Entrevistamos Calum Scott sobre vinda ao Brasil, “At Your Worst” e novos projetos

calum scott
Foto: Tom Cockram

Em agosto, o britânico Calum Scott voltou ao Brasil com a turnê “Bridges”, após sete anos da última vez em que esteve no país. Apesar dos shows feitos no Rio de Janeiro, Belo Horizonte e São Paulo (este último que contou ainda com a abertura de Bryan Behr, com quem já colaborou na música “da primeira vez”) promoverem seu segundo álbum, lançado em 2022, a leva de apresentações de Calum foi acompanhada pelo novo single “At Your Worst”.

A Nação da Música conversou com Calum Scott sobre a sensação de estar de volta ao Brasil após tanto tempo, o encontro oficial com Bryan Behr (já que a parceria entre os dois foi gravada de forma remota durante a pandemia) e se “At Your Worst” representa o primeiro capítulo de uma nova era que está por vir.

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Entrevista por Natália Barão
————————————– Leia a entrevista na íntegra:

Olá, Calum! Prazer em conhecê-lo!
Calum Scott: Olá, prazer em conhecê-la também!

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Como você está?
Calum Scott: Muito bem, muito bem! E você?

Estou bem também! Um pouco suada porque está ridiculamente quente hoje!
Calum Scott: Sim, está horrendo! No segundo em que eu saí do avião e pisei no Brasil estava suado, apenas suado (risos).

Sim! E você acredita que estamos no inverno?
Calum Scott: Isso é o inverno?

Pois é!
Calum Scott: Uau! (risos). Eu te garanto que o Reino Unido nunca viu um inverno assim.

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Eu posso te garantir que nós também não! (risos). Bem, podemos começar?
Calum Scott: Sim, é claro!

Bem, você está de volta ao Brasil depois do que, 7 anos? Então antes de mais nada, como você está se sentindo sobre estar no nosso país mais uma vez?
Calum Scott: Ah, eu estou amando! Estive esperando muito pacientemente para voltar. Como você disse, acho que foi em 2017 a última vez em que eu estive no Rio de Janeiro, e quis desesperadamente voltar desde então, mas queríamos tentar encontrar a hora certa e, especialmente, casar com um álbum que eu pudesse fazer uma turnê, ao contrário do primeiro disco. Então com o segundo disco eu fiquei tipo “por favor, o Brasil”, e fiquei muito feliz de ter sido confirmado não apenas no Rio de Janeiro, mas também São Paulo e Belo Horizonte. Estou muito feliz por estar de volta e reunido com o meu pão de queijo (risos), sou um cara muito sortudo!

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Da última vez você esteve num momento muito especial do nosso país durante os Jogos Paralímpicos, cantando com uma das nossas maiores divas, que é a Ivete Sangalo. Depois de todos esses anos, o que foi esse momento para você? Você ainda acompanha a Ivete?
Calum Scott: Sim, nós ainda conversamos! Eu mandei mensagem para ela acho que quando ela teve bebê, ou gêmeos, certo? Eu adoraria encontrar com ela enquanto eu estiver aqui, mas acho que ela está muito ocupada. Adoraria trabalhar com ela novamente, e eu ainda olho para esse momento com muito carinho porque foi bem no começo da minha carreira, e pra mim ainda era meio que um sonho, comigo me beliscando diante dessa situação de estar no Estádio do Maracanã na cerimônia dos Jogos Paralímpicos, com todos os atletas, a Ivete… foi tudo muito intenso, mas olho para este momento com muito carinho porque é meio que a razão de eu querer tanto voltar ao Brasil, porque o que plantamos foi uma linda semente que se tornou uma linda flor, e eu quis voltar e continuar passando mais tempo criando um laço mais forte com os meus fãs brasileiros que esperaram tão pacientemente para eu voltar. Então isso tudo é muito gratificante.

Eu vi que você também tem uma parceria com o Bryan Behr, que vai abrir o seu show aqui em São Paulo e vocês dois enfim vão se conhecer, certo? Como essa parceria aconteceu? Você vai cantar com ele no show?
Calum Scott: Oh, eu não posso te contar se vamos cantar juntos… isso é segredo (risos). Mas o Bryan é um artista incrível, eu lembro vividamente de quando estávamos falando sobre parcerias com um artista brasileiro e ele foi um dos nomes que surgiu. Eu passei um tempo ouvindo a música do Bryan e ele é incrível, tem uma voz linda e sedosa, e o melhor cabelo que eu já vi! Então eu fiquei tipo “eu adoraria trabalhar com esse cara”, e fico muito feliz que fizemos isso. Eu ainda aprendi a cantar um pouco em português, o que foi muito legal, e foi incrível ver os meus fãs do Brasil e de Portugal curtindo essa maior conexão minha com eles através da música. E sim, eu vou me encontrar com o Bryan em São Paulo e ele vai abrir pra mim, eu perguntei se ele faria isso e ele foi muito gentil de aceitar. Mas se você quiser ver se vamos cantar juntos, vai ter que ir no show! (risos).

Bem, então acho que eu vou ter que ir agora! (risos) E falando sobre música nova, na semana passada você lançou “At Your Worst”, que é o seu primeiro single solo em algum tempo. O que você pode me contar sobre a história dessa faixa?
Calum Scott: Então, “At Your Worst” é o primeiro single do meu terceiro álbum, o que é loucura, e é meio que uma música sobre amor próprio. Quando eu estava no estúdio e compus essa música, eu estava tendo um dia ruim, sabe? As coisas não estavam dando certo pra mim, meu cabelo estava pro lado errado, eu não tinha dormido bem, estava com fome, cansado… e às vezes a gente desconta nas pessoas erradas, como os seus pais ou os seus amigos. E eu estava no telefone com um amigo, acabei dizendo coisas que não queria e fiquei frustrado ao desligar o telefone. Aí fui pro estúdio e disse “quer saber, eu sei que posso ser difícil de ser amado às vezes”, e meu produtor disse “espera, eu preciso anotar isso”. Eu disse “eu sei que às vezes é difícil me amar porque eu estou longe por conta das turnês, e acabo ficando sensível, inseguro e ansioso”, e ele disse “sim, mas você merece ser amado no seu pior” e eu achei isso genial, comecei a escrever e a música saiu muito rápido. Ela não mudou muito do primeiro dia para agora, e acho que essa é uma coisa nova que eu nunca experimentei antes porque eu sou do tipo “vamos colocar um piano e deixar isso mais triste, chorar um pouco”, mas com “At Your Worst” eu coloquei uma batida que soa um pouco como “Stranger Things” e é um pouco nostálgica, e era assim que eu queria que fosse. Fico muito feliz com a forma que ela ficou porque isso é diferente pra mim; a letra ainda é muito Calum Scott, mas é um estilo diferente e que todo mundo pareceu gostar. Espero que o Brasil também goste.

Pessoalmente, eu gostei bastante! Algo que chamou minha atenção foram as mensagens complementares que aparecem no clipe de “At Your Worst”. Você que as escreveu?
Calum Scott: Foi um pouco eu, um pouco meu diretor. Nós sentamos e pensamos que seria incrível reafirmar o amor próprio contido na música lançando coisas que falem com o coração, sabe? E eu fiquei falando coisas que eu sei que são trechos de outras das minhas músicas – e é meio que uma easter egg – mas dizer isso numa tela e escutar o “eu vou te amar no seu pior / vou encontrar os jeitos de te amar” e destacar que não importa o que aconteça, é justamente reafirmar o ponto da música. Eu sinto que nesses tempos, nós poderíamos ter um pouco mais de amor próprio, e eu só quis trazer um pouco mais de luz sobre isso de um jeito dançante.

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Sim, total! Outra coisa que eu notei foi justamente o fato da melodia ser mais animada do que as músicas de “Bridges”, ainda sendo muito Calum Scott, mas um pouco mais acústico do que “Whistle”, que é sua parceria com o Jax Jones. Essa é uma vibe que você pretende explorar daqui pra frente?
Calum Scott: Sim, “Bridges” pra mim foi o álbum mais honesto que eu já fiz. Falei sobre os pontos mais baixos da minha vida, sobre triunfo, acreditar em si mesmo, e eu senti que trazer essa escuridão sobre as minhas experiências para a luz e colocá-las num álbum foi como encerrar um ciclo. E isso me fez perceber que eu mereço estar onde estou, que eu trabalhei duro e tenho histórias para contar que as pessoas gostam de ouvir, e isso me fez sentir mais confiante. Então quando o meu empresário perguntou se eu gostaria de trabalhar nessa música com o Jax Jones, eu fiquei tipo “bem, eu gosto do que estou fazendo com o meu trabalho solo, mas vou dar uma chance”, e o mesmo aconteceu com o Lost Frequencies. E desde então estou tipo “ok, eu posso fazer isso”.

Eu achava que iria parecer um pai numa festa, que não sabe dançar e parece meio idiota enquanto todo mundo fica meio “vergonha alheia” (risos). Eu achei que iria me sentir idiota mas quando eu estava no palco diante de 75 mil pessoas em Amsterdã cantando “Where Are You Now?” com o Lost Frequencies, com luzes, fogo e essas coisas, eu senti que isso foi tão diferente pra mim, mas eu estava amando, e isso meio que influencia a música e as parcerias que eu estou fazendo com o Jax e tal, acho que a minha música pode ir nessa direção. Eu ainda quero fazer as pessoas chorarem (risos), essa é a minha principal missão, mas eu sinto que se algo surge e parece ser divertido e levar minha vida a um bom lugar, eu vou fazer. Por que não? Você só vive uma vez, certo?

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Sim, com certeza! Você disse que ainda quer fazer as pessoas chorarem, e eu te agradeço por isso, porque eu sou completamente uma garota de músicas tristes! (risos) E eu não poderia falar com você sem mencionar “Dancing On My Own”, que é uma das minhas músicas favoritas e um dos maiores hits das sad girls, assim como “Weekends”, da Freya Ridings, não sei se você conhece…
Calum Scott: Que ótimo! (risos) E sim, eu conheço! É algo como “dançar e chorar ao mesmo tempo” (risos). Acho que com a música da Robyn eu estava tentando encontrar a minha voz. Eu estava ouvindo as músicas dela e pensei “como eu poderia fazer isso de um jeito diferente? como eu poderia me destacar?”, aí eu ouvi essa música, amei e pensei como ela soaria numa versão stripped, e foi uma das melhores decisões que eu já tomei porque ela me apresentou para o mundo, eu fiz a audição para o Britain’s Got Talent e aí lancei como meu próprio single. Acho que isso meio que definiu meu caminho, porque em todo lugar que eu canto essa música, todo mundo canta de volta. E independentemente das pessoas gostarem da versão da Robyn ou da minha, eu acho essa música incrível, e uma das coisas que eu mais gosto de fazer é cantar músicas incríveis, como já cantei Nat King Cole, George Michael. Não importa pra mim se é algo que eu escrevi ou não, e é algo que eu aprendi com “Dancing On My Own” em comparação às minhas outras músicas, porque eu canto a música da Robyn com a mesma emoção que eu canto, por exemplo, “You’re The Reason”, que eu mesmo compus. Acho que isso é importante enquanto artista, apenas sentir e tentar demonstrar como isso te faz sentir para que as outras pessoas também sintam.

O contraste que a Robyn usa na versão original de “Dancing on My Own” entre uma letra mais triste e uma melodia mais dançante, é algo que você pensa em experimentar?
Calum Scott: Sim, acho que tudo é possível. Acho que toda música tem seu próprio mérito e você tem que realmente ouvi-las. Acho que particularmente com “At Your Worst”, foi incrível eu poder fazer algo tão honesto e vulnerável ao mesmo tempo, dizendo algo como “quando as coisas estiverem difíceis, vou estar bem do seu lado”; isso é suave mas ainda assim tem uma vibe de música triste, mas aí você tem essa batida no fundo junto aos sintetizadores; então eu meio que já experimentei um pouco disso. Mas quem sabe o que o futuro reserva? Acho que é justamente por isso que é tão emocionante.

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Bem, esperando ansiosamente por isso! Eu sei que nosso tempo já está acabando, e tenho só mais duas perguntas. Nós estamos em agosto, você acabou de lançar “At Your Worst” e temos mais alguns meses até 2023 acabar. Podemos esperar mais singles?
Calum Scott: Eu espero que sim! Acho que depende do quão essa música for bem. As minhas músicas já me mostraram que às vezes eu trabalho por um ano, como por exemplo “You’re The Reason”, e nesse caso eu estava só tão desesperado pra voltar com músicas novas que eu adoraria lançar quantas eu pudesse, porque eu sinto que agora estamos num mundo em que as pessoas estão lançando música o tempo todo. E eu já sei qual vai ser a minha próxima música, então talvez… quem sabe? Se as pessoas quiserem, então acho que eu vou!

Elas querem, com certeza! (risos)
Calum Scott: (risos) Eu sou um servo das pessoas!

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É muito gentil da sua parte (risos)! Terminando nossa conversa, quais são suas expectativas para os seus futuros shows aqui no Brasil, e tem algum artista brasileiro que você esteja ouvindo recentemente e que talvez gostaria de trabalhar junto?
Calum Scott: Acho que o que eu quero é continuar fazendo mais e mais shows no Brasil. Acho que três shows é incrível, tive a oportunidade de cantar em três cidades diferentes, mas eu adoraria fazer ainda mais shows no Brasil. Faz muito tempo desde a última vez que eu estive aqui, então eu adoraria fazer mais e cantar mais em português porque foi muito legal fazer isso com o Bryan. Eu estive ouvindo um artista que com certeza você conhece, chamada Ludmilla, e que tem uma linda voz e músicas incríveis. Quem sabe o que pode acontecer? A Ludmilla é incrível, assim como a Ivete, o Bryan, e muitos outros talentos aqui no Brasil para eu ainda descobrir. Estou aqui se precisar, Brasil!

Bem, muito obrigada Calum pelo seu tempo e pela nossa conversa. Adorei conversar com você e espero que aproveite o tempo aqui no Brasil!
Calum Scott: Muito obrigado!

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Natália Barão
Natália Barão
Jornalista, apaixonada por música, escorpiana, meio bossa nova e rock'n'roll com aquele je ne sais quoi