Entrevista: Planta e Raiz falam sobre o novo álbum “Exército Delirante”

planta e raiz

No próximo dia 5 de agosto, o Planta e Raiz sobe ao palco da Audio Club, em São Paulo, com o lançamento de seu novo álbum “Exército Delirante”.

O sucessor do disco “Segue em Frente” chega dois anos depois, com a banda completando 19 anos de carreira, e trazendo a produção de Daniel Ganjaman, parcerias com os novos nomes do rap nacional, Haikaiss e Oriente, além de contar com a direção artística e participação especial de Fernando Anitelli na apresentação do lançamento.

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A Nação da Música conversou com o Zeider (vocalista) e o Franja (guitarrista) sobre o novo trabalho, as colaborações, e os planos para a comemoração de 20 anos da banda.

Entrevista feita por Juliana Izaias.

————————————————————————————————————— Leia a entrevista

– Como está o processo de produção do álbum “Exército Delirante”? O que os fãs podem esperar do novo trabalho?

Franja: Finalizamos o processo de gravação na semana passada com o DJ Sleep do Haikaiss , a produção musical do “Exército Delirante” é do mestre Daniel Ganjaman, sempre tivemos o desejo dele produzir um trampo nosso e estamos muito felizes com isso.

Os fãs vão se surpreender com essa nova fase e com certeza irão gostar pois nós mesmos estamos muito satisfeitos com esse trampo.

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Zeider: O disco já está masterizado, a caminho da fábrica. São doze canções, o processo de gravação foi de dezembro de 2016 até fevereiro de 2017. E a galera pode esperar um disco de reggae visceral, com mensagens de transformação, mensagens de amor, mensagens de fé, e de perseverança. Reggae nacional pesado!

– E nele vocês convidaram o Daniel Ganjaman pra produção, como que rolou essa parceria e de que forma ele contribuiu para o som de vocês?

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Franja: Esse trampo começou naturalmente, o Zeider está num processo frenético de composição e estávamos com umas 30 músicas na mão para produzirmos, então entramos em contato com o Ganjaman, para ver a possibilidade dele fazer essa produção, pois queríamos um novo caminho sonoro para essas músicas e assim começou a parceria com o Ganja. Nesse disco temos a participação do Haikaiss , do Oriente e o Ganja também participou de composições de letras, linhas de baixo, enfim são amigos que chegaram para somar muito com nosso som.

Zeider: Então, Ganja é um ídolo, da música, da produção. Ele tem mente de maestro, então a gente desde sempre quis trabalhar com ele, e aí agora rolou essa oportunidade. Ele teve um tempo, a gente tava com todas as canções, com tudo na mão. E a gente começou a se encontrar também fazendo shows juntos, Planta e o Criolo, em festivais e tal, e o Ganja foi vendo nossos shows e essa ideia foi amadurecendo. E foi demais, porque ele chegou com o pé totalmente no chão, sabe, falou “não, vamos fazer um ‘discão’ de reggae mesmo, original, reggae brasileiro, totalmente Planta e Raiz, vamos buscar a essência de vocês, mas vamos fazer uma coisa bem simples e bem visceral“, e foi o que rolou. Um puta som, um som claro, limpo, cristalino, uma energia de estúdio maravilhosa. E desde o primeiro ensaio até a masterização, ele acompanhou tudo, cada detalhe. Então com certeza foi essa dedicação dele, esse profissionalismo, e o fato dele entender também o que é o Planta, fez a gente atingir o resultado que a gente sempre quis, e que em breve vai estar aí no coração da galera.

– E com as parcerias do Haikaiss e Oriente no álbum, que são grandes nomes do rap nacional, o público pode esperar, de alguma forma, alguma influência do estilo nas músicas novas?

Franja: O rap sempre nos influenciou, desde sempre ouço, e temos várias parcerias com o estilo como Rappin’ Hood , Edi Rock, e nesse novo trampo chamamos Haikaiss (SP) e Oriente (RJ) representando essa nova fase do rap nacional que está bem forte.

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Zeider: Com certeza, vai ter essa influência. Até porque o rap é uma parada meio que proveniente, do raggamuffin, que lá no começo, os DJs na Jamaica tocavam o lado B das músicas que eram só instrumental e meio psicodélico, e ai eles iam improvisando por cima dessa parada, os Toasting que os caras chamavam, aí dessa parada veio o ragga, e do ragga veio o rap. Então são estilos irmãos, assim, da mesma família, da mesma árvore. E também tem o fato da rapaziada serem nossos amigos, galera do Oriente e Haikaiss, que é uma geração um pouco mais nova que a nossa, mas os moleques sempre chegaram na gente com o maior respeito, já na amizade, então a gente virou amigo logo de cara, e uniu o útil ao agradável. Juntar a amizade, juntar essa proximidade dos dois estilos pela história, e também colocar pra galera o que a galera tá afim de ouvir. Reggae music pesadão e o rap original dessa rapaziada.

– E vocês também estão contando com a colaboração do Fernando Anitelli, que está participando da direção musical do show de lançamento. Como vai ser essa junção e o que podemos esperar dessa apresentação?

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Franja: O Anitelli é um amigo muito especial nosso, um grande artista, compositor, ator … o cara é completo, como estamos fazendo o disco da melhor forma possível , sentimos a necessidade de fazer um novo show também, uma coisa leva a outra, então na hora pensamos nele como diretor desse novo show que estamos preparando. Ele veio com muitas idéias geniais do palco ao figurino, vai ser muito especial esse show que será dia 5 de agosto na Audio em SP.

Zeider: Então, Aniteli é um ‘irmãozão’ já de longa data, grande parceiro. E ele ali, a frente do Teatro Mágico, com todas aquelas ideias circenses, teatrais e poéticas. Daí gente chamou ele pra ele ajudar a gente a pensar no figurino, pra gente pensar em algumas cenas também pro show, alguns momentos especiais. Ele também vai apresentar o show com poesias, com música, e vai ter umas intervenções também durante o show. Então a presença dele é fundamental, a gente tá muito feliz em poder juntar, somar, as nossas criatividades, juntar a criatividade de todo mundo, e quem vai ganhar com isso vai ser a plateia, que vai ver um ‘showzão’ totalmente novo, com figurino dez, com cenário maneiro, com uma abertura linda. Então a gente tá muito feliz e com certeza a galera vai se surpreender.

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– Vocês estão completando 19 anos de banda, como vocês avaliam essa trajetória e de que forma ela influenciou no trabalho que vocês estão fazendo hoje?

Franja: Fico pensando nisso direto, parece muito tempo mas passou voando, quando faz o que ama nem sente o tempo passar. Toco guitarra desde menino mas na estrada vivo aprendendo, errando, estudando sempre tentando evoluir e a nossa música foi evoluindo também, mas cada fase tem seu valor, e sempre tem novas produções, novos artistas e novos discos que nos inspiram a seguir em frente e produzir cada vez mais.

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Zeider: O tempo passou né? 19 anos já de estrada, e desses 19 anos a gente tá há 10 anos independentes. Então a gente aprendeu nessa caminhada que a gente tem que produzir muito, que a gente tem que estar junto das pessoas que ama o nosso trabalho, junto das pessoas que a gente ama, os verdadeiros parceiros, aqueles que nos apoiam, que fazem a parada acontecer. E acho que essa é a principal influência, as pessoas e os amigos que a gente acumulou pela estrada, o Junior Tobal, que é lá da Audio Club, o Ganjaman, o Fernando Aniteli, e nós do Planta e Raiz aqui juntos, acreditando cada vez mais nesse sonho. Dentro desses 20 anos, a gente gravou 11 discos, eu compus, se for ver aí, muita canções, outros artistas gravaram canções minhas também. Então é uma experiência muito legal, a gente pensar no que o nosso público vai querer, oferecer uma coisa que realmente o público vá gostar. E como a gente é do reggae, a gente aprendeu que a gente tem que fazer a coisa com simplicidade, com carinho, com verdade, e com fé. E é isso ai, vamos nessa té o final.

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– E no ano que vem a banda estará completando 20 anos. Estão planejando alguma comemoração especial?

Franja: Vintão kkkk Estamos pensando em um registro ao vivo para comemorar esses vinte anos, vamos buscar fazer algo diferente do que já fizemos, provavelmente será um acústico.

Zeider: 20 anos é um momento muito marcante, é uma marca muito especial, então com certeza a gente não vai deixar passar batido. A gente vai armar uma coisa linda pra galera, e pra dar continuidade também nessa história. Mas por enquanto, a gente tá pensando mesmo no lançamento desse disco novo, que foi um trabalho feito com muito carinho, teve um investimento grande de dedicação, e de criatividade, musicalidade, tudo. Então a gente tá nesse foco aí, pro dia 5 de agosto, na Audio Club, “Exército Delirante” na mão da galera. Assim que passar essa data, esse dia, aí a gente vai começar a pensar no que está por vir, e com certeza vamos comunicar pra galera na hora.

– Eu queria saber como vocês veem o cenário musical brasileiro de hoje, principalmente na área do reggae. Vocês sentem que há um espaço legal e apoio para as bandas novas que estão começando?

Franja: Está tendo bastante shows de reggae, o cenário está com muitas bandas de peso e que levam muita gente, as bandas estão se unindo e fortalecendo a cena, mas o apoio mesmo vem da própria banda, nós temos 19 anos de carreira e somos uma banda independente. Nós fazemos as músicas, idealizamos o projeto, investimos, vamos atrás de todo o processo para termos sempre material novo e dar continuidade em nossa carreira, enfim, se ficarmos esperando apoio nada acontece.

Zeider: Tô bem animado com o cenário do reggae hoje no Brasil, de ver aí os nossos amigos, a galera que tá fazendo música de verdade, música de coração mesmo, representando muito bem o nosso estilo, e também levando isso pra essa geração que tá vindo. Então a galera vê ai Natiruts, Ponto de Equilíbrio, Mato Seco, Maneva, Cidade Verde, muita gente legal, fazendo música de verdade. E aí já começa a fazer música também, já se inspira e dá continuidade ao movimento, e isso que é maneiro, a gente está se consolidando aí, como um movimento forte, musical, de mensagem, de coisa boa para o povo. E assim, uma única coisa que eu sinto falta assim é das empresas sabe? Da galera olhar pro reggae como uma fonte de investimento, pra por o reggae pra cima mesmo, de verdade. A gente poder trabalhar, porque a gente sempre foi independente, a gente sempre que realizou tudo as nossas coisas, e graças a Deus a gente conta com muitos parceiros, o que é muito legal, mas a gente sempre sente falta das grandes marcas, assim, mesmo fazer um grande festival de reggae no Brasil, e honorar as bandas de acordo com a correria de cada uma, de uma forma bem especial. Mas a gente tá no caminho pra isso, se Deus quiser. E pra galerinha que tá começando, ouçam boa música, deixem fluir o melhor de vocês, não desistam, porque como tudo na vida viver de música não é fácil, como toda outra profissão, requer muita disciplina.

– Vocês pode deixar um recado para os leitores da Nação da Música?

Franja: Muito obrigado pela oportunidade de trocar essa ideia, vamos sempre seguir em frente produzindo e fazendo shows rumo aos 30 de carreira , muito obrigado pela atenção!

Zeider: Muito obrigado por poder compartilhar um pouco da nossa história com vocês, e também chamar vocês pra curtir esse nosso novo trabalho, “Exército Delirante”. Deus abençoe a todos e a gente se vê num show por aí pelo Brasil e pelo mundo.

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Juliana Izaias
Juliana Izaias
Prefere ser chamada de Ju. Jornalista, apaixonada por música, festivais, seriados, gatos e Arctic Monkeys.