Resenha: “Melodrama” (2017) – Lorde

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Fonte: Divulgação

Foi liberado, nesta sexta-feira (16) em todas as plataformas musicais, o novo álbum de estúdio da neozelandesa Lorde. Intitulado “Melodrama”, o disco é uma verdadeira obra de arte desde sua capa até a forma como a cantora conduz voz, instrumentais, letras e perspectivas.

Filha de uma poetisa renomada da Nova Zelândia, a cantora entrega um material lírico tão bom, se não melhor que o de seu primeiro álbum “Pure Heroine”. É como se Ella, seu nome de batismo, tivesse filtrado suas emoções e sensações por sua corrente sanguínea e as tivesse extraído direto para o papel.

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A peculiaridade com a qual Lorde enquadra os cenários de suas canções é ímpar e se mantém presente no novo material para reafirmar o potencial com o qual a mesma consegue transcrever suas experiências.

Os instrumentais do álbum, bem como sua estrutura foram pensados para nos envolver em uma atmosfera única do universo ao qual a cantora habita e com o qual a mesma se comunica. É inegável que Lorde possui uma liberdade expressiva, tanto musicalmente quanto corporalmente em sua obra e o trabalho traz à tona essa particularidade da cantora. Não é um disco que vá com a maré e muito menos contra ela, é um trabalho que inventa seu próprio curso d’água e coloca sua jangada em alto mar rumo a um desconhecido que iremos conhecer no percurso. É como a famosa frase de que a felicidade não é o destino, mas sim o percurso, e se estivermos abertos e aptos para mergulharmos nesse mar de emoções, dificilmente conseguiremos sair dele da forma como entramos.

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Os singles e faixas promocionais não resumiam o álbum de maneira alguma, pois cada canção tem sua singularidade ao mesmo tempo que fazem parte de um todo.

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“Green Light”, carro chefe do álbum e faixa que abre os trabalhos traz uma versatilidade instrumental bastante diferente para o que Lorde vinha se propondo até então, principalmente por ser uma faixa mais pop, ao contrário de “Sober” que apesar de possuir uma batida bastante melódica, é um pouco mais obscura do que o primeiro single e já cria uma aproximação maior com seu disco anterior.

“Homemade Dynamite” é a terceira faixa do álbum e é justamente aqui que já estamos completamente submersos no estilo alternativo de Lorde que consegue, com sua voz e potencial lírico, nos envolver. O CD permanece obscuro, deixando a dúvida se o primeiro single era apenas um feixe de luz. Quando avançamos para “The Louvre”, encontramos uma canção que não é nem uma coisa e nem outra. A sensação é que aguardamos uma explosão da faixa que acaba nunca acontecendo, pelo contrário, ela vai quase que como se dissolvendo sem que pra isso perca seu brilho, o que é uma introdução impecável para o que eu considero o ponto alto do CD, a delicadeza da voz e piano de “Liability”. É com ela que o CD diminui seus efeitos sonoros, instrumentais e produções milimetricamente pensadas.

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“Hard Feelings/Loveless” é a famosa ideia de 2 pelo preço de 1. A primeira parte é como um aquecimento para a segunda parte. Quase que como uma transição entre “Liability” e “Loveless”, que acaba antes mesmo de terminar, se é que me entendem.

E eis que chegamos a “Sober (Melodrama)”, faixa título do álbum e é justamente aqui que o disco atinge seu ápice de profundidade em todos os sentidos. Já estamos completamente submersos na ideia que compramos de Lorde e ela nos entrega um instrumental que se aproxima de uma produção típica do hip hop com batidas de trap sem que pareça uma apropriação cultural e então temos “Writer in the Dark”, que é uma voz e piano completamente diferente da vulnerabilidade já apresentada, pois a narrativa já avançou rumo ao seu clímax.

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“Supercut” é talvez a primeira vez em que há uma conexão pop no CD após “Green Light” lá no início, mas um pop na medida que até lembra o estilo musical de Robyn e nos faz querer imitar os movimentos que só a Lorde consegue fazer ao sentir a música como parte de seu corpo e “Liability (Reprise)” é o link perfeito entre “Supercut” e “Perfect Places” que é a cereja do bolo. A penúltima faixa não é o que se imagina ao ver o mesmo nome, mas ela casa perfeitamente onde se encontra no álbum e a última é um golpe certeiro encerrando o trabalho da cantora com um gosto de quero mais.

Melodrama é um quebra-cabeça de sensações, experimentações e conceitos que vai além do que qualquer artista atual mainstream faz pelo puro sucesso, afinal, o conceito de sucesso é subjetivo e a Lorde está ocupada demais a procura e ao encontro de maturidade aos 19 anos para se importar com reconhecimento, e no entanto ele vem.

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Tracklist:

01. Green Light
02. Sober
03. Homemade Dynamite
04. The Louvre
05. Liability
06. Hard Feelings/Loveless
07. Sober II (Melodrama)
08. Writer in the Dark
09. Supercut
10. Liability (Reprise)
11. Perfect Places

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Nota: 9

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Arquiteto e Urbanista por opção, cantor e amante de música por vocação. Uniu seu gosto por música e por escrita quando viu no Nação da Música a oportunidade de fundir ambos. Não fica sem um bom livro, um celular e um fone de ouvido. Amante de séries, televisão, reality shows, gastronomia, viagens e tenta sempre usar isso a seu favor para estar reunido com família e amigos. Uma grande metamorfose ambulante reunida em um coração sonhador com um toque de humor indispensável.