Entrevistamos PJ Morton sobre novo disco “Watch The Sun”

PJ Morton
Foto: Laiken Joy/Divulgação

O cantor, compositor e produtor musical americano PJ Morton lançou no final de abril o seu mais novo disco de estúdio, chamado “Watch The Sun”. Este é o 14º álbum da carreira do músico, que também viaja o mundo como tecladista da banda Maroon 5.

A Nação da Música conversou com PJ sobre o processo criativo do novo disco, os Grammy que ele já ganhou na carreira e também sobre a cidade natal, New Orleans, que possui bastante influência no trabalho dele.

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Entrevista por Marina Moia.
————————————- Leia a íntegra:
Vamos falar sobre seu álbum novinho em folha, “Watch The Sun”! Qual foi o processo criativo desta vez?
PJ Morton: Foi muito diferente porque eu comecei no início da pandemia e então sofri um problema no computador e perdi muitas músicas nas quais eu estava trabalhando. Isso fez com que eu parasse e ficasse mais presente no que estava acontecendo na vida, ao invés de ficar distraído apenas com o meu trabalho. Pensando agora, eu fico feliz que tenha acontecido porque fez com que eu ficasse mais focado no que eu realmente queria falar.

Depois que eu tive algumas ideias, nós fomos para Bogalusa, em Louisiana, que fica a algumas horas de New Orleans. Ficamos por lá e foi ali que eu realmente comecei a criar o álbum, o formato dele, e o resto é história.

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Para fazer algumas das colaborações, eu fui para Califórnia, para Houston, mas isso veio depois que as músicas foram criadas. Nós temos muitas pessoas incríveis no álbum, como Stevie Wonder, Nas, Jill Scott, Chronixx… Isso fez com que o álbum virasse algo único. Estou muito feliz com o resultado.

Como você mencionou, o álbum possui muitas colaborações. Colaborações incríveis, aliás, cada uma delas. Qual o seu processo de escrita? Você escreve tudo antes e depois pensa nos artistas ou já escreve com alguns em mente?
PJ Morton: Eu penso nos artistas depois porque acho importante fazer uma música forte antes. Algumas vezes, as pessoas usam as colaborações como uma muleta, sabe? “Se fulano estiver nesta música, vai ficar melhor”. Mas eu gosto de ter certeza que a música é boa sem ninguém nela. Depois eu vou pensando em quem soaria bem em cada faixa e eles levam a canção a um outro nível. Eu não gosto de pensar nas colaborações antes, apenas depois.

Quão diferente foi fazer esse disco em relação aos seus trabalhos anteriores? Além da questão da pandemia, é claro.
PJ Morton: Meu ritmo foi muito diferente desta vez. Se eu começo uma música, provavelmente vou terminá-la nos próximos dias ou no máximo em uma semana. Mas neste [álbum] eu demorei meses e meses em cada música. Às vezes eu tinha uma batida meses antes de ter qualquer outra parte da música pra ela. Para mim, essa foi uma grande diferença. E também ir para outro lugar para fazer o disco, eu nunca havia feito isso. Foi uma nova parte do processo que eu acho que fez com que ficasse especial também, o fato de que eu fugi de tudo e fiquei isolado.

Tem alguém com quem você gostaria de trabalhar no futuro?
PJ Morton: Todas as pessoas difíceis! [risos] D’Angelo está no topo da minha lista. Eu sou um grande fã dele e ele me influenciou muito já. André 3000 é alguém com quem eu adoraria colaborar. Eu acho que ele é um mestre e eu amo tudo que ele já fez. Vou dizer também Kendrick Lamar, que acabou de lançar um álbum incrível. Ele está bem no alto da minha lista também. Esses são meu Top 3 que eu adoraria fazer qualquer coisa junto [risos]. Adoraria trabalhar com eles.

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Eu preciso te parabenizar porque você acabou de ganhar mais um Grammy! É o seu quarto prêmio consecutivo! Como se sente?
PJ Morton: Muito, muito obrigado! É uma loucura. É incrível. Nós trabalhamos nesta música [“We Are”] pouco antes da pandemia e durante a pandemia também. Eu lembro de trabalhar nela no meu pequeno escritório ou num quarto de hotel, algo assim, e quem diria que este álbum se tornaria tudo isso e me renderia outro Grammy?! Na verdade, eu estava no Brasil quando ganhei o Grammy, em São Paulo! É incrível. Faz com que eu continue sendo eu mesmo e o resto irá se acertar sozinho.

New Orleans é uma cidade, um lugar muito importante para você e para o seu trabalho. Como você explicaria essa cidade para alguém que nunca passou por ela? Como eu! Eu nunca viajei para fora do Brasil.
PJ Morton: É uma cidade com pessoas muito calorosas. As pessoas vão conversar com você assim que você pisar nas ruas, vão falar com você como se fosse um familiar. Muita música boa por toda parte. Parece que a música nunca para quando você está fora. Algumas das melhores comidas do mundo. Todos os tipos de comida tem por lá! E tem os clubes que você pode dançar a noite inteira! A cidade está sempre viva, está sempre se movimentando, ela nunca para. Eles dizem que Nova Iorque é a cidade que nunca dorme, mas na verdade é New Orleans que nunca dorme! [risos]. É um lugar muito especial, com muitas tradições, como as festas nas ruas, onde fechamos as ruas e o povo festeja tudo junto, meio que como o Carnaval, mas mais vezes ao ano. As casas são coloridas! Pintadas de amarelo vibrante, rosa, verde, azul… Eu amo, eu amo demais.

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Quando você vai para lá, você se sente mais inspirado?
PJ Morton: Eu moro lá agora, eu me mudei de volta há uns cinco ou seis anos. É minha casa, é meu lar de novo! Então eu consigo me sentir inspirado o tempo todo. Para mim, parece uma ilha também onde o povo de New Orleans só age daquela maneira dentro da cidade e não fora, em outros lugares. Temos nossa própria história e nossa própria identidade. É um lugar muito único.

Como o seu trabalho no Maroon 5 influencia o seu trabalho solo? Ou vice-versa, se preferir.
PJ Morton: Eu acredito que eles são coisas bem separadas. A Maroon 5 tornou possível que eu fizesse a música solo que eu sempre quis fazer. Porque não havia pressão. Eu estou numa banda de sucesso, onde eu estou indo bem, e isso fez com que eu fosse livre para fazer a música que eu quero fazer, sem ficar pensando nas vendas. Isso que Maroon 5 me permitiu. Ser livre. E eu sempre fui fã de música pop, de ver tantas pessoas cantando as músicas. Eu sempre amei a simplicidade da música pop.

Como você comentou anteriormente, você esteve recentemente no Brasil! Como foi retornar ao nosso país?
PJ Morton: Foi incrível. Eu amo o Brasil. Eu amo as pessoas do Brasil. É sempre uma vibe. São os fãs mais intensos [risos]. Eu amo isso. E foi ótimo. A única coisa é que mal posso esperar para ir com meu show solo para o Brasil. Quero viver essa experiência no Brasil. Eu sei como é tocar no Rock in Rio e como é tocar para mais de 200 mil pessoas, mas mal posso esperar para me conectar com os fãs através do meu trabalho solo também. Vai ser demais, eu quero muito!

Eu ia te perguntar isso mesmo! Alguma chance de você vir em breve como artista solo?
PJ Morton: Estamos trabalhando para isso! É o plano. Espero que no ano que vem, já que temos uma turnê grande programada para este ano.

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Gostaria de mandar um recado aos fãs brasileiros?
PJ Morton: Minha mensagem aos meus fãs brasileiros é que eu amo vocês! Mal posso esperar para vê-los pessoalmente e tocar para vocês pessoalmente! Obrigado por todo o apoio e por todos os comentários. Sempre vejo vocês nos meus comentários. Vejo vocês em breve!

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Marina Moia
Marina Moia
Jornalista e apaixonada por música desde que se conhece por gente.