Em turnê pelo Brasil, o cantor, compositor e empresário Marcelo Maldonado Peixoto, mais conhecido como Marcelo D2 (apelido, D2, vem de “dar um 2”, o que significa fumar maconha) ganhou projeção artística a partir dos anos 90 como vocalista da banda Planet Hemp, que ficou conhecida, sobretudo pelo seu posicionamento polêmico em favor da legalização da maconha.
Hoje, já consagrado como um dos grandes mestres da música popular brasileira, D2 é conhecido por seu posicionamento incisivo contra governos conservadores, sendo atuante nas redes sociais e em shows através do seu posicionamento progressista e libertário. Em recente entrevista, o cantor assumiu ser ameaçado de morte frequentemente, mas promete não se calar.
Em 1998, paralelo à carreira como vocalista do Planet Hemp, D2 se lançou em carreira solo, mesclando rap e sua paixão pelo samba. No entanto, o sucesso na carreira se deu no seu segundo álbum solo, “À Procura Da Batida Perfeita”, de 2003, álbum que D2 explorou ricamente as fusões de samba e rap, buscando as referências de raiz do samba e da bossa-nova ao utilizar bases de músicas de artistas como Paulinho da Viola, João Nogueira, Antônio Carlos & Jocafi e Luíz Bonfá para usá-las nas “colagens” musicais através da batida do sample.
“À Procura Da Batida Perfeita” foi aclamado tanto pela crítica como pelo público. O álbum vendeu mais de 100 mil cópias. Além de “Qual É”, outras faixas se tornaram hits como “A Maldição Do Samba” e “Loadeando”. “À Procura Da Batida Perfeita” chegou nos topos das paradas de rádio e foi consumido freneticamente na MTV Brasil, além de ter sido lançado nos Estados Unidos, Europa e Ásia. A boa recepção internacional do álbum levou Marcelo D2 a fazer turnês no exterior e a participar de festivais como o de Montreaux, na Suíça, e de Roskilde, na Dinamarca. Após a gravação do DVD do álbum, em outubro de 2008, a revista Rolling Stone lançou a “Lista dos Cem Maiores Artistas da Música Brasileira”, colocando Marcelo D2 em 73° lugar no ranking.
Confira faixa por faixa das “batidas perfeitas” de Marcelo D2.
“Pra Posteridade” abre o disco com uma saudação ao samba, ao hip hop, a Tim Maia, Tom Jobim e Elis Regina. Com uma base que usa o violão de Luíz Bonfá sampleado da música “Bonfá Nova”
“À Procura Da Batida Perfeita”, música hit até hoje nas paradas de rádio, é a tradução para o português de uma música do grupo Afrika Bambaataa, a quem é creditada a criação do Hip Hop, denominada “Looking For The Perfect Beat”. Marcelo D2 se diz, nas músicas, um artista bastante influenciado por este grupo americano.
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Em “Vai Vendo”, Marcelo D2 versa cheio de malandragem sobre o congraçamento e o respeito entre os rimadores, pagodeiros e repentistas.
Com o cantor Seu Jorge fazendo um magnífico backing vocal, “A Maldição Do Samba” é um samba em sua essência, com percussão em primeiro plano e a batida eletrônica como pano de fundo. A letra é um antidoto que retrata a “benção do samba” em sua raiz, além de usar as bases de “Zamba Zen”, música de Marku Ribas, de 1972, o final de “A Maldição Do Samba” traz um trecho sampleado de “Argumento”, sucesso de Paulinho da Viola, de 1975.
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“Pilotando O Bonde De Excursão” é um funk com um baixo bem destacado e um ritmo que remete a “Rapper’s Delight”, do Sugar Hill Gang.
No rap “Loadeando”, Marcelo D2 faz um dueto com o seu filho Stephan (na época com 12 anos de idade, em início de carreira), onde tratam da troca de experiências de vida entre pai e filho.
Sobre uma base que mescla samba, rap e bossa-nova, “Profissão MC” fala sobre o papel do MC na cultura hip hop.
“CB (Sangue Bom)” trata de amizade, respeito e da coragem de enfrentar os desafios da vida; a faixa traz a participação especial de Will.I.Am, do Black Eyed Peas.
Os versos de “Batidas E Levadas” cita o rapper Aori, e um dos fundadores do Planet Hemp, Skunk, amigo de Marcelo D2 e que havia morrido vítima da AIDS em 1994.
“Re-Batucada / Do Jeito Que O Rei Mandou” é uma homenagem aos “arquitetos” da música brasileira, dentre eles, o sambista João Nogueira, um dos ídolos de D2 e do qual sampleou as bases do samba “Do Jeito Que O Rei Mandou”.
Com uma base sampleada de “Kabaluerê”, da dupla Antônio Carlos & Jocafi, de 1971, o samba funk “Qual É” traz D2 versando cheio de marra e fechando o álbum em grande estilo.
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