Resenha: “AmarElo” – Emicida (2019)

Emicida
Divulgaçao

Na última quarta-feira (30), o Emicida liberou, nas plataformas de streaming, seu novo álbum de estúdio intitulado “AmarElo”.

Composto por onze faixas inéditas e cheio de participações, ele surpreende pelo estilo mais leve, pelo menos no ritmo. Tanto pelo histórico do rapper, como o momento cultural e político, que o artista também se envolve bastante, muitos esperavam algo mais forte. No entanto, essa mudança, nem de longe, foi algo ruim.

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A primeira faixa é “Principia”, que conta com Fabiana Cozza, Pastor Henrique e Pastoras do Rosário. Os versos começam bem tranquilos, com o rapper quase que sussurrando a letra. Em alguns momentos, o vocal fica mais intenso, mas predomina a leveza da música. Esse fato combina com a mensagem da letra, que fala sobre amor, principalmente. Algo interessante também é que ela termina com uma recitação, quase sem batida alguma.

Com uma tranquilidade ainda maior, “A Ordem Natural das Coisas” tem a colaboração de MC Tha, que aparece no refrão. Ela já é uma faixa com uma estrutura diferente da anterior, mais comum, com versos e refrão bem separados, sem, por exemplo, o diferencial de recitação da última. Algo que se destaca bastante é a qualidade da parte instrumental, que conta com leves instrumentos de sopro ao fundo, o que dá uma outra cara para a canção.

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Em “Pequenas Alegrias da Vida Adulta”, Emicida canta, como o nome sugere, sobre aqueles momentos de felicidade que passamos a dar valor. Uma canção com um ar bem positivo e com uma melodia extremamente agradável. Ela termina com o Thiago Ventura contando uma história ao rapper, sem qualquer batida, de maneira bem informal.

Quem Tem um Amigo (Tem Tudo)” conta com Zeca Pagodinho e Tokyo Ska Paradise Orchestra. Ela se inicia com um belo instrumental ao fundo, bem calma e se torna em um samba gostoso de se ouvir com um refrão bem cativante. Uma excelente parceria que resultou numa grande música.

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Paisagem” é uma das poucas sem colaboração de outros artistas. Ela começa com uma batida baixa e o foco mais na voz de Emicida. Seu refrão, falando sobre paz, passa uma grande tranquilidade. Mas logo depois dele, a batida acelera e a voz dele fica mais intensa, em alguns momentos chegando ao tom mais forte de rap que ele é conhecido. Na letra, ele chega a falar de problemas da atualidade como em “Bem louco de like e brisa que a rede social dá o que nós quer enquanto rouba o que nós precisa”.

Começando com um diálogo entre o rapper e uma criança, vem “Cananéia, Iguape e Ilha Comprida” na sequência. Mais uma com uma pura leveza, tanto no ritmo quanto na letra, dizendo que vem do fundo do coração e do profundo interior. Ela ainda conta com um refrão muito bom. O curioso da canção é que ele faz versos com palavras mais complexas, que dificultam na métrica, e ainda assim saem com uma grande naturalidade, como o caso de “intrépido” e “paralelepípedo”.

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Num belo dueto, “9nha” tem a parceria da Drik Barbosa, que faz sua participação durante o refrão. Essa parte é bem envolvente, com frase que se repetem e que fica bastante na cabeça. Em determinados momentos, ele descreve o casal e os versos chegam a ficar mais quentes como “Tua boca quente na minha virilha quase queima, que fase, reina, kamikaze”.

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A melhor do álbum, “Ismália” vem logo na sequência. Essa já passa uma mensagem forte sobre racismo em diversos momentos dos versos, conta também com os belos vocais de Larissa Luz. E, para finalizar com chave de ouro, a canção ainda traz versos com a Fernanda Montenegro.

Para dar uma acalorada no disco, a “Eminência Parda” vem no melhor estilo do rap que consagrou Emicida, versos imponentes, rimas fortes e em alta velocidade. A faixa tem a colaboração de Dona Onete, Jé Santiago e Papillon.

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Outra que chama sucesso é a faixa-título “AmarElo”. Primeiro ela inicia com o refrão de Belchior e, não bastasse isso, ainda tem as excelentes parcerias de Majur e Pabllo Vittar. A música é ótima demais, extremamente cativante. Uma música à altura de todos os artistas envolvidos.

Fechando o disco, aparece a “Libre”, feita com Ibeyi. Ela tem todo um estilo misturado com gêneros latinos, meio dançante, ficou uma combinação muito boa, bem interessante. Além disso, conta com versos em inglês também e tudo combinando de uma boa forma.

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Em “AmarElo”, Emicida apresenta um trabalho diferente do que havia feito anteriormente, trazendo ritmos mais calmos, um pouco de samba, mas sem perder sua essência crítica e imponente, com versos muito bem escritos, que são sua principal característica. Em tempos de ódio, o rapper consegue passar sua mensagem com toda a consciência social que possui utilizando de ritmos mais leves. Um trabalho perfeito e um dos maiores lançamentos nacionais do ano.

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RESUMO DA RESENHA
Resenha: “AmarElo” – Emicida (2019)
resenha-amarelo-emicida-2019Em “AmarElo”, Emicida apresenta um trabalho diferente do que havia feito anteriormente, trazendo ritmos mais calmos, um pouco de samba, mas sem perder sua essência crítica e imponente, com versos muito bem escritos, que são sua principal característica. Em tempos de ódio, o rapper consegue passar sua mensagem com toda a consciência social que possui utilizando de ritmos mais leves. Um trabalho perfeito e um dos maiores lançamentos nacionais do ano.