NM Apresenta (Especial Nacional) – Conheça a banda Instinto, que lança clipe em primeira mão

Chegamos a mais uma edição nacional do NM Apresenta. Em destaque hoje temos o quinteto de rock Instinto. A banda formada por amigos com gostos musicais em comum lança nesta segunda-feira (5) o seu novo, e polêmico, videoclipe. Nós batemos um papo com o vocalista Thaigo Consani que apresentou um pouco do grupo. Conheça a banda Instinto e assista o novo clipe de “Manipulação”!

Nação da Música: Quem faz parte da Instinto? Como que vocês se conheceram? Vocês tocavam em outras bandas antes?

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Thaigo Consani: O Instinto foi formado praticamente de duas bandas. Tinha o Pedro, que é o guitarrista, junto com o Julio que é o baterista mais o primo do Pedro, o Bruno. Eles tinham uma banda e tocavam cover por ai, bem rock n’ roll. E eu e o Nobru, o outro guitarrista, já tínhamos outras bandas. Sem querer que acabei conhecendo o Pedro na faculdade, e numa conversa informal de bar a gente acabou vendo que tinha a mesma influência e os dois estavam procurando banda pra fazer um projeto de rock.

Acabou rolando um ensaio, a banda começou mesmo com só nós dois. Ai foi entrando um por vez. Inclusive, o nosso primeiro CD, o “Máquina de Pecados”, foi gravado sem ter a banda formada ainda. Foram somente três pessoas, a gente ainda não tinha um batera e o Nobru ainda não tava. Então foi mais ou menos assim, numa conversa de faculdade em 2009 e a gente acabou montando. Com o passar do tempo, com as músicas sendo divulgadas na internet, a gente conseguiu fechar a banda.

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Nação da Música: Quais são as principais influências de vocês? O que acaba refletindo no som da banda? Existe algo que vocês escutam que seja inesperado ou algum “podre musical” de algum integrante que você possa contar pra gente?

Thaigo Consani: No geral mesmo todo mundo acaba escutando rock n’ roll dos anos 70. Led Zeppelin, Black Sabbath, Rolling Stones. Ai começam algumas bandas mais hard rock Aerosmith, Guns, e um lado mais atual como Foo Fighters. É mais pra esse lado do hard rock.

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Podre musical não tem, o pessoal é bem rock n’ roll mesmo. O que eu posso dizer é que tem uma vertente mais hardcore. O guitarrista e eu escutamos bastante hardcore, um Pennywise, Bad Religion. Mas podre não tem.

Nação da Música: Apesar das influências gringas vocês escreve em português. Como que funciona o processo de composição?

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Thaigo Consani: A gente canta em português é mais por causa minha. Porque eu sempre tive banda focada em composições, nunca tive banda cover. Eu sempre compus em português. A minha forma de composição ela é bem desse jeito. Eu procuro fazer as melodias meio que trabalhando pro inglês e quando eu vou jogar a voz eu jogo no português. Porque pega bem os dois lados.

Pra gente foi fácil, eu sei que tem muitas bandas por ai, muitos amigos meus, que tem mais dificuldade por ter mais influencia de banda gringa. A gente cita muito as bandas gringas porque a gente gosta de fazer referência do que tem lá fora, porque é o que todo mundo tem visão. Todo mundo que olha acha que as bandas gringas são melhores, é um padrão. Mas a gente também gosta de banda nacional, tanto é que já fizemos cover de Cazuza. A  gente valoriza pra caramba o rock nacional tipo Titãs, Ultraje. Pra nós não foi muito difícil então fazer música em português, mas mais pela minha facilidade.

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Nação da Música: Na música “Agradeço o Rock n’ Roll” vocês cantam “já passei por cada uma mas ainda estou aqui”. Nestes anos de rock, tem alguma história engraçada ou curiosa pra contar? E por quais coisas vocês agradecem ao rock n’ roll?

Thaigo Consani: Pra começar todo mundo que tem banda tá ligado que é mó perrengue. O rock tá fora de ter o status como é lá fora. Os apoios que a gente tem, tipo o Studio Pub que é onde a gente ensaia e a Reference que é uma loja de instrumentos da região que nos apoia, são as pessoas que nos dão uma força. A cena tá bem falida, as pessoas não tem ido muito em shows. A gente não pode mentir, aquela cena forte que tinha uns anos atrás hoje em dia tá bem defasada. Mais por esse bafafá que teve nessa onda de emo e todo mundo acabou vendo o rock como um role não muito legal, acabou vendo como uma coisa chata.

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Ainda tem esses eventos que os caras que produzem colocam cotas de convite, isso ai acabou ferrando um pouco a cena. Mas a gente tá ai na luta, tem muita coisa engraçada. Até pra gravar esse clipe, a gente foi gravar ele em Minas Gerais. No meio do caminho o carro quebrou e acabou atrasando tudo. Acabamos se ferrando, ficando na estrada mó tempo, ficando acordado a noite toda bebendo no posto e esperando o conserto pra, no outro dia, gravar o clipe varado. Todo mundo na ressaca.

É por isso que agradecemos o rock n’ roll, por causa dessa dificuldade que existe, mas isso que é legal. É ai que a gente prova que tá por que gosta de fazer isso. Independente do perrengue que você passa, de ter show cheio e de ter show vazio, é o que a gente gosta de fazer. Nós agradecemos porque muito do que sabemos, do que somos, devemos a ele. É o que nos formou, é a nossa faculdade.

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Nação da Música: “Manipulação”, a música que você estão lançando clipe hoje, faz parte do EP “Origem”, que tá pra baixar de graça lá no site da banda. Quais são os projetos futuros do Instinto? Tem um álbum vindo por ai?

Thaigo Consani: O nosso projeto é transformar o EP em CD. Ele tem seis músicas, “Manipulação” é nosso segundo single, e a ideia é fechar mais quatro músicas pra transformar o “Origem” em CD. Ai pra fazer até o ano que vem um disco físico e poder divulgar mais o nosso trabalho. E também queremos trabalhar mais essas músicas, a gente acha que tem mais músicas boas nesse EP que dá pra fazer mais clipes, porque é uma boa forma da gente divulgar a nossa ideia. Trabalhar além da música a parte de imagem, pra pessoas se identificar com o nosso som e com o que a gente tá querendo dizer.

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Nação da Música: Qual a importância pra uma banda nova, além de lançar um videoclipe, gerar um debate com a mensagem dele?

Thaigo Consani: A gente percebe que o lado visual é muito forte, a pessoa se identifica mais fácil. Ela consegue entender as vezes o que você tá querendo dizer na música. Então é um apelo muito bom pra gerar conteúdo pra galera, pra eles realmente entenderem o que a banda tá falando. Que a gente tá querendo expor a nossa opinião.

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Os orçamentos hoje em dia pra clipe são muito caros. Por isso que a gente foi pra Minas, lá  tem uma galera que trabalha firmeza e que não tá igual São Paulo, onde tudo é muito caro. Querem cobrar uma fortuna de bandas independentes que tão na correria, que é uma luta pra ganhar uma grana pra se manter. O nosso intuito é fazer mais clipes, pelo menos mais uns três vídeos.

Nação da Música: O clipe de “Manipulação” trate de um tema bem polêmico. De onde surgiu essa ideia e porque a banda escolheu um clipe com essa temática?

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Thaigo Consani: A ideia da música surgiu na composição do EP. Eu o Pedro, quando nós compomos, a gente começa pela base e as vezes vem uma ideia ‘pô, vamo falar do que nesse som?’. E é bem pessoal nosso, nós entramos, antes de compor, num debate, dando nossas opiniões. É um assunto polêmico mas que tá na nossa vida, a gente bate o olho e vê na TV toda hora. É uma coisa que mexe com o pessoal da banda, então decidimos compor falando sobre esses falsos profetas que ficam usando da fé dos outros pra ganhar grana e se dar bem.

Muitas vezes quando você vê esses programas, o cara fica fazendo milagre aqui, milagre lá. Milagre nada, ele quer ver o milagre de dar dinheiro pra ele. Então nós decidimos tocar nesse assunto que é pras pessoas que não tem muita informação possa parar pra analisar, parar pra pensar e decidir a sua opinião.

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Esse é um assunto que não se vê muito na música, e nós como banda de rock n’ roll decidimos colocar um foguinho nessa palha. Pra ver se dá uma mexida, pra ver se a galera procura se orientar e não cair nessa. Ou pelo menos divulgar isso. Só pra deixar claro, a gente não tem nada contra fé, religião. Não é foco na religião, é foco nas pessoas que utilizam a fé pra ganhar dinheiro. Independente da religião de cada um, o importante é a pessoa ter fé nela mesma e tomar cuidado pra não ser enganada.

Nação da Música: Pra concluir, quem é que colaborou com a produção desse novo clipe?

Thaigo Consani: Esse clipe também foi feito lá em Minas Gerais, por um contato com amigos nossos na Âncora Filmes, que são parceiros da banda. Foi um trabalhão, como a gente atrasou indo pra Minas, com o carro quebrando tivemos que fazer dois clipes em um dia. Chegamos lá quase de noite numa sexta pra gravar o sábado inteiro. Foi um puta trampão mas foi muito louco, acordamos cedo.

O clipe de “Manipulação” foi gravado no meio de um milharal com a ajuda de um ator amigo nosso que fortaleceu. Foi muito espontâneo, muito tranquilo. Se não me engano a gente conseguiu gravar esse clipe em umas quatro horas.

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Avatar de Vicente Pardo
Vicente Pardo: Editor do Nação da Música desde 2012, formou-se em Jornalismo pela Universidade Federal de Pelotas em 2014. A música sempre foi sua paixão e não consegue viver sem ela. É viciado em procurar artistas novos e não consegue se manter ouvindo a mesma coisa por muito tempo. Também é um apaixonado por séries de TV e cultura pop.