Resenha: “Mercury – Act I” – Imagine Dragons (2021)

Imagine Dragons
Foto: Divulgação

Nesta sexta-feira, dia 03 de setembro, o grupo Imagine Dragons divulgou o seu quinto álbum de estúdio: “Mercury – Act I”, e a convite da Universal Music Brasil – que fica aqui o nosso agradecimento -, ouvimos o material de maneira antecipada, para que assim, nossa resenha fosse divulgada assim que o disco viesse à público de maneira oficial.

Após três anos de “Origins”, os fãs aguardavam ansiosamente pela nova produção e o grupo não decepcionou. O disco vem com 13 faixas inéditas e um reflexo do que foi vivido nesses tempo entre os dois trabalhos. São letras fortes, com muito sentimento e emoção descritos de maneira explícita, o que nos leva a enxergar de forma mais clara tudo o que querem passar através das canções.

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O disco começa com “My Life” e nela já vemos essa entrega explícita. Ela se inicia de maneira bem leve, com toques leves de piano e um vocal devagar. Logo vemos que é uma canção bem passional, tanto na emoção passada pelo vocal quanto pela letra. No refrão, por exemplo, Dan Reynold canta “Eu estou tentando ser uma outra pessoa. Eu tenho muita dificuldade de me amar”. No final, a canção se acelera, passando um pouco do desespero e da emoção do vocalista.

Já em “Lonely”, vemos uma canção que, pelo menos no ritmo, é mais vibrante, apresenta um suingue dançante, mas a letra ainda traz sentimentos complicados do cantor, como os remédios que não funcionam como deveriam ou no início do segundo verso, que ele diz “às vezes eu sorrio para deixar as coisas mais fáceis, me escondo em cantos para que ninguém me veja”. Quando ouvimos, sem prestar atenção no que é dito, parece uma canção feliz, mas é mais um relato intenso.

Em nova mudança musical, “Wrecked” é uma faixa mais regular em seu ritmo. Seus versos são lentos e o refrão é diferente, o ritmo diminui e Reynolds começa cantando quase como um sussurro e depois fortalece a voz, reforçando a emoção. E é algo que faz sentido já que a letra fala sobre os sentimentos que ele tem quando pensa está sem uma pessoa e depois diz que está quebrado desde que ela se foi. Esse relato fica explícito quando ele canta “Esses dias me tornei tudo que mais odeio, desejando você de volta, mas agora é tarde. Minha mente é um lugar que eu não consigo escapar do seu fantasma”. No final, destaque para o instrumental que ganha volume, dando maior força à faixa.

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“Monday” é uma canção bem diferente do que restante do álbum, bem leve e foi uma das músicas que já tinham sido apresentadas antes do lançamento do disco durante um show feito recentemente. Ela já deixa o tom mais triste das anteriores e até musicalmente o maior uso de sintetizadores passa uma emoção nova. No refrão, diz que “você é minha segunda-feira, o melhor dia da semana. Muito subestimado e um novo recomeço”.

A quinta canção, intitulada “#1”, fala sobre decepção e superação. No início do segundo verso, por exemplo, ouvimos “você me decepcionou de novo. Por que estou surpreso? Estou de volta novamente”. E no refrão em que ele canta que precisa aprender e deixar isso para trás, que ele é seu próprio número 1. O estilo dela é muito interessante também, quase que como um coral, com diversas vozes e palmas ao fundo. Outra canção bem leve de se ouvir.

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“Easy Come Easy Go” começa com um violão lento, bem tranquilo. O vocal se contrapõe na velocidade, com versos mais rápidos e uma diferença é que aqui o cantor trabalha bem o agudo, passando uma leveza maior na voz. Em comparação a canções anteriores essa prende menos, não há um apelo tão forte na letra também. No refrão, Reynolds pede por um milagre e diz que precisa se desapegar, pois o que vem fácil vai fácil.

Em “Giants” ouvimos uma canção bem mais perto do que conhecemos de Imagine Dragons, uma boa mistura de rock e pop. Um ponto que se destaca aqui é a quantidade de vezes que o vocalista grita, passando bastante essa emoção que ele relata na letra. Aqui também vemos diversos sentimentos conflituosos. Ao mesmo tempo que ele canta que está sentindo toda a sobriedade, ele diz que “lentamente está se matando brincando com química” e, ainda no início, diz que “dá um trago em qualquer coisa para escapar de tudo”.

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É difícil escolher uma, mas acredito que “It’s ok” seja uma das minhas favoritas nesse disco. Primeiro, ela é muito viciante, seu ritmo fica na cabeça muito fácil, o que facilita para que você ouça uma vez e saia cantando. Segundo que sua letra tem um recado muito importante, que é dito no refrão: “está tudo bem não estar bem. Respire , apenas um dia de cada vez”. Nos versos, ele ainda fala sobre uma menina que segurava suas lágrimas, porque ninguém a ouvia, e um menino que cresceu ouvindo que não era para ser fraco.

“Dull Knives (final)” é um grito por socorro. Nos versos isso fica mais claro, a fala é nítida. “Estou no escuro, procurando por luz. Alguém não salvará minha vida? Por dentro estou uma bagunça, mas não deixo transparecer que estou apenas aguentando, mas você nunca saberá que sorrio o dia todo e choro a noite toda”. Esse desespero vem não apenas na letra, mas também na emoção transmitida pela voz. No refrão, o vocalista canta aos gritos mesmo, relatando a dor que sente. É uma música muito impactante. Como destaque há ainda o contraste entre o verso e o refrão, o primeiro muito mais melódico e leve do que o segundo.

“Follow You” já havia sido lançada como um dos primeiros singles deste disco. Não à toa foi escolhida, é uma canção muito forte, tem esse apelo comercial e reflete bem essa nova produção. E essa é uma música de amor feita por Reynols quando ele estava para se separar da esposa, algo que acabou não acontecendo no final. A letra diz que ele vai seguir a outra pessoa aonde for, nos piores momentos e aonde quer que a vida a leve.

“Cutthroat” é outra canção que foi divulgada antes do álbum com um dos singles. Mas, diferentemente da anterior, ela tem um estilo muito mais puxado para o punk, o que é nitidamente percebido pelo ritmo da música e pela forma que é cantada. Aqui a letra já fala sobre a briga com o crítico que existe dentro de você.

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Voltando a uma maior leveza no ritmo e algo mais perto do pop, temos “No Time for Toxic People”. E na contramão do que foi apresentado nesta produção até então, ela já é um clamor por positividade. Como o nome diz, pede para se afastar de pessoas tóxicas, além de deixar sempre o dia lindo e gastar seu tempo com quem te faz bem.

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E fechando o disco, temos “One Day”. Essa já tem uma leveza no ritmo muito maior, apenas um violão ao fundo, bem lento. Com pouco mais de dois minutos, a música não varia quase nada o ritmo e seu refrão é muito agradável, com a letra dizendo que espera que um dia ele seja a pessoa que a faz feliz.

Musicalmente, “Mercury – Act 1” tem certa semelhança com outros discos. Mais uma vez, vemos o Imagine Dragons passeando por diferentes ritmos, do pop ao punk, com passagem no rock alternativo e até traços do funk. Mas o que se destaca muito nessa produção são as letras. Antes, víamos muito mais metáforas nas canções, então nós deduzíamos o que estava sendo cantado. Agora não. Agora temos uma sinceridade maior, o sentimento está ali, explícito. E claro isso é um reflexo de como o álbum foi feito, quase que como um diário, então temos ali diversas emoções – o que é algo extremamente positivo, porque fica difícil de não nos enxergarmos em muitas delas.

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Mesmo com uma expectativa muito alta sobre o disco, o resultado foi ainda melhor. É um grande álbum mesmo. Sonoramente muito bom, com uma certa volatilidade musical e apresentando uma grande mistura de emoções.

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Com uma mistura grande de ritmos e alta volatilidade musical, o Imagine Dragons apresenta um excelente álbum. Suas letras são profundas e trazem sentimentos e emoções explicitamente descritos, o que faz com que o público compreenda ainda mais tudo o que querem passar por meio das canções. Resenha: “Mercury – Act I” – Imagine Dragons (2021)