é muito foda! No último réveillon, tinha um chinês com a gente. Chinês mesmo, ele é taurista. Não sabe nem rezar um Pai Nosso, não é por mal. Não rolou o Pai Nosso, mas ele sabia cantar “Evidências”, então a gente cantou. É uma música que é um hino, sabe?

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Aquela parte “Eu não nego as aparências”, não preciso disfarçar quem eu sou, as evidências… Achei muito foda colocar isso na letra, porque eu e o Junior estamos em momentos diferentes da nossa vida. Mas ele, como ele é, depois de ter feito uma tour gigante e ter revivido várias coisas, e eu numa outra fase da vida com a carreira solo. Mas a gente se conheceu lá atrás, quando ele estava com outra banda e eu também e a gente tá aqui ainda, sabe? Então achei que faz todo sentido colocar isso, foi uma sacada legal.

Sim, eu adorei quando ouvi!
Di: Ah, que bom!

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Agora eu tenho uma pequena reclamação [risos].
Di: Ih!

“FAKE SONG” é muito boa e muito curta. Me lembrou muito Raimundos, porque você não fez uma música mais longa?
Di: Ah, porque dá vontade de ouvir de novo. Uma galera está reclamando disso mesmo, porque eu lancei ela antes. Eu acho que ela, dentro do álbum… É que pra mim, ouvir o álbum na sequência é legal. Ela é um banho de água fria ou quente, acho que é água quente. Porque ela dá uma esquentada, uma porrada.

Tá bom [risos].
Di: Desculpa, tá? [risos]

No próximo álbum você faz uma maior.
Di: Eu vou fazer a “FAKE SONG 0.2”, boa ideia!

Vou cobrar depois!
Di: Vai sair no deluxe. Boa ideia, vou fazer a continuação dela.

E agora com o retorno dos shows, como está sendo essa experiência. Estava sentindo falta do calor do povo?
Di: Nossa senhora, não estava aguentando mais. Saudade até de trombar nos outros. Saudade demais! Do rolê todo, não só de show, de viajar e de encontrar e falar com as pessoas. Porque o show é a celebração, o antes e depois são incríveis também.

Sim, você até fez um show que teve a participação do Tavares [ex-Fresno] e do Gee [ex-Nx Zero] em Porto Alegre, sendo que sua banda também já tem pessoas que eram da cena. Como foi esse encontro?
Di: Acho isso muito legal, porque é muita história e a gente ainda quer contar muita história pra todo mundo que tá ali. O Tavares, por exemplo, sempre lança coisa e o Gee também tem a carreira dele, ele lança umas músicas muito legais. Ele mesmo fez várias músicas da minha carreira solo comigo. São três ou quatro já.

Eu gosto de celebrar, queria fazer uma festa. Está todo mundo querendo viajar e tocar, né? Então, estou chamando o máximo de pessoas possíveis e isso vai ser na tour inteira, sempre quero chamar participações. Em São Paulo eu vou chamar uma que ninguém está esperando, vai ser foda!

No show de lançamento?
Di: É, vai ser dia 10 de junho porque meu aniversário é dia 11, então à meia-noite eu estarei no palco.

Ah que legal! Vai ser um show e uma festa.
Di: Já estão quase acabando os ingressos, vai ser bem legal!

Vai ter bolo?
Di: Ah, com certeza, né? Alguém vai me dar uma bolada na cara.

Você foi confirmado no Rock In Rio junto com o cantor Vitor Kley, mas você já se apresentou antes com o Nx. Você vai dar algumas dicas para ele? E como estão as expectativas?
Di: Olha, acho que a gente vai se ajudar porque é uma situação totalmente diferente do Nx. Tipo, claro que pode até ter músicas do Nx no repertório, mas a gente vai tocar em outro momento. Temos que fazer o show das nossas vidas, eu e ele. Com o Nx era outro momento, era o palco Mundo e nesse vai ser o Sunset que vai ser incrível também. Vai ser no dia do Green Day e no palco Sunset vai estar a Avril Lavigne, então vai ser na veia! Com a minha galera, as pessoas que gostam do meu som, vai ser foda. A gente vai ter que se entregar mesmo.

Vai ser muito bom! Boa sorte no Rock In Rio e com o lançamento do disco. Gostaria de deixar um recado para os seus fãs e leitores da Nação da Música?
Di: Ah, queria agradecer a Nação da Música por sempre estar me apoiando e dando espaço. Pra quem estiver na farra aí agora e na bad também, saber que logo vem a farra! Curtam muito meu som novo. Esse álbum foi feito para tocar ao vivo, então espero todo mundo no show. Todas as músicas foram pensadas para o show, espero vocês lá!

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