Arctic Monkeys e The Hives fazem shows antagônicos, mas hipnotizam público em São Paulo

Na noite da última sexta-feira (14), em São Paulo, a banda inglesa Arctic Monkeys fez sua primeira apresentação no país pela turnê AM. Esta é a terceira passagem de Alex Turner e sua trupe no Brasil, mas seu primeiro show fora de festivais. Os suecos do The Hives foram os responsáveis pelo show de abertura e, se alguém pudesse definir em uma frase o que foi a noite, essa frase seria “os opostos se atraem”.

Primeiramente é interessante destacar um ponto negativo do evento em si. Os portões estavam prestes a abrir e não havia sequer um responsável por direcionar o público para sua respectiva fila, que praticamente contornava o sambódromo e fazia com que muitos ali tivessem dúvidas se realmente estavam no lugar certo. É fato que não houve tumulto, porém intrigava alguns que estavam ali.

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Além disso, a ideia de colocar o show de abertura para as 21h30 e o principal as 23h foi um tanto quanto equivocada. Não só prejudicou quem foi de metrô, como também quem foi de carro (e pagou R$ 70 de estacionamento), já que o transito só aumentou com excesso de taxis e pessoas sendo buscadas na porta.

Dadas as devidas broncas, vamos ao que interessa. A banda sueca The Hives entrou ao palco com boa parte do público sem saber o que estava por vir. Todos sabiam que seus shows eram animados, mas é fato que se surpreenderam com que viram.

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O cenário de palco da banda é um tanto quanto sugestivo: Um homem de olhos vermelhos segurando algumas cordas, como se estivesse manipulando o grupo. É fato. O vocalista Pelle Almqvist assumiu o papel desse cara quando se trata da plateia. Egocêntrico e carismático ao extremo, ele mandava e desmandava no público. “Vocês me amam?” era uma de suas perguntas preferidas. Parece que alguém gosta de ser bajulado.

“Batam palmas”, “Silêncio”, “Levantem as mão e batam palmas” eram entoados ora em português macarrônico, ora em inglês. Claro, o público obedecia.

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Mas é certo que o cara sabe bem como levantar a galera, principalmente quando o som é de alta qualidade. A banda soube contornar o problema na guitarra, que durou alguns minutos e mesmo que Almqvist não exigisse, todos pulavam e se agitavam com a força de cada música.

Ao fim, o grupo saiu ovacionado após a canção “Hate to Say I Told You So” e ainda fez coro para a entrada da banda principal da noite, que entrou meia hora depois. E é aí que a frase que define o show no primeiro parágrafo entra em vigor.

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Alex Turner e sua banda entraram no palco por volta das 23h05 com “Do I Wanna Know”, música habitual de abertura em seus shows. Quem esperava alguma conversa de um dos melhores frontman do mundo com a plateia ficou a ver navios.

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Não tem mãozinha pro alto e com muito esforço se  ouvia um “obrigado”. Turner faz o show dentro de seu próprio mundo, esse distante do público. Mesmo assim, o vocalista se torna o centro das atenções sem precisar exigir nada, ele por si só consegue hipnotizar 30 mil pessoas com a força de sua voz. No auge de sua autoconfiança, ele ainda ensaia alguns rebolados e em “Arabella” até arriscou um passo de Macarena. Prato cheio para as garotas histéricas.

Mas o Arctic Monkeys não precisa de firulas. A banda mostra que os tempos de adolescentes foram embora. Até “Fluorescent Adolescent”, um dos primeiros hits do grupo, aparenta ter amadurecido. Cada acorde é valorizado ao máximo por quem estava lá para assistir. Há quem diga que o setlist teve más escolhas. Mas não dá pra reclamar, já que foi esse o escolhido para praticamente todos os shows da turnê. Apesar dos diversos pontos altos, haviam algumas canções que poderiam ser substituídas por outras mais acaloradas. Ainda que seus shows sejam mais do mesmo, os paulistanos até podem se sentir privilegiados, afinal, teve até pontinha de “Mardy Blum” acústica, para o delírio dos fãs.

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Ao final, com a forte “R U Mine?”, Alex Tuner saiu de palco sem sequer apresentar seus companheiros. Não importa, eles sabem o que estão fazendo.

Para resumir a noite, fica a frase citada acima: Os opostos se atraem. Enquanto The Hives implorou por atenção com energia e carisma, o Arctic Monkeys a conseguiu apenas com o estilo e a força de suas músicas. Em uma analogia com animais domésticos, Arctic Monkeys é o gato da casa, que não se importa com a atenção, mas ainda assim a consegue, enquanto The Hives é o cachorro, que quando o dono chega, não se cansa de pedir um carinho na barriga.

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Confira o vídeo gravado por um fã de “Mardy Blum” e “R U Mine?”. Não deixe de curtir nossa página no Facebook, e acompanhar as novidades do Arctic Monkeys e da Nação da Música.

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Vinicius Machado: Jornalista por opção, escritor por teimosia e apaixonado por música e cinema, principalmente quando essas duas artes se juntam. Além de escrever para o Nação da Música desde 2013, possui um blog de resenhas de filmes. É frequentador assíduo de shows e festivais. Já viu ícones como Bob Dylan, Roger Waters, U2 e Paul McCartney e só pretende largar essa vida depois que assistir aos Rolling Stones ao vivo.