“SOLTASBRUXA” foi lançado em setembro de 2016 e marcou a estreia do Francisco, el Hombre no cenário musical. Sem medo de levantar bandeiras e de mostrar seu ponto de visto político, social e pessoal, as músicas tratam o feminismo e a crise econômica e política.
Pouco mais de dois anos depois, o reconhecimento e a consolidação do grupo como uma das bandas brasileiras mais originais que temos atualmente, eles retornam com “RASGACABEZA”. Com data de lançamento marcada para o dia 15 de março, a nova produção ainda não está disponível, mas vamos aproveitar um pouquinho para fazer um balanço do último disco.
A canção título inicia os trabalhos e funciona bem como uma introdução ao que está por vir. “Soltasbruxa” termina puxando a canção seguinte e possui pouco mais de um minuto e meio.
“Calor da Rua” é cheia de metáforas, sendo logo de início uma das canções mais fortes do disco. É como se a faixa fosse comandada pela voz de Juliana Strassacapa e seguida pelo complemento feito pelos demais integrantes. Além de tudo, o refrão é repetitivo e daqueles que não saem da cabeça.
“Bolso Nada” é a mais direta das críticas, que conta com a participação de Liniker E Os Caramelows para encrementar o elenco. Como o nome sugere (ou deixa bem claro), é uma oposição ao na época deputado, hoje presidente, Jair Bolsonaro. O refrão é composto por protesto com um tom irônico: “esse cara escroto/mucho escroto”.
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A Francisco, el Hombre é formada por membros 2 membros mexicanos e 3 brasileiros, o que justifica o constante ar latino do trabalho. Em “Primavera” temos versos tanto em português quanto em espanhol, e a mistura funciona muito bem, refletindo de maneira genuína o que é proposto.
“Não Vou Descansar” também é uma daquelas bem curtinhas e é apresenta quase que de maneira acústica, onde a voz dos integrantes é acompanhada por palmas e um leve instrumental, tudo bem intimista.
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“Triste Louca ou Má” é o maior hit do grupo e que inclusive já recebeu uma indicação ao Grammy Latino, aparece como um canto de empoderamento às mulheres. Sensível, íntima e bela em todos os sentidos.
“…” é mais uma das faixas que possuem apenas alguns segundos e só começa a ser cantada lá no finzinho. Ela conta com a participação de Qowasi e é tão delicada quanto sua letra.
Sabe aquela música que automaticamente te lembra uma marchinha de Carnaval e já te coloca no clima? “Tá Com Dólar, Tá Com Deus” é a própria, e apesar do ritmo divertido, os integrantes de maneira inteligentíssima abordam a desigualdade social e destaca a dependência que temos quando se trata de dinheiro.
Não fosse pelos trechos em espanhol, “Como Una Flor” poderia ser facilmente confundida com alguma outra canção já presente no disco. Seu ponto positivo é que novamente o grupo mostra como a mistura de ritmos e línguas pode funcionar se trabalhado da maneira certa.
“Sincero” é a faixa mais “gringa” presente no disco, sendo a primeira cantada inteiramente em espanhol e abusando o quanto pode das influências mexicanas, possuindo até mesmo uma pitada de drama.
“Lobo Lobo Lobo!” tem apenas 25 segundos e conta apenas com o trecho “Que lástima, gritou lobo e ninguém ouviu”, cantada quase como um sussurro, tão sombria quanto parece.
“Axé e Auê Sem Fuzuê” soa como uma daquelas músicas sem grandes pretensões, com letra simples, instrumental tranquilo e vocais no ponto.
Sempre trabalhando bem suas analogias, a Francisco, el Hombre encerra o disco com “Muro em Branco”, fechando o ciclo de protestos e críticas bem feitas, eles cantam “Eu não nasci pra ser muro em branco não”.
“SOLTASBRUXA” coloca a Francisco, el Hombre num patamar interessante e que merece ser observado. Com um disco de estreia tão intenso e direto, o grupo surpreende e cria expectativa sobre o que está por vir no futuro.
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