Resenha: “Red (Taylor’s Version)” – Taylor Swift (2021)

Taylor Swift
Reprodução / Twitter

Nove anos após o lançamento da versão original do sucessor de “Speak Now” (2010), Taylor Swift finalmente disponibiliza nas plataformas de streaming a nova e renomeada edição do seu quinto disco de estúdio: “Red (Taylor’s Version)”. A releitura do álbum, que marcou a transição da artista do country para o pop, traz 30 faixas no total, exatamente como teria sido apresentado ao público em 2012, caso a cantora pudesse mostrar ao público tudo o que havia criado.

Esse trabalho conta com as já conhecidas participações de Gary Lightbody, do Snow Patrol, e Ed Sheeran, além das adições de Phoebe Bridgers e Chris Stapleton, na sessão “From The Vault”. Todas as canções são creditadas à Swift, com colaborações de Dan Wilson, Max Martin, Shellback, Liz Rose, Jacknife Lee, Maya Thompson, Patrick Monahan e Lori McKenna.

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Taylor aparece entre os nomes dos produtores do álbum, junto com os já conhecidos da versão original Butch Walker, Dan Wilson, Jacknife, Jeff Bhasker, Shellback, acrescidos da colaboração de Aaron Dessner, Christopher Rowe, Danny D., ELVIRA, Espionage, Jack Antonoff, Paul Mirkovich, Tim Blacksmith.

Swift ficou conhecida mundialmente por ser uma compositora que fala sobre as suas experiências românticas através das suas letras, o que foi justificado por ela em entrevista concedida à USA Today como uma forma “muito mais precisa” de seus fãs saberem a realidade dos acontecimentos da sua vida pessoal.

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Vermelho é uma cor que transmite inúmeras sensações às pessoas, desde amor até raiva e ressentimento, muitas reações bastante conhecidas por pessoas que já se apaixonaram, sem dúvidas. Ao anunciar, em junho, que esse seria o seu próximo relançamento, a cantora o definiu como um “mosaico fraturado de sentimentos que, de alguma forma, acabavam se completando no final”.

No mesmo parágrafo, ela revelou que, apesar de não saber exatamente como aconteceu, se com a ajuda do seu público fiel ou o tempo, “alguma coisa se curou ao longo do caminho”. Em comparação com 2012, ela declarou que essa cor também é sinônimo de  aventura e que o álbum foi isso: uma grande aventura. O que nos leva a questionar se a cor ganhou um novo significado para ela.

O fato desse projeto ter sido inspirado em emoções intensas vai muito além de seu nome, está, também, nas letras quando prestamos atenção. Notavelmente, além da produção, por ter ganhado a colaboração de novas idéias, o timbre de voz de Taylor está mais forte e amadurecido com o passar dos anos.

Ao todo, “Red (Taylor’s Version)” possui pouco mais de duas horas de duração. Ou seja, é praticamente um longa metragem, o que fez com que essa resenha ficasse mais longa do que o comum, mas espero que seja proveitosa àqueles que gostam. Visando deixar a experiência mais condensada, a análise das canções não está na ordem do disco, mas em comparação entre originais e remixes (cópias das obras com novos elementos, sejam eles quais forem) presentes nesse compilado, com exceção da finalização.

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O ato inicial fica por conta de “State of Grace”, que também ganhou uma versão acústica extraída do cofre, conforme vídeo em seguida, e fala sobre a sensação de se apaixonar. Visto que essa é uma obra sobre toda a experiência acerca desse ato, faz sentido começar a partir dela e seguir para a faixa-título, “Red”, que faz comparações entre cores e emoções que sentimos ao longo da vida.

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Assim como em “Fearless (Taylor’s Version)”, os arranjos e harmonias dessas primeiras faixas continua praticamente igual, mas os instrumentos definitivamente estão mais destacados, como se ela realmente estivesse tomando posse de algo que é inteiramente seu. Em seguida ouvimos “Treacherous” e a grandiosa “I Knew You Were Trouble”, que em 2012 garantiu a artista o topo da Billboard Hot 100 pela primeira vez em sua carreira.

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Seguindo a empolgação da canção anterior, “22” é a música mais utilizada por conhecedores da artista que estão nessa faixa-etária. Ela é celebratória, é um grito de liberdade em meio a esse caminho completamente tortuoso no qual estamos nos aventurando. Contudo, “I Almost Do” quebra um pouco esse ritmo, nos trazendo de volta ao estado introspectivo, pensativo e fazendo notar o quanto o estado de renovação pós-término não é nem um pouco linear.

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Nessa montanha-russa de sentimentos, a artista entoa “We Are Never Ever Getting Back Together”; primeiro single promocional dessa era na época da sua divulgação, em agosto de 2012. Foi indicada a diversos prêmios, incluindo “People’s Choice Awards”, mas acabou ganhando na categoria ‘Top Country Song’, embora seja mais pop, no “Billboard Music Awards”. A divertida “Stay Stay Stay” manteve tanto a sua mágica inocente, quanto as risadinhas em sua finalização.

A primeira colaboração acontece em “The Last Time”, na qual Swift canta com o líder da banda Snow Patrol, Gary Lightbody. A letra retrata uma conversa, o que nos remete a recém-lançada “exile”, parceria com Bon Iver presente em “folklore”. “Holy Ground” nos dá impulso de novo, com elementos que lembram as músicas de uma quadrilha tradicional, com leves toques pop.

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Porém, como talvez já tenhamos notado a essa altura, a felicidade não dura muito nesse território e caminhamos de encontro a “Sad Beautiful Tragic” e sua mensagem saudosa a algo que não existe mais e, ainda assim, não conseguimos deixar de voltar naquela história. À Billboard, ela revelou ter escrito após um show, enquanto estava pensando sobre o relacionamento que havia terminado há muitos meses: “Não existia mais o sentimento de tristeza, raiva ou qualquer uma dessas coisas. Era uma perda melancólica.”

E é nesse ritmo que embarcamos em “The Lucky One”, que soa como uma espécie de desabafo da autora acerca das consequências trazidas pela fama e o fato de que a vista dos outros ela pareça ter uma vida incrível, ainda se sente usada por ter sua vida pessoal exposta na capa dos tablóides. A parceria com Ed Sheeran nasceu a partir do desejo mútuo e sincrôno de trabalharem um com o outro, assim nasceu “Everything Has Changed” que possui elementos dos dois, lembrando também os trabalhos iniciais do compositor britânico.

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“Starlight” foi escrita a partir de uma foto de Ethel e Bobby Kennedy quando eles tinham 17 anos, segundo a artista, e aparentavam estar se divertindo muito, algo que conseguimos sentir através dos arranjos expostos aqui. “Begin Again” é uma canção country, sendo também faixa introdutória dessa jornada na época do lançamento de “Red”, e mostra o recomeço dela, após ter passado por uma experiência amorosa ruim.

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Seguindo a experiência autobiográfica, “The Moment I Knew” fala sobre o aniversário de 21 anos de Swift e a “pior experiência de todas”, em um dia que deveria ser de celebrações e sorrisos. Essa colcha de retalhos, formada a partir de diversas histórias, nos apresenta “Come Back…Be Here”, baseada num relacionado que de repente se transforma em algo à distância e deixa a narradora sentindo saudades constantemente.

A produção de “Girl At Home” ganhou novos elementos de eletro-pop, tornando-a tão pop quanto o seu sucessos “1989” e mostrando ainda mais o alcance que o talento de Taylor, somado à elementos introduzidos por Elvira, pode atingir. Após a já mencionada “State of Grace (Acoustic Version)”, temos “Ronan”, escrita em homenagem a Ronan Thompson, uma criança de quatro anos que faleceu em decorrência de um câncer, com autorização da mãe dele, Maya Thompson; creditada aqui como co-autora.

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Taylor acompanhava o blog escrito por ela e, após conhecê-la pessoalmente, escreveu música. Na época, todos os procedimentos arrecadados a partir das vendas foram tanto para a instituição fundada em nome dele quanto para outros fundos de pesquisa contra o câncer.

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Iniciamos agora, a parte “from the vault” do disco. “Better Man” é uma composição original de Taylor, embora tenha sido dada ao grupo country Little Big Town e garantindo a eles o Grammy na categoria “Best Country Duo/Group Performance”, em 2018. É um apelo da narradora sobre o relacionamento perdido e o quanto ela desejava que o seu parceiro fosse alguém melhor e conta com a participação de Liz Huett e Caitlin Evanson nos vocais de apoio.

A colaboração com Phoebe Bridgers intitulada “Nothing New” foi inspirada em “A Case of You”, de Joni Mitchell, segundo o Genius. Essa balada vulnerável fala sobre as mudanças pelas quais nós passamos ao longo das nossas vidas e o fato inevitável de nos tornamos algo passado e batido, deixando de ser uma ‘novidade’. Aqueles que estão acostumados com o som de Bridgers, notarão o quanto a sua adição foi importante porque carrega muito de sua obra autoral.

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Em 2018, “Babe” foi concedida pela cantora à banda Sugarland, mas ela foi composta em parceria com Pat Monahan, vocalista da Train, e traz elementos harmônicos que me lembraram muito algumas canções pop dos anos 90. “Message In A Bottle” também tem a mesma pegada eletrônica/pop sobre a qual falamos há alguns parágrafos, trazendo também referências à letras presentes nesse trabalho: “How is it in London?/Where were you while I’m wondering/If I’ll ever see you again?”

O cantor country Chris Stapleton divide os vocais com a estrela desse álbum na divertida e animada “I Bet You Think About Me” e mostra um confronto debochado entre a narradora e a pessoa em quem esse disco foi inspirado. Além dos compositores previamente citados, esse compilado também traz letras co-escritas por Mark Foster, da banda Foster The People, em “Forever Winter”; outra balada, dessa vez sobre a falta de comunicação presente na relação.

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Das faixas criadas com Sheeran, “Run” sempre foi a favorita dele, mas acabou não entrando na versão original de “Red”. À Capital Records, o britânico revelou que nunca quis perturbar Taylor a fim de fazê-la entrar no álbum contudo, secretamente, sempre existiu o desejo dela ser mostrada ao público. E esse dia finalmente chegou. Antes de acabar completamente com nosso emocional, somos abraçados pela animada e nostálgica “The Very First Night”.

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O ato final desse longa metragem fica por conta queridinha dos fãs, e da própria autora: “All Too Well”. Além de aparecer como quinta faixa, em sua versão editada, conforme foi lançada na época, somos apresentados a versão completa, como foi idealizada a princípio. A faixa mais pessoal da cantora, nos dá a oportunidade de sofrer e curar de diferentes formas após tantos anos, através de uma nova produção, com adição de uma orquestra e versos inéditos.

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Prestes a disponibilizar “Red (Taylor’s Version)” mundialmente, Taylor Swift postou em seu Instagram uma mensagem em homenagem aos seus fãs e a essa conquista:

“Apenas um lembrete amigável de que eu jamais teria pensado que era possível voltar e refazer meu trabalho anterior, descobrindo artes perdidas e jóias esquecidas ao longo do caminho, se vocês não tivessem me encorajado. ‘Red’ está perto de ser meu de novo, mas sempre foi nosso.” 

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Stephanie Hora
Stephanie Hora
Jornalista, apaixonada por música, livros e cultura em geral.
Após nove anos do seu lançamento original, Taylor Swift nos mostra a sua versão de "Red", com duração total de pouco mais de 2 horas; um verdadeiro longa metragem, com início, meio e fim. Nele, vemos o quanto a artista amadureceu ao longo desse período e revisitamos uma parte da sua história, pessoal e musical, com uma roupagem renovada.Resenha: "Red (Taylor's Version)" – Taylor Swift (2021)