Resenha: “Sonic Highways” (2014) – Foo Fighters

Nos últimos anos, Foo Fighters tem sido uma das bandas de maior sucesso no mundo inteiro. Em 2011, o lançamento de Wasting Light veio para coroar e confirmar esse título. O álbum era maduro, com músicas definitivas e que retratavam o atual momento da banda: Eles estavam no topo.

Três anos depois, eis que Sonic Highways chega ao mercado com a expectativa de fazer jus à qualidade da banda. E realmente faz. No entanto, é preciso compreender as fases do grupo liderado por Dave Grohl.

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Uma das maiores qualidades do Foo Fighters é sua grande habilidade de se reinventar a cada projeto novo sem perder sua verdadeira identidade. Dave Grohl é o responsável por tornar isso possível, afinal, o cara é um músico completo. No entanto, esse mesmo trunfo pode, também, servir como algo negativo, afinal, nem sempre a banda acerta.

Sonic Highways retrata exatamente esse sentimento. Ele foi gravado em oito estúdios de oito cidades americanas diferentes, lugares que segundo Grohl são chamados de templos da música.

A banda percorreu por Chicago, Washington, Nashville, Austin, Los Angeles, New Orleans, Seattle e New York, e todas as gravações foram registradas e documentadas na série de mesmo nome do álbum, que foi ao ar no canal HBO dos Estados Unidos.

O projeto é totalmente experimental, o que pode fazer o ouvinte já esperar por oscilações. “Something from Nothing” introduz bem, assim como todas as primeiras músicas dos álbuns da banda. O público já sabe o que esperar só de ouvi-la. No entanto, no decorrer dele percebemos que não é bem assim.

“The Feast and The Famine” e “Congregation” trazem de volta aquilo que a banda tem de melhor. Acordes fortes e uma bateria agressiva sob o vocal característico de Dave. Não chegam a ser obras primas, mas são eficazes e nos lembram, em algum momento, o início dos anos 2000 do grupo.

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“What Did I Do?/God Is My Witness” é a junção de duas canções, que talvez seja o maior retrato do que é o projeto. Sendo a mais experimental do disco, a música começa bem, mas perde a força pela segunda parte, que soa repetitiva e faz com que a sequência se torne mais longa do que parece.

Sorte que logo em seguida temos uma sequência das duas melhores músicas do álbum. “Outside” e “In The Clear” funcionam numa sequência incrível e nos faz lembrar porque amamos Foo Fighters. A primeira possui um riff interessante no começo, baixo poderoso e, apesar de não haver berros do vocal, possui um resultado excelente, mas que peca em sua duração de mais de cinco minutos. Aliás, esse é o problema de quase todas as faixas.

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“In The Clear”, por sua vez, é a melhor canção de “Sonic Highways”. Gravada em New Orleans, o berço do Jazz, a música é o grande ápice da criatividade da branda. Com a participação da Preservation Hall Jazz Band, tudo funciona. Desde o refrão até a sonoridade. Mesmo que o álbum não seja nada excepcional, sempre é bom esperar alguma obra prima e não duvidar deles.

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Mas é em “Subterranean” e “I Am A River” que o álbum perde sua força de vez. A primeira, gravada em Seattle, que conta sobre o fim do Nirvana após a morte de Kurt Cobain, não convence. Já a segunda possui um refrão pegajoso, mas peca na tentativa de ser o gran finale. As duas são longas demais e cansam se ouvidas em sequência.

Não sei, mas as músicas lentas do FF nunca me soaram tão bem quanto as mais agressivas. Uma das características que mais admiro neles é sua capacidade de produzir canções geniais sem precisar apelar para o piegas, algo que essas duas últimas faixas fazem.

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Com alguns lapsos megalomaníacos e canções longas, Sonic Higways cumpre seu papel e funciona, mas oscila entre uma música e outra até perder a força. O projeto é promissor e a banda mostra que possui vitalidade o suficiente para se reinventar mais uma vez. Sendo assim, fica a expectativa para o próximo álbum, em que eles provavelmente trarão uma nova experiência e amadurecerão ainda mais.

Tracklist:

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1. “Something from Nothing”
2. “The Feast and the Famine”
3. “Congregation”
4. “What Did I Do?/God as My Witness”
5. “Outside”
6. “In the Clear”
7. “Subterranean”
8. “I Am a River”

Nota: 7

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Vinicius Machado
Vinicius Machado
Vinicius Machado: Jornalista por opção, escritor por teimosia e apaixonado por música e cinema, principalmente quando essas duas artes se juntam. Além de escrever para o Nação da Música desde 2013, possui um blog de resenhas de filmes. É frequentador assíduo de shows e festivais. Já viu ícones como Bob Dylan, Roger Waters, U2 e Paul McCartney e só pretende largar essa vida depois que assistir aos Rolling Stones ao vivo.