Entrevista: Daniel Ferro fala sobre seu livro “Contos do Rock”

daniel ferro


Daniel Ferro está no caminho do Rock n’ Roll brasileiro fazem alguns anos. Desde a época do Emoponto, banda onde ele tocava bateria, o jornalista já estava na estrada fazendo shows ao longo do país.

Ele passou então por uma transição onde deixou para trás as baquetas e passou a se concentrar na gravação de videoclipes. Hoje, ele tem em seu currículo grandes trabalhos como os vídeos de “Porto Alegre” e “Infinito”, do Fresno, “Abominável”, do CPM 22, “Planto”, do Rancore e, mais o mais recente “Na Pele”, da Elza Soares com a Pitty.

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Com tanto tempo trabalhando com música, Daniel certamente já ouviu de tudo em meio a vans na estrada, camarins e backstages. “Contos do Rock”, livro organizado pelo diretor, traz 54 histórias contadas por pessoas como Tico Santa Cruz, Fernanda Takai, Andreas Kisser e muitos outros relatando causos dos bastidores do Rock.

A Nação da Música conversou com ele para saber um pouco mais do livro, que foi lançado em julho deste ano.

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Entrevista feita por Daniel Sakimoto.

————————————————————————————————————— Leia a íntegra

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Primeiramente eu gostaria de saber de onde veio a sua inspiração para a sua carreira. Sempre quis ser diretor e produtor de videoclipes? Como surgiu sua vocação e trajetória?

Desde pequeno sempre soube que, se fosse me dada a chance, eu iria querer transitar pelo mundo da música. Depois de uns anos como músico a transição para o vídeo foi natural, uma vez que comecei a pegar a câmera e editava os vídeos de turnê da minha própria banda. Eventualmente comecei a trabalhar com outras bandas e hoje, 12 anos depois, estou cada vez mais feliz no que eu faço.

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No livro “Contos do Rock” você junta varias histórias de diversos artistas. Como surgiu a ideia de fazer essa compilação de causos?

A ideia do programa “Contos do Rock”, que criei para o Multishow em 2012 (foram 25 episódios no total), que resultou em livro surgiu de uma lacuna que eu percebi que havia nos documentários a que assisti e nas biografias musicais que eu li nos últimos anos. Eles não tinham histórias de camarim, de bastidores, que são engraçadas e ajudam a entender muito sobre as bandas, os artistas, e que sempre ficavam à margem. Daí surgiu o programa, que por sua vez tinha uma linguagem audiovisual que emulava um livro, por isso mesmo foi natural essa transição.

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daniel ferro
Como foi esse processo de coleta de histórias?

Eu procurei sempre escolher pessoas que tinham presenciado boas histórias. Não somente artistas, mas empresários, produtores, roadies…meu único crivo foi esse: ter presenciado ela mesmo a história e me garantir que ela era verdadeira. O que a pessoa testemunhou e nos contou na pesquisa está no livro. Ele inclusive é uma transcrição fiel do relato do entrevistado. Apenas procurei evitar relatos de “alguém me disse que fulano viu…”. Procurei manter relatos de primeiro grau no livro, assim tenho tranquilidade de que tudo que está lá deve ser verdade “verdadeira”.

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O livro vai ser contado por pessoas como Pitty, Amin Khader, Tico Santa Cruz e até o tremendão Erasmo Carlos, ou seja, diversos músicos de diferentes facetas do Rock. Tem alguma história que é a sua favorita?

Eu acho que não consigo escolher uma apenas, pois cada história é única e reconta um período muito singular na história de cada banda.

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Citaria rapidamente, só pra ilustrar o quão diverso são os “temas” do contos os exemplos: Nasi, vocalista do Ira!, “rouba” da gravadora o disco de ouro que não “recebeu”; Gabriel Thomaz, do Autoramas, fica constrangido ao dar uma surra no pinball em ninguém menos que Lemmy, do Motörhead; Jimmy London, do Matanza, fica tão bêbado que vai parar no hotel errado; e Fê Lemos, do Capital Inicial, lembra a emoção de ouvir “Tempo perdido” (Legião Urbana) pela primeira vez em um Rose Bom Bom (antiga casa noturna de Sampa) vazio.

Mas a graça do livro é justamente essa, não ter uma história que se destaca das demais e no fim, todas elas acabam montando uma ideia geral do que é ter uma banda de rock e cair na estrada.

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E você, qual seria sua história a ser contada no “Contos do Rock” como baterista do Emoponto e/ou como diretor de clipes?

Uma vez, depois de uma turnê bem complicada pelo Nordeste, chegamos no último show, em Salvador, e descobrimos que o contratante era um garoto de 13 anos. Ele não tinha dinheiro para comprar as passagens de volta para o Rio de Janeiro e tivemos que ir na casa do garoto falar com os pais dele. O pai do menino, para a nossa surpresa, nem suspeitava que o filho “organizava” shows e obrigou o moleque a vender o videogame para ajudar a pagar nossas passagens. Foi tenso.

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Além de dirigir vídeos de Rock n’ Roll você também já esteve envolvido em projetos de outros gêneros musicais, como o Pop Estrada, produções de música sertaneja e até dirigiu um clipe do Michel Teló. Já viveu acontecimentos dignos de boas histórias nesse trabalho também?

Sem dúvidas! Tudo na vida é um acumulado de histórias e vivências. São elas que vão me inspirando e dando ideias pros próximos trabalhos. Eu com certeza não seria a mesma pessoa se eu não tivesse caido na estrada há 15 anos atrás com a minha própria banda e, depois, ido viajar com tantos outros artistas e bandas.

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Gostaria de mandar um recado pros fãs que acompanham a Nação da Música?

Não planejem nada. Façam! Teve uma ideia. Coloque ela em prática. Já! Esperar o “momento exato” para realizar os seus sonhos e vontades é só uma maneira de dizer que no fundo, você não quer tanto aquilo. Corra atrás, sem perder tempo. Boa sorte!

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Confira o livro “Contos do Rock” clicando aqui e aqui.

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Jornalista e Music Geek. Vive entre o indie e o folk e sonha em conhecer o Glastonbury.