Em 1977, a jovem Susie Bannion é aceita na conceituada escola de balé de Berlim, a Markos Tanz Company. O local guarda um segredo, sendo comandado por forças enigmáticas, algo que aos poucos a jovem dançarina vai desvendando com a ajuda de uma outra jovem que frequenta a academia.
O post desta sexta-feira (08) concentra-se na trilha sonora do remake de 2018, dirigido por Luca Guadagnino (“Me Chame Pelo Seu Nome”), estrelado por Dakota Johnson (“Cinquenta Tons de Cinza”) e Tilda Swinton (“Doutor Estranho”), com quem o cineasta já havia trabalhado anteriormente em “Um Mergulho no Passado”. O longa original foi lançado em 1977 sob a direção do romeno, Dario Argento.
Argento utilizou o ensaio intitulado “Suspiria de Profundis” do escritor inglês Thomas de Quincey para criar o roteiro dessa obra. Em seu processo criativo, Guadagnino utilizou literaturas que envolveram nomes como o psicanalista Sigmund Freud e a ativista italiana Luisa Muraro. É válido mencionar que a história original é contada em uma trilogia, com os filmes “Inferno” e “O Retorno da Maldição – A Mãe das Lágrimas” sendo lançados respectivamente em 1980 e 2007.
Enquanto no original, Dario optou por focar-se apenas na questão sobrenatural, Luca escolheu incluir temas políticos como ataques terroristas e sequestros que aconteceram em Berlim na década de 70. Bom, agora que já abordamos um pouco da parte técnica, vamos ao que interessa: a música!
A trilha sonora dessa refilmagem foi criada de forma primorosa por Thom Yorke, popularmente conhecido pelo seu trabalho na banda britânica Radiohead. Esse foi o primeiro trabalho do músico completamente voltado para uma produção audiovisual, o curta “Anima” foi elaborado posteriormente e divulgado ao público em 2019.
Em entrevista concedida à NPR, Yorke declarou que já conhecia o grupo de rock progressivo italiano Goblin, responsável pela música do filme original e que não tinha pretensão alguma em copiar o que foi criado na época:
“Quando eu assisti o original, pensei ‘ok, a forma como juntaram todos esses pedaços é como uma pintura e a Goblin fez uma forma incrivelmente intensa. Não há motivo para tentar imitar isso’. Havia um senso melancólico predominante no [novo] script, algo que eu pensei ser realmente incomum para um filme de horror. É quase como um estudo em ritual, ou coletivo de energia feminina, ou dança. Nele não há algo similar a outros pedaços de filmes de terror – exceto pela violência extrema e coisas assustadoras acontecendo. Mas não é “horror” por assim dizer”.
A maioria das canções são instrumentais, com raros trechos de fato cantados por Thom, e dançam perfeitamente com o roteiro, de forma que conforme crescem, a ação que vemos na tela faz o mesmo e vice-versa. Diferente das outras, essa resenha não terá análise das músicas, para evitar qualquer tipo de spoiler. A experiência aqui está em ouvi-las e entender como se encaixam na história, com destaque especial às minhas favoritas: “Suspirium”, “Has Ended” e “Unmade”.
Após o rodapé, você confere tanto o trailer quanto a playlist com as 25 faixas que contam a história de Susanna Bannion na Markos Tanz Company. “Suspíria: A Dança do Medo” está disponível no serviço de streaming Prime Video, da Amazon.
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