Entrevista Exclusiva: Pedrada fala sobre parcerias e o novo álbum do Ponto de Equilíbrio

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Comemorando o recente lançamento do novo álbum, a Nação da Música conversou com Pedrada, baixista da banda de Reggae Ponto de Equilíbrio, que nos contou um pouco da preparação do disco e como surgiu todas as parcerias de “Essa É a Nossa Música” – que conta com Emicia, Alborosie e Ivete Sanagalo entre os feats.

O músico ainda deixou uma mensagem de esperança para o Brasil, lançando um olhar positivo para os atuais problemas que enfrentamos. Confira!

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Perguntas/Entrevista: Felipe Santana

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—————————————————————————————— Leia a íntegra

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A banda já está na estrada há mais de 15 anos, e em 2016, vocês lançaram seu 4º álbum de estúdio – que chegou bastante tempo depois de “Dia Após Dia Lutando” (2010). Qual a principal diferença entre “Essa É a Nossa Música” e seus antecessores e porque esse grande espaço de tempo estre os dois últimos?

Neste álbum a gente buscou ousar um pouco mais assim, no sentido de colocar o reggae mais misturado, esse reggae moderno, principalmente que a gente vem escutando sendo feito, internacionalmente falando, ele tá muito fundido com outros gêneros musicais, principalmente o rap, o soul, o R&B né? E a gente nesse álbum veio trazendo essa levada também, a gente veio com esse característica bem forte em várias músicas, não teve esse medo de ousar nessa parte. Tem alguma músicas, algumas faixas, não me recordo agora exatamente quantas – umas 3 ou talvez 4 – que não são nem reggae direito, muita gente não define como reggae, eu até defino, muitos ainda definem como reggae, isso varia de pessoa pra pessoa, essa definição.

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E gênero musical hoje em dia – sempre foi – muito pessoal, a pessoa define o gênero de uma música de uma forma, principalmente quando ela tá assim, tem essa característica de ser bem mesclada, como foi o caso de algumas faixas desse álbum, dessas 4 que eu citei tipo: “Vou Me Tacar”, “Seu Jogo”, “Estar com Você” – to lembrando agora de cabeça. São três faixas que estão passeando, bem distante um pouco do reggae. Mas eu mesmo pessoalmente defino ainda como reggae porque é o que eu vejo muitos artistas internacionais que se definem como de reggae fazendo, posso citar aqui os filhos do Marley, os jamaicanos, a nova geração do reggae jamaicano, o Protoje, Cronixx, não sei se você conhece esses nomes que estou citando, se você ouvi-los você vai ver o que to querendo dizer.

Essa foi a principal diferença, a gente teve também nesse meio tempo a saída de um integrante, que fez muita diferença – que era o guitarrista solo – então a maioria das músicas desse novo disco quem gravou a guitarra foi o outro guitarrista – a guitarra solo né? Foi um guitarrista contratado, o que eu considero que fez bastante diferença na sonoridade. Teve também parte da produção que nesse álbum eu assumi, a banda me permitiu fazer a produção musical assim, assumidamente, e acho que isso fez uma certa diferença no resultado final do álbum. Nos outros anteriores a produção musical era em conjunto da banda, então era diferente o propósito, a condução da coisa.

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E com relação a segunda pergunta, que seria o tempo, por quê tanto tempo né? Na verdade nesse meio tempo a gente lançou um DVD, o “Dia Após Dia Lutando” em 2010, ai em 2012 a gente lançou esse DVD, fazer um DVD assim com a banda, independente – a gente sempre foi independente, agora nesse último álbum a gente ta com a Som Livre, mas a Som Livre só chegou pra distribuir mesmo, não participou de nada na gravação, eles chegaram já estava tudo pronto, pegaram só a parte comercial mesmo, da distribuição. Então fazer um DVD independente é uma coisa que demanda muito tempo e muito trabalho, assim como um CD. Esse CD mesmo, o “Essa É a Nossa Música” a gente começou a gravar ele no inicio de 2014, foi quando começou os primeiros encontros pré-produção desse álbum, começou a surgir… muitas músicas deste álbum são antigas, são composições antigas de alguns compositores da banda, as músicas do Lucas, tem música de 2003, bem antigas que ele já tinha composto, que estavam guardadas, e a gente fez essa reciclagem de músicas antigas nossa que estavam guardadas com músicas que a gente compôs na hora pra esse álbum. Isso também foi um diferencial deste álbum.

E é isso, o tempo é meio que… infelizmente… tem artista que consegue realmente ser muito produtivo, lançar álbuns em tempo muito curto. A gente preferiu ter mais esse cuidado de poder caprichar bem o álbum. Na verdade o álbum já ta pronto desde agosto do ano passado, a gente ficou um tempo ai em processo de… estudando qual seria a melhor forma de lançamento pro álbum, mas o álbum já ta pronto há um tempo. Então a demora é meio que o resultado dessa somatória de fatores.

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Como é o processo de composição de vocês? Em algumas músicas, como “Fio da Fé”, vocês abordam temas bastante atuais e cotidianos. Como surgem as letras e as melodias?

Cada música é de uma forma, cada autor, mais ou menos de uma forma. Caso o “Fio da Fé” que você citou, é do Lucas, o baterista, ele é um dos principais compositores do grupo, compôs outras músicas que estão na boca do povo ai, do nosso público. E essa música é uma composição recente, não é das antigas, ele colocou outras – como já citei anteriormente – que são composições antigas. Mas “Fio da Fé” é recente e veio em função desses fatos todos ai que ocorreram, aqueles protestos de junho de 2013, a coisa da copa, que é o que fala mesmo a letra, essa letra é bem atual. E ele chegou com a letra e a melodia da música pronta, ele veio aqui pro meu estúdio aqui em casa, e a gente criou juntos a parte rítmica e melódica da música, levamos pra banda e a música ta sendo um sucesso ai, sendo executada pelos shows Brasil a fora, foi uma música bem aceita muito rápido, ela viralizou, entrou pro repertório, entrou pra boca do povo e ta todo mundo cantando, ela tem sido muito bem aceitas nos shows.

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E em geral as outras músicas, cada compositor tem uma forma, tem músicas que são parcerias, a gente se reuniu aqui em estúdio, cada um escreveu um pouco, e tem músicas que, como o Lucas chegou com a melodia e a letra pronta e apresentou pra banda, e a gente musicou junto, em ensaio ou então aqui em casa, na produção aqui, usando recursos da programação, se deu mais ou menos assim, essa junção das ideias. A banda sempre trabalhou de uma forma muito coletiva, a gente não tem uma liderança definida, apesar de eu ter assumido a produção desse álbum, a gente sempre buscou dividir, todo mundo tem voz igual na banda, e opina, quantas vezes eu aceitei a opinião dos outros e deixei a minha opinião pessoal de lado pra colocar a opinião de outro irmão que, mesmo que fosse diferente da minha, mas a gente sempre trabalhou dessa forma, bem coletiva.

Vocês já tiveram a honra de fazer parceria com grandes nomes brasileiros – e de diferentes estilos musicais. Como funciona essa fusão de gêneros e como surgiu essas parcerias, que tomaram maior forma em “Essa É a Nossa Música”?

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Cara, esse disco foi engraçado a história dessa coisa das parcerias porque a gente desde o início quis fazer um disco com muitas parcerias, e o caso que aconteceu foi que a gente teve um brainstorm já com alguns parceiros que a gente já tem um contato, uma amizade pessoal, somado a esses que a gente já tinha essa amizade, esse contato, a gente também pensou em pessoas que a gente gostaria, mesmo que a gente nem tem contato mas que a gente foi atrás buscar, e a gente fez um brainstorm disso, e chegamos nesse seis nomes. E a gente pensou “pô, temos seis nomes aqui, são seis participações, mas alguém não vai aceitar, não vai dar, não vai poder, a gente sabe que todo mundo é muito corrido, muito pegado esses dias”. E a gente imaginou que nem todos iam rolar, por isso a gente falou “vamos tentar esses seis aqui”, e acabou que as seis pessoas que a gente tentou – alguns eram mais próximos, outros não tanto – acabou que todos… quem não era próximo acabou se tornando próximo e acabou que todos fluíram né? E ta aí, o disco tá recheado de participação, e a gente foi, a medida que o repertório do disco ia surgindo, a gente ia pensando qual música ia selecionar, pra quem, e ficou desse jeito que ficou, mais ou menos assim a história.

E como vocês chegaram até o Alborosie, que é um grande representante da cultura rastafári na Itália?

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O Alborosie foi através de um parceiro nosso, que chama Fernando Costa, ele é um parceiro nosso comercial, de distribuição digital, ele tem um selo dele chamado Brasil Deluxe, e ele falou pra gente que tinha esse contato, o Fernando Costa com o Alborosie, e a gente: “ah, vamo vê!”. O Alborosie foi um cara super profissional, a gente teve todo um processo de trocas de e-mails antes de se consolidar a parceria, porque ele é um cara super profissional, ele ficou impressionado com o resultado final da música, a música dele no caso, ele produziu tudo, o instrumental, ele só pegou a nossa voz, a capella, e o resto foi tudo… a produção, a confecção musical, foi tudo da parte dele, do clã dele, que é o estúdio dele que fica na Jamaica – como você falou, ele é Italiano mas ele mora na Jamaica – e ele tem músicos de toda parte do mundo, pessoal de muito alto nível do reggae, a gente ficou super satisfeito com o resultado.

Vocês prepararam recentemente um tributo a Bob Marley, que comemorou não só os 70 anos do cantor mas também 15 anos de banda. Como foi essa sensação e qual a resposta da galera que assistiu aos shows?

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Surpreendeu! A gente ficou muito surpreso com a resposta do público. O Bob Marley é a nossa principal referência da banda, como escola de reggae, ele é também filosofia de vida, a gente tem uma grande influência dele. E pra gente foi uma honra poder ta fazendo isso, comemorando esses 70 anos, a gente pretende poder homenageá-lo ainda muitas vezes, e o público recebe muito bem, o que o Bob Marley normalmente… com a gente não foi diferente, o público recebeu muito bem. A gente tem esse material registrado com show no Circo Voador (RJ), tem no YouTube alguns vídeos, e assim, consolidou com chave de ouro esse processo aí.

Em 2013 foi lançado o primeiro DVD do Ponto de Equilíbrio – “Juntos Somos Fortes Ao Vivo”. Como foi a experiência e vocês pensam em gravar um novo DVD baseado no novo álbum?

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Olha, a gente pensa sim. Apesar de ainda serem ideias muito verdes. A gente pensa sim, não posso dizer nada muito concreto sobre isso porque ainda realmente é muito verde, a gente tava muito focado nesse CD, não temos ainda muita ideia do próximo passo com exatidão, mas a gente pensa sim. Hoje em dia um DVD, ou então algum material assim, não um DVD, mas uma produção audiovisual focada pra YouTube a gente tem interesse de ta lançando em breve.

E isso conta pra caramba, a galera ta sempre acompanhando, assistindo.

Hoje em dia você faz uma produção, é um custo bem menor, você não pega tão pesado quanto um DVD, o DVD tem aquela coisa de ser… acaba sendo bem caro, fazer uma alta produção do DVD. E tem um resultado muito bom pelo YouTube, acaba que  YouTube se tornou a principal forma de visualização… a principal não, mas uma das principais formas de visualização e propagação da música dos artistas no geral.

Alguma mensagem para os fãs e pra galera que tá acompanhando a entrevista?

Quero dizer que o pessoal ai, curtir o nosso disco, ouvir com carinho, procurar entender o que ta sendo dito. Quero passar uma mensagem positiva a esse momento que o nosso país ta vivendo, pra gente positivar, toda essa história de crise – eu não gosto nem de falar muito essa palavra – vai passar, a gente vai prosperar ai, independente de qualquer dificuldade, a gente tem que pensar positivo e olhar pra frente que nosso país, nossa nação e todo mundo tem muito que aprender e evoluir junto. E a gente… pensar positivo e agir positivo em prol de uma melhora mesmo, sem muita radicalização, sem muita polarização, buscar mais a união mesmo do que a divisão, é isso que eu tenho pra dizer.

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