Entrevistamos Tom Chaplin sobre novo disco “Midpoint”

tom chaplin
Foto: Derek Hudson

O cantor britânico Tom Chaplin divulgou no começo do mês de setembro o mais novo álbum da carreira solo, chamado “Midpoint”. O trabalho conta com singles como “Gravitational” e “Overshoot” e logo o músico entrará em turnê pelo Reino Unido.

Conhecido por ser vocalista da banda Keane, Tom Chaplin conversou com a Nação da Música antes do lançamento do álbum sobre as expectativas para o disco, a influência da pandemia na sua criatividade e também sobre as vezes que veio ao Brasil.

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Entrevista por Marina Moia.
—————————————— Leia a íntegra:
Oi, Tom! Obrigada por falar com a gente. É um prazer. Poderia nos contar sobre a história por trás do segundo single de seu álbum, a música “Gravitational”?
Tom Chaplin: Acredito que seja uma música de amor, na verdade. Ela é uma música escrita pelo ponto de vista da experiência [risos]. Estou no mesmo relacionamento há quase 20 anos, tenho 2 filhos, um lar em que vivemos há 15 anos… Eu tenho esses aspectos que são parte da minha vida há muito tempo e acredito que eles sejam meu lar físico e espiritual. As pessoas e o lugar. Eu sou sempre atraído de volta a eles. A música fala sobre como mesmo quando eu me senti distante destas coisas, eu também senti uma força me puxando de volta para eles. Eu acho que a vida é muito misteriosa e tem coisas que não conseguimos explicar ou entender sobre nossa existência como seres humanos. Quando temos relações com outras pessoas ou quando estamos apaixonados e juntos em nossos lares, é daí que tudo faz sentido, certo? E eu acredito que todos nós precisamos disso. Essa música é sobre isso, sobre essa força que me faz voltar para aqueles que eu amo e que fazem eu me sentir centrado e normal.

O que os fãs podem esperar do seu mais novo álbum “Midpoint”?
Tom Chaplin: É um álbum sobre essa fase da vida [meia idade]. Eu acredito que não seja algo que tenha sido muito falado porque não parece ser o tema de muitas músicas pop [risos]. Quando penso sobre o assunto, acredito que o John Lennon falou um pouco sobre isso em “Double Fantasy”, com algumas músicas que falavam sobre esse estágio da nossa vida. Mas na verdade, eu não consigo pensar em nenhum álbum que seja sobre isso. É um estágio da vida que, obviamente, eu estou no momento e todas as pessoas ou estão passando por ele ou já passaram. E os jovens eventualmente vão passar por essa fase também.

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É aquela fase na vida onde você é presenteado com diversas questões. É quando você questiona tudo que você já construiu, a vida que você construiu para si mesmo, e você se pergunta: estou feliz com tudo isso? Ou quero destruir tudo e começar de novo? Me apaixonar por outra pessoa? Ter mais filhos? Comprar um carro bobo? Fugir para a Austrália? As pessoas podem fazer coisas loucas nesta fase da vida. E algumas pessoas vivem essas questões, mas tem a oportunidade de olhar para o que elas têm e ver que é algo muito especial e que precisa de cuidado e aceitação. O álbum é sobre tudo isso. Sobre lidar com a meia idade e esta fase em que me encontro atualmente. E também sobre a noção que no final disto, tem algo muito libertador e muito bonito. Acredito que há uma honestidade nisso e também no modo em que o disco soa.
É um álbum que não é cheio de barulho. É muito dinâmico e, espero, muito bonito. Foi gravado à moda antiga, ao vivo, com todos os músicos na mesma sala. Não está escondido atrás de uma grande produção. É simplesmente real. É isto que as pessoas podem esperar. Composições e músicas muito sinceras. Eu queria que fosse um daqueles álbuns em que as pessoas colocam o fone de ouvido e tiram um tempo para ouvi-lo, se permitindo serem absorvidas por ele. Para mim, não é um álbum que você pode só deixar rodando no fundo. Você precisa se aprofundar nele. Este seria meu conselho, mas as pessoas podem fazer o que elas quiserem [risos].

Como a pandemia influenciou a sua criatividade ou até mesmo este álbum?
Tom Chaplin: Eu não sei. É muito difícil, na verdade, saber se influenciou ou não. Eu comecei a escrever essas músicas quando a pandemia começou, mas acho que eu teria começado a escrevê-las de qualquer maneira porque eu estava preparado. Porque se passaram alguns anos que eu não tinha nenhuma inspiração ou vontade de compor. De repente, tudo começou a fluir e aconteceu na mesma época que a pandemia. Ela me deu o tempo e espaço para fazer esse álbum, com certeza. Mas acho que eu estaria compondo de qualquer maneira.

Como compositor, você vê diferença quando escreve para o Keane do que quando compõe suas músicas solo?
Tom Chaplin: Essa é a grande diferença para mim porque no Keane as composições são responsabilidade do Tim [Rice-Oxley]. É como ele vê o seu papel dentro da banda. E isso funciona super bem. Eu sempre fui a voz para essas músicas. Essa dinâmica funciona muito bem pro Keane, mas para mim, pessoalmente, eu preciso da minha própria válvula de escape e um espaço onde eu possa ter realmente a minha própria voz. Acredito que é isso que o trabalho solo me permite fazer. É muito empolgante, criativamente falando, de uma maneira que o Keane não é. O que é empolgante sobre o Keane é a parte das apresentações e poder cantar músicas tão incríveis. Isso é muito legal, mas não tanto a parte criativa. É isso que eu amo em fazer álbuns solo: poder mergulhar totalmente no processo criativo e nas gravações das músicas. É muito difícil ganhar disso e é por isso que continuo querendo gravar discos solos. Conforme eu envelheço, talvez eu goste mais disso do que me apresentar ao vivo.

Você já esteve no Brasil e eu inclusive fui num desses shows, que vocês fizeram com o Maroon 5, em 2012, há muito tempo! Podemos esperar shows da sua carreira solo por aqui?
Tom Chaplin: Que legal! Eu espero que sim! Mas o trabalho solo é mais difícil porque é muito caro levar todo mundo. É um caso de poder fazer funcionar financeiramente falando. É um jeito chato e não artístico de falar sobre isso [risos]. Mas é o jeito prático. Eu espero que ano que vem, em algum momento, eu possa ir até o Brasil para performar essas músicas. A energia na América do Sul é simplesmente diferente. Tem muita paixão e muito amor por música ao vivo de uma maneira que você não encontra em mais nenhum lugar do mundo. Tenho muita vontade de voltar e cantar essas músicas para vocês. Mas se isso não acontecer, tenho certeza que voltarei com o Keane mais para frente.

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Gostaria de mandar um recado aos fãs brasileiros?
Tom Chaplin: Obrigado por tantos anos de apoio! Obrigado por serem tão apaixonados em relação às músicas. Falando deste álbum, gostaria de encorajar as pessoas a tomarem um tempo para ouvir com a calma que ele precisa. Ouça com seus fones de ouvido, relaxado e mergulhe nele. É o jeito que deveria ser.

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Marina Moia
Marina Moia
Jornalista e apaixonada por música desde que se conhece por gente.