Resenha: “333” – Tinashe (2021)

Tinashe
Foto: Reprodução / Twitter

Um convite para refletir sobre nossas relações, nosso entorno e nossa maneira de ver o mundo, “333”, novo álbum da potência do R&B Tinashe – lançado na sexta-feira (06), como você pôde acompanhar aqui na Nação da Música – traz 16 faixas da cantora se autoconhecendo, e nos levando na jornada. Como já esperado da artista, o disco flutua entre diversos gêneros musicais sem dificuldade e mostra mais facetas de Tinashe.

Inspirado em uma jornada espiritual da cantora, além de explorações sobre diferentes dimensões e realidades virtuais, “333” traz discussões sobre equilíbrio e intenção – mas tudo ainda fazendo parte da personalidade dela.

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Começando o álbum com os versos “Esperando outra pessoa para me salvar / Eu me machuquei com orgulho tolo”, a faixa “Let Go” tem um ritmo leve e muito bem marcado por estalos, com sons de instrumentos de cordas atrás da voz angelical de Tinashe. Nessa, acompanhamos a artista em seu processo de deixar seus pesos e preocupações para trás e se tornar realmente livre – afirmando no final “Vai estar tudo certo / Quando eu soltar”. Seguindo essa, temos “I Can See the Future” e ela traz a face mais característica da cantora, rimando em um flow que caminha perfeitamente entre uma melodia envolvente e rap atrevido – com versos curtos e batida tradicional de R&B por trás. A faixa continua a jornada de autoconhecimento de “333” – apresentando uma Tinashe decidida e confiante dentro do universo do amor.

A primeira parceria do disco vem na canção “X”, com o rapper Jeremih – e sobre uma batida do seu colaborador frequente Hitmaka, que produziu faixas como “Feelings” no último álbum da cantora, Tinashe e Jeremih trazem versos ousados e sensuais. “X marca o local, procure e você vai achar”, com exemplos como esse, a cantora domina o encontro sexual e se coloca numa posição de poder. “Shy Guy” segue, uma faixa que traz uma face mais sentimental da artista. Em sua curta duração, Tinashe aponta para seu interesse amoroso e reflete sobre como ele está sempre colocando obstáculos no caminho do relacionamento deles – e ela agora está sendo forçada a ficar sozinha e pensar sobre.

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Bouncin” foi o segundo single de “333” – sobre o qual você pode ler aqui na NM – e é uma faixa divertida e provocativa, possibilitando que a artista mostrasse seu imenso talento para a dança, criando uma coreografia autoral e utilizando trampolins como instrumentos para ela. Além disso, a música tem uma bridge que continua o tema de autoconfiança e determinação, cantando “Eu sei o que eu quero, então venha testar isso”.

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A faixa seguinte é “Unconditional” e Tinashe nos leva de volta ao universo emocional de “Shy Guy”. Ao som de uma batida que muda bruscamente, começando com um ritmo bastante marcado e eletrônico, e tornando-se mais leve com som de cordas ao fundo – acompanhando o processo de abertura da artista, ela canta sobre a dificuldade que é ver alguém que você ama tanto com receio de ter um relacionamento contigo. A ‘outro’ da canção também vale ser destacada: um monólogo sobre a destruição da noção do romance da guerra traça paralelos com relacionamentos difíceis e momentos em que nos vemos como heróis, mas que na verdade estávamos causando destruição.

A intro de “Angels”, com a cantora de R&B Kaash Paige, começa com o fim do monólogo de “Unconditional” e traz um ritmo de rhythm and blues tradicional, no qual a voz envolvente de Tinashe e sua parceira podem ser ouvidas. Vivendo em Los Angeles entre muitas estrelas imensas, a artista usa essa faixa para narrar o encontro de um amor verdadeiro nesse ambiente em que “Todos os dias mais amigos estão se tornando estranhos”. Seguindo, temos a canção que dá nome ao álbum, “333” com participação da cantora e compositora Absolutely. Ela reflete mais sobre relacionamentos, porém dessa vez sobre o quão bem eles fazem a ela – inclusive podendo traçar um paralelo com amor próprio, Tinashe traz o tema da espiritualidade fortemente – afirmando “Quase parece sagrado / A forma que você me abraça” e agradecendo o universo e a natureza.

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Com produção do DJ Wax Motif, “Undo (Back To My Heart)” é um manifesto do crescimento pessoal – com Tinashe conseguindo perceber os próprios erros, perdoar e esquecer, abrindo-se de novo ao amor e à pessoa que ela machucou e que machucou ela. A artista inclusive aponta que está bem sozinha, mas que se seu interesse amoroso quiser, ela está pronta para deixar ele “Encontrar seu caminho de volta para meu coração”. A faixa seguinte é “Let Me Down Slowly” e pode ser considerada uma narração do processo de superação de um relacionamento. Contando sobre vícios acolhidos para substituir seu parceiro, a dificuldade de ainda sentir saudade dele e sobre como ela não pode esperar mais para chegar em um lugar no qual está completamente superada.

A décima-primeira canção do “333” é “Last Call” e ela continua esse momento de término – versando sobre toda a dor dessa ferida, que continua aberta, e sobre ter de desistir do relacionamento por erros repetidos. Com rimas como “Wasted in love, last call”, Tinashe consegue usar essa metáfora negativa do álcool e afirma que essa – a canção – é a última ligação ao seu antigo parceiro. “The Chase”, a seguinte, é possível interpretar como um momento da artista completamente superada, decidindo que não irá perseguir ninguém por cima de uma melodia crescente. Iniciando com “Não demorou muito para decidir / Que posso substituir seu corpo”, a cantora reganha seu controle.

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Nativa da Califórnia, Tinashe traz a vibe praiana e descontraída desse estado americano em “Pasadena”, junto com o rapper californiano Buddy – o primeiro single do álbum. Com letras sobre liberdade, sensualidade e aproveitar o verão e suas “noites perfeitas”, a artista cria uma atmosfera descontraída e de descanso, mais uma das faces dela em “333”. A próxima faixa é “Small Reminders” que Tinashe usa como uma lista de reafirmações pessoais e descrições de sua felicidade – com versos como “Eu tenho o sonho e agora eu vejo ele mais claro”.

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Bouncin’, Pt. 2” é uma completa nova versão do single que aparece anteriormente no álbum – com efeitos vocais e um ritmo mais lento e leve do que a original, servindo como uma passagem para a finalização do álbum. Intitulada apropriadamente, “It’s a Wrap” – expressão traduzida para “encerramento” – finaliza “333” com a participação da banda Quiet Child e o artista KUDZAI. Cantando “Reciprocar energias não é algo novo”, os participantes criam uma faixa que resume o ponto final de um relacionamento – só que sendo uma decisão própria, após perceber que evoluiu para um indivíduo mais maduro que seu parceiro.

O mais novo álbum de Tinashe, seu segundo projeto completo como artista independente, é uma jornada acima de tudo, buscando crescimento pessoal, superação e equilíbrio emocional. A cantora consegue evoluir ao longo das dezesseis faixas e oferecer um olhar único para dentro da espiritualidade desse processo. Mesmo que em alguns momentos “333” poderia se beneficiar de explorar melhor alguns tópicos, como a conexão da artista com a natureza e seu espírito, o álbum é incrível sonoramente. Tinashe consegue provar de novo que consegue pular de gênero em gênero sem problema nenhum e que sua composição de letras está cada vez melhor – além de transbordar talento no disco por completo.

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RESUMO DA RESENHA
Tinashe - "333"
Estudante de jornalismo, não-binárie e apaixonade por música. Sempre aberte para ouvir qualquer gênero, artista ou década. O universo do pop, principalmente hyperpop, k-pop e synthpop, é onde eu vivo e sobrevivo.
resenha-333-tinashe-2021Em “333”, Tinashe é uma cantora versátil, talentosa e enigmática - entregando um álbum que explora muitos ritmos, auras e sentimentos, criando uma experiência que nos leva a refletir sobre nossas próprias emoções e entrar nessa jornada em busca de equilíbrio junto com a artista.