Resenha: “lately I feel EVERYTHING” – WILLOW (2021)

Willow
Divulgação

O anúncio do quinto álbum de WILLOW “lately I feel EVERYTHING” trouxe ainda mais empolgação para ver a forma rockeira da cantora, especialmente com o primeiro single, “t r a n s p a r e n t s o u l (feat. Travis Barker)” se tornando viral em redes sociais como o TikTok, o que trouxe muita expectativa aos fãs. Os lançamentos de singles e a tracklist geraram ainda mais curiosidade para o que estava por vir, que chegou nessa sexta (16).

A cantora lançou o disco “lately I feel EVERYTHING” completo, com suas onze faixas e seus vinte e seis minutos de duração, como você pôde acompanhar aqui na Nação da Música. Nas composições de autoria de WILLOW, com algumas colaborações de Tyler Cole, seu parceiro no duo THE ANXIETY, a artista abre seu coração, falando sobre crescimento pessoal, procura por cura após relacionamentos complicados, suas falhas e defeitos, o anseio pelo amor – tudo com uma produção majoritariamente baseada nos instrumentos tradicionais do rock, a guitarra e a bateria.

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Isso não é para dizer que “lately I feel EVERYTHING” nos mostra uma WILLOW completamente nova, a cantora traz muitas de suas influências de gêneros musicais como o R&B e o Hip-Hop, além de manter sua personalidade rebelde, revolucionária e abertamente sentimental. Criando um disco de rock sólido nas onze faixas, ela vem como uma voz da juventude, especialmente da juventude negra, falando em entrevista à Alternative Press: “Deixar as minorias se expressarem completamente levanta o fato de que teremos que falar sobre as opressões sociais e sistemáticas que enfrentamos”.

Além de ter sido o primeiro single da nova era de WILLOW, “t r a n s p a r e n t s o u l (feat. Travis Barker)” abre o disco. Fazendo perguntas como “Yeah, they’re treating me like royalty but is it kissing ass?” (Sim, eles estão me tratando como realeza, mas estão puxando meu saco?, em tradução livre) ao mesmo tempo que dispara versos raivosos como “If you ever see me, just get to runnin’ like The Flash” (Se você me vir, só comece a correr como o The Flash, em tradução livre), ela cria uma faixa única, observando enquanto que se revolta com o mundo – vendo tudo de maneira extremamente clara, a alma transparente.

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O único interlúdio de “lately I feel EVERYTHING” é “F**K You“, no qual WILLOW discursa aos gritos bem-humorados por cima de uma bateria, expulsando alguém com quem se relacionou e expressando sua raiva por “fucking up my heart” (destruir o meu coração, em tradução livre). Em seguida, o baterista do Blink-182, Travis Barker, retorna com “Gaslight (feat. Travis Barker)“, também conseguindo mostrar um rock inovador, misturando novos sons da guitarra e bateria com alguns synths ao fundo e mostrando que WILLOW tem uma maestria para explorar cada canto do rock e do pop-punk. Nessa faixa, ela também traz um lado característico de suas composições, mesmo ao falar de um relacionamento, a cantora foca no amor próprio e em seus próprios sentimentos.

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A quarta faixa “don’t SAVE ME” também traz um tema bastante profundo – começando já com WILLOW dizendo “I don’t really think that I can do it all alone, but I tell them ‘Don’t save me'” (Eu não acho que posso fazer tudo sozinha, mas eu digo a eles ‘Não me salvem’, em tradução livre). Mas é a dualidade da faixa que a torna ainda mais interessante, com a cantora, até mesmo no título, pedindo para ser salva em letras maiúsculas enquanto diz que precisa lutar suas próprias batalhas para ficar mais forte.

naïve” se mostra um dos maiores destaques do álbum, faixa na qual WILLOW vai contra a persona forte e independente que traz nas canções anteriores. A cantora traz em dois minutos e cinquenta segundos um pedido às pessoas próximas dela, que a digam quando está sendo inocente – reconhecendo sua posição romantizada e distanciada do mundo a sua volta. Em um dos grandes momentos da música, WILLOW relata que enquanto descansava, recebeu uma ligação de seus amigos que haviam sido atingidos por balas de borracha em um protesto – exemplificando um momento em que foi abruptamente acordada para a realidade.

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Logo após vem “Lipstick“, o segundo single do álbum, e WILLOW continua a introspecção – analisando suas falhas, dores e sentimentos mais sombrios – até contando “E estou olhando para a dor como uma velha amiga próxima / Braços abertos a ela quando vê-la de novo”, sobre uma bateria tradicional do rock e notas de guitarra mais características do gênero. A próxima faixa “Come Home (feat. Ayla Tesler-Mabe)” é um dos maiores momentos de “lately I feel EVERYTHING” e inicia uma sequência de canções em que WILLOW se debruça sobre seus relacionamentos. Nessa, a participação de Ayla Tesler-Mabe traz ainda mais completude à descrição de uma situação na qual as artistas expressam seus anseios para que a pessoa amada volte a elas e acabe com a solidão que sentem agora – como Ayla fala em seu verso “tudo me leva de volta a você”.

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Uma outra faixa que traz composição junto a seu parceiro Tyler Cole, “4ever” traz uma visão extremamente romântica do relacionamento. Nos versos, WILLOW canta sobre como nunca quer ver a pessoa amada virar as costas, sobre uma produção mais leve e com mais elementos eletrônicos – reminiscente de seus discos de R&B alternativo, mas ela assume que si própria e seu amor sabem que isso, o relacionamento, não pode durar para sempre.

XTRA (feat. Tierra Whack)” finaliza a sequência de faixas de “lately I feel EVERYTHING” que tratam somente de relacionamentos românticos – voltando à personalidade revoltada e rebelde de WILLOW, expulsando a pessoa de sua vida e a dizendo para nem tentar pedir desculpas. O fascinante é a utilização de elementos do Hip-Hop e Rap na composição, além do verso da rapper Tierra Whack, que recita confortavelmente por cima da batida tradicionalmente do rock. Com rimas rápidas, versos curtos, comparações e metáforas diretas, WILLOW cria uma letra que poderia ser uma estrofe de rap facilmente.

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Em seguida vem provavelmente um dos momentos mais esperados do álbum, a participação da cantora lendária de pop-punk Avril Lavigne e a faixa se prova tudo o que foi prometido. “G R O W (feat. Travis Barker e Avril Lavigne)” é uma canção tradicional de pop-punk, mas com um twist característico de WILLOW, voltada completamente ao crescimento pessoal e ao sentimento de comunidade. “E eu me sinto mais próxima sabendo que não preciso esconder minhas cicatrizes” já seguido de “Espero que saiba que você não está sozinho, estar confuso não é certo ou errado / Você vai descobrir que você é seu melhor amigo, e isso não é uma ‘fucking’ metáfora” mostram claramente a dualidade de rebeldia e revolta que WILLOW domina tão perfeitamente.

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Para finalizar o álbum, chegamos em “¡BREAKOUT! (feat. Cherry Glazerr)“, que é, por sua vez, um hino perfeito para descrever a rebeldia e revolução presas na mente de WILLOW. A banda de rock Cherry Glazerr colabora trazendo o tom rockeiro do álbum para uma faixa que tem uma composição violenta, revolucionária e de rápido pensamento – usando, de mesma maneira que “XTRA”, elementos do Rap para os versos, contando a jornada da artista e resumindo uma das maiores mensagens do álbum, que WILLOW, como criadora, não está presa a nada.

“lately I feel EVERYTHING” traz onze faixas extremamente sólidas, pensadas e  com mensagens extremamente claras. WILLOW inova em cada nova nota tocada e traz visões únicas de uma mulher negra e LGBTQ+. O disco somente falha na duração de suas músicas: apenas “Lipstick” e “Come Home” passam da marca dos três minutos, enquanto várias nem chegam aos dois, fazendo com que alguns conceitos não sejam tão bem explorados quanto poderiam ser. No entanto, mesmo com isso, a experiência de ouvir vinte e seis minutos de rebeldia, revolução e introspecção é uma que só traz impactos positivos – com WILLOW guiando o ouvinte pelo autoconhecimento, suas falhas e lições, além de nunca esquecer a situação política do mundo a sua volta. “lately I feel EVERYTHING” tem tudo para se tornar um manifesto punk de verdade.

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RESUMO DA RESENHA
WILLOW - lately I feel EVERYTHING
Estudante de jornalismo, não-binárie e apaixonade por música. Sempre aberte para ouvir qualquer gênero, artista ou década. O universo do pop, principalmente hyperpop, k-pop e synthpop, é onde eu vivo e sobrevivo.
resenha-lately-i-feel-everything-willow-2021WILLOW entrega um álbum de rock completamente sólido, explorando do pop-punk ao indie rock confortavelmente - sem esquecer suas influências de outros gêneros. A cantora explora a situação política atual, seus próprios relacionamentos e suas emoções em onze faixas introspectivas, rebeldes e revolucionárias.