Entrevistamos Camilla Brunetta sobre cena feminina de DJs no Lollapalooza Brasil

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Divulgação

Além dos palcos principais do Lollapalooza Brasil, o Palco Perry’s, que traz grandes nomes nacionais e internacionais da cena eletrônica, também traz todos os anos um público bastante fiel. E neste ano, a DJ carioca Camilla Brunetta trouxe seu set pela primeira vez ao festival que já frequentava há anos como público.

A Nação da Música conversou com a artista sobre o aumento de DJs mulheres no line-up deste ano do Lollapalooza, além do conceito de seu setlist de misturar o funk com os anos 2000, e o sucesso do hit “Simsalabim”, em parceria com Davi Kneip e o DJ 2F.

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Entrevista por Natália Barão
————————————– Leia a entrevista na íntegra:
Você acabou de tocar na edição desse ano do Lollapalooza, e eu vi nos seus stories que você já vem há anos aqui no festival! Como foi pra você tocar num evento que você já frequentava como público?
Camilla Brunetta: Nossa, é muito emocionante! Teve uma hora que eu subi ali na mesa da CDJ e na hora que eu olhei todo mundo com a mão pro alto, batendo palma e vibrando, eu custei a acreditar no que tava acontecendo! Então é muita emoção, eu tô muito feliz!

O line-up desse ano do Lolla trouxe muitas mulheres DJs ao longo dos três dias do festival. Como você enxerga essa maior representatividade feminina na cena eletrônica nacional?
Camilla Brunetta: Foi muito especial, eu também reparei nisso! Acho que nesse ano veio bastante mulher forte no line, e acho que a tendência é cada vez mais a gente ter o nosso espaço, isso é muito importante. E estar num festival grande como esse, mundial e internacional, é muito importante. Eu até dei uma pesquisada, mas acho que de funk eu sou a única mulher. No line-up do festival acho que era só eu e o Pedro Sampaio. E a Carol Seubert, que tocou antes de mim, também é maravilhosa! Quando começou a sair o line, foi muito legal porque as mulheres começaram a se conectar entre si. Então por exemplo, eu não conhecia a Carol Seubert, que tocou antes de mim, e aí a gente se seguiu no Instagram, já fazendo esse networking interno nosso, se ajudando mesmo. Então foi muito legal, muito especial!

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Eu dei uma olhadinha no seu set, e vi que você traz bastante do funk, mas muito dos anos 2000 também, vendo até pelo seu look! Inclusive, eu fico muito contemplada porque eu parei nos anos 2000 (risos)!
Camilla Brunetta: Eu também, eu parei lá e nunca mais saí! Os anos 2000 pra mim são pra sempre! Quando eu comecei a tocar, há mais ou menos 11 anos atrás, eu comecei criando uma festa no Rio de Janeiro chamada “Festa Vambora”, que só tocava anos 90 e 2000, então por isso que eu fiquei presa nos anos 2000 (risos)! Eu acho que a memória afetiva que a gente tem dos anos 2000 é uma coisa muito gostosa de você sentir, então eu lembro da minha adolescência, do meu pai me buscando na festinha de 15 anos, do meu primeiro porre (risos), do meu primeiro amor, do meu diário, daquela vida que a gente achava que era muito “sofrida, mas que na verdade não era… então era uma época muito especial. E as músicas daquela época também marcaram muito pra mim, e eu sempre tento trazer isso.

Óbvio que a gente tem que atualizar o set, então sempre vai ter uma coisinha nova aqui e ali, mas eu tentei hoje no set do Lolla mostrar exatamente quem é a Camilla Brunetta e o que ela fez nesses 11 anos, o que eu toco: eu toco funk, música eletrônica antiga com batida de funk, pop antigo – eu fiz um mashup no set que eu chamei de “Mashup Divas do Pop”, exatamente também pra homenagear as mulheres; então eu fiz um set bem feminino -, Sandy e Júnior… eu tento sempre puxar pro funk, mas dando uma repaginada na música pra ficar uma coisa também mais autoral, eu acho.

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Dos anos 2000, tanto nacional quanto internacional, quem são seus top artistas?
Camilla Brunetta: (risos) Dos anos 2000 internacional, Britney Spears, minha referência da vida (vide o look!), Backstreet Boys e NSYNC eu sou apaixonada, isso dos gringos, época de Destiny Child’s e Beyoncé, que até hoje, Rihanna, da época que lançava música (risos). E dos nacionais eu amo rock, então Detonautas, Raimundos, Forfun, Dibob, eu gosto muito dos rocks brasileiros, CPM 22, eu amo, e Paralamas do Sucesso, que está tocando hoje no Lollapalooza!

Você pensa em montar eventualmente no futuro um set rock anos 2000, misturando com funk e eletrônica?
Camilla Brunetta: Eu acho que dá pra pensar nisso! Eu nunca tinha pensado. Nessa época em que eu criei essa “Festa Vambora”, lá atrás, que foi quando eu comecei a tocar, as edições eram todas temáticas, então teve uma edição em homenagem ao Charlie Brown Jr, ao Chorão, por exemplo, então acho que faz um sentido, realmente. Quando o set é um pouquinho maior, eu coloco um “Mulher de Fases”, uma coisa meio assim, e acho que super encaixa, super dá pra fazer!

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Neste ano, você lançou o single “Simsalabim”, certo? O que ele pode dizer sobre o que vem por aí e o que podemos esperar de você esse ano?
Camilla Brunetta: Nossa, vou te falar que esse single foi uma grande virada de chave na minha carreira. Eu acho muito interessante a gente conseguir perceber a evolução de cada passo que a gente deu, então esse foi mais um passinho pra realização de um sonho que tá se concretizando aos poucos. Inclusive “Simsalabim” se você for pegar, tem um funk antigo chamado “Feitiço”, se eu não me engano, da MC Suzy e do MC Mágico, que era uma música que explodia de quando eu era criança no Rio de Janeiro, e eu peguei um sample dessa música pra fazer “Simsalabim”, então também continuando com a vibe dos anos 90 e 2000 no funk. E essa música foi uma coisa muito especial porque a gente fez do zero, aí as ideias foram surgindo, o feat com o Davi Kneip, que cantou o “sentaDONA” com a Luísa Sonza, foi incrível! Então eu ter conseguido esse feat foi muito especial, deu um up muito bom na música junto com ele e com o 2F, que é o produtor, e eu acho que a música é muito chicletinho! Eu gosto do funk que não fala palavrão porque tem muita criança que me segue, eu tenho muita fã pequenininho mesmo, recebo mensagem de mãe, de prima mesmo, então eu sempre tento também manter essa identidade de um funk mais clean, meio pop funk, pra galera também poder escutar.

Muito justo! Bom, Camilla, não vou tomar muito mais do seu tempo. Muito obrigada pela nossa conversa!
Camilla Brunetta: Imagina, obrigada você!

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Jornalista, apaixonada por música, escorpiana, meio bossa nova e rock'n'roll com aquele je ne sais quoi