Renato Rocha, guitarrista do Detonautas, em entrevista exclusiva sobre “A Saga Continua”; Leia mais

“Seus olhos certos, mas não sei o que dizer / Eu não vou, mas o tempo vem” afirmam os versos do grandioso sucesso do grupo Detonautas Roque Clube. A canção é datada de doze anos atrás, mas suas palavras continuam atuais – o tempo continuou passando e os músicos deram continuidade ao processo de trazer novidades para a cena de rock brasileiro.

A guitarra é um elemento bastante presente na história dos integrantes e não poderia ser diferente no lançamento do novo projeto de estúdio – após seis anos longe das prateleiras, a banda retorna com “A Saga Continua”, dividido em dois discos que vão proporcionar aos ouvintes um novo jeito de experimentar os sons.

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O Nação da Música bateu com papo com Renato Rocha, o guitarrista do Detonautas. Nessa conversa foram revelados detalhes sobre o trabalho inédito! Está curioso(a) para conferir? Leia a entrevista abaixo e faça a saga continuar:

Entrevista por: Arthur Zambone e Jacqueline Gonçalo

Nação da Música: Como é voltar, com material totalmente inédito, depois de seis anos sem um projeto de estúdio?

Renato Rocha: Na real nós não ficamos inativos durante esses seis anos, trabalhamos em um ritmo mais tranquilo porque, além dos shows que sempre fazemos e demais atividades, temos o Mobilia Space (estúdio do Fabio Brasil, nosso batera) à disposição da banda. Antes gravávamos os CD’s em duas semanas, tinha que ser assim, mas dessa vez fizemos o oposto, deixamos rolar. Experimentações à vontade, microfones, captações diferentes e o que a gente quisesse fazer…

Nação da Música: Lançar um novo disco não é uma tarefa fácil e gera uma expectativa enorme nos fãs. Tal fato é um empecilho, no chamado momento de laboratório e busca de inspiração, ou essa etapa pode ser considerada como uma fonte de energia?

Renato Rocha: A gente faz música, ela é que manda. Seguimos nossos instintos, somos nossos maiores críticos, se passa pelos filtros de todos, vamos em frente e penso que vai ter sempre algo de novo, uma sonoridade, uma letra, um tema, mas também tem um lado já marcante da banda, em constante evolução.

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Nação da Música: Se você pudesse destacar uma diferença pontual nesse novo trabalho, qual seria?

Renato Rocha: O fator tempo foi essencial na produção do disco. O fato de ser um CD duplo, 18 faixas, dentro da nossa carreira já é um diferencial. Até meio que na contramão do mercado, com singles digitais e total velocidade de consumo. Nessas 18 músicas passeamos por diversas ondas, desde balada com violão de nylon até riffs e levadas mais pesadas, letras doces e outras mais densas. Tem que ouvir o todo para entender!

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Nação da Música: A banda é capaz de chamar a atenção, não apenas pelo rock trabalhado de forma sólida, mas também pelas letras carregadas de sentimentos. “A Saga Continua” parte de qual inspiração?

Renato Rocha: A vida, a observação e interação com o mundo. Os anseios, as aflições, o amor, as pessoas. A vida na estrada, as distâncias. As letras do Tico estão cada vez mais legais, a banda cada vez mais entrosada e tudo isso feito com muita vontade!

Nação da Música: O Cone Crew Diretoria faz uma participação na faixa “Sua Alma Vai Vagar Por Aí.” Como aconteceu essa parceria? O gênero musical presente nas cações deles é uma influência para vocês?

Renato Rocha: Sem dúvidas que sim, mais em uns do que em outros, naturalmente. Já fizemos parcerias com DMN, Gabriel o Pensador, Detentos do Rap e agora a Cone Crew manda um rap nesse rock alucinado que a gente fez. O Tico foi jurado em um concurso de bandas e viu a Cone Crew, que mesmo sem ganhar chamou a atenção dele. O convite veio tempos depois e eles apareceram um dia e gravaram a parte deles em cima da nossa base.

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Nação da Música: As letras com críticas políticas e sociais, sempre foram uma característica forte no estilo explorado pela banda. Na opinião de vocês, faltam bandas de rock que convoquem  os jovens para esse tipo de questionamento?

Renato Rocha: Nem toda banda tem que falar disso explicitamente, mas sentimos falta de músicas que instiguem mais as pessoas e que as levem a reflexões e possíveis mudanças. O entretenimento faz parte sim, mas há momentos em que precisamos encarar de frente a nossa situação. O rock sempre contestou, deu voz a quem não tinha.

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Nação da Música: “Conversando Com O Espelho” é uma bela homenagem para o ícone Raul Seixas. Conte mais sobre a influência do “Maluco Beleza” no som de vocês.

Renato Rocha: Raul é aquele tipo de artista que eu não sei nem dizer quando ouvi a primeira vez. Parece que todo mundo já nasce sabendo suas músicas. No Detonautas a obra do Raul sempre cruzou nosso caminho. Participamos de uma das edições do Baú do Raul, já tocávamos alguma coisa dele nos shows também, depois no Rock in Rio 2011 tivemos um dos momentos mais emocionantes com 100 mil pessoas cantando Metamorfose Ambulante, depois no Rock in Rio 2013 fizemos um show só de Raul, acompanhados por cordas, metais e tudo o mais com convidados ilustres como Rick Ferreira e Zélia Duncan.

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Nação da Música: Se fosse possível resumir esse novo disco em uma palavra, frase ou qualquer referência escrita, qual seria?

Renato Rocha: A Saga Continua. (Inevitável essa…)

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Nação da Música: Conte um pouco sobre os novos planos do Detonautas para esse ano.

Renato Rocha: Levar essa turnê que está começando agora a todos os lugares, colecionar mais histórias, mais músicas, mais sorrisos… Depois a gente volta pro estúdio e começa tudo de novo, só que um pouco diferente!

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Redação
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