Resenha: “Wild World” (2016) – Bastille

Bastille

3 anos após o lançamento de “Bad Blood”, o Bastille finalmente nos apresentou seu segundo álbum de estúdio – ainda mais ousado e conceitual que o seu antecessor. A influência da mixtape “VS. (Other’s People Heartache IV)” de 2014 ficou muito clara, o que incentivou os britânicos a se aventurarem em novos e desconhecidos caminhos, analisando nossa sociedade e nos mostrando o quão patético podemos ser algumas vezes.

“Wild World” chega então como um filme, ou uma junção de vários. A presença da sétima arte neste trabalho é muito forte, com fragmentos de clássicos cinematográficos em quase todas as canções. Para quem acompanha a banda desde o começo, sabe que a paixão dos membros pelo cinema não é novidade, mas dessa vez ela foi levada para um nível ainda maior – visível pela capa do álbum, onde não importa como os personagens chegarem no topo daquele prédio, ou mesmo como eles vão descer de lá: tudo que importa é apenas aquele momento.

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A voz sensual de Lisa da comédia “Weird Science” introduz o primeiro single e recepciona os telespectadores em “Good Grief”, com uma batida energética e positiva que ao mesmo tempo lida com a perca de alguém, brincando com essa variação de humor. “The Currents” é mais séria e já nos dá uma pequena prévia da flexibilidade de estilos que segue no restante do álbum.

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Sombria – e com a mesma temática que me fez apaixonar pelo Bastille – “An Act Of Kindness” mostra como um simples ato de bondade mexe com o seu psicológico, ressaltando o quão rara ações como essa são em nossa fria e louca sociedade. Em “Warmth”, Dan continua estudando a condição humana, levando em consideração a forma como alguém tenta esquecer de todo o mal que envolve esse “Mundo Selvagem” (dai que veio o título do álbum) buscando conforto em uma outra pessoa. O instrumental envolvente e otimista intensifica este desejo.

O novo trabalho soa bastante sincero, e essa impressão continua mesmo em canções que tratam mentiras e ilusões, como “Glory”, que não esconde a visão do vocalista sobre atitudes da nossa geração. Já “Power” é um grito de liberdade e poder, assumindo coragem o suficiente para enfrentar e se libertar de uma relação torturante e sufocante.

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“Two Evils” é envolvida por dúvidas e ambiguidade, acompanhada de um instrumental simples e melódico. Um trecho dessa canção já havia sido divulgada no primeiro trailer do álbum, sintetizando um pouco qual seria o espírito deste trabalho. Enquanto “Two Evils” abraça a melancolia, “Send Them Off!” tenta se livrar dela. Possesso por uma forte crise de ciúmes, o personagem implora pelo exorcismo de sua mente, comparando seus sentimentos com demônios que precisam ser expulsos. O single é grandioso e tem tudo para ser mais um sucesso no repertório dos britânicos.

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“Lethargy” resume bastante essa nova fase do Bastille, que está cansado da normalidade e monotonia e busca emoção e propósito em lugares ainda não explorados – como o instrumental desta canção.

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Quebrando toda este cenário, nos deparamos com a música mais triste e profunda do disco – e também a mais fascinante. “Four Walls (The Ballad Of Perry Smith)” se baseia em uma história real de homicídio na década de 50, que resultou em pena de morte para o autor do crime – inspiração para o livro “In Cold Blood”. A canção tem a visão do assassino como perspectiva, enfrentando o peso de seus atos junto das consequências que terá que enfrentar – abrindo um debate sobre o real significado da pena de morte.

“Blame” pega referência de vários filmes (principalmente de “O Poderoso Chefão”) e cria sua própria cena: um conflito entre dois gangsters, onde um está prestes a matar o outro, expressando os desejos de quem está atrás do gatilho naquele momento. O single “Fake It” me impressionou desde a primeira vez que ouvi. Assumindo novamente a melancolia, o single expõe os erros e problemas irremediáveis de um relacionamento, mas ao mesmo tempo propõe ignorar e fingir que nada daquilo aconteceu – impossibilitado de mudar algo que o deixa extremamente arrependido.

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Perto do fim, o Bastille volta a experimentar em “Snakes”. A voz de Dan pode ser considerada um instrumento a parte: inconfundível e única. O vocalista agora demonstra maior controle sobre essa qualidade, encaixando sutilmente em todas suas ousadas experimentações. A cena final fica por conta de “Winter Of Our Youth”, que contém flashes da juventude do personagem principal, que deixa a nostalgia tomar conta de si enquanto enfrenta o natural medo de crescer.

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Tracklist:

01. Good Grief
02. The Currents
03. An Act Of Kindness
04. Warmth
05. Glory
06. Power
07. Two Evils
08. Send Them Off!
09. Lethargy
10. Four Walls (The Ballad Of Perry Smith)
11. Blame
12. Fake It
13. Snakes
14. Winter Of Our Youth

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Nota: 8,5

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