Hoje, já consagrado como um dos grandes mestres da música popular brasileira, D2 é conhecido por seu posicionamento incisivo contra governos conservadores, sendo atuante nas redes sociais e em shows através do seu posicionamento progressista e libertário. Em recente entrevista, o cantor assumiu ser ameaçado de morte frequentemente, mas promete não se calar.
Em 1998, paralelo à carreira como vocalista do Planet Hemp, D2 se lançou em carreira solo, mesclando rap e sua paixão pelo samba. No entanto, o sucesso na carreira se deu no seu segundo álbum solo, “À Procura Da Batida Perfeita”, de 2003, álbum que D2 explorou ricamente as fusões de samba e rap, buscando as referências de raiz do samba e da bossa-nova ao utilizar bases de músicas de artistas como Paulinho da Viola, João Nogueira, Antônio Carlos & Jocafi e Luíz Bonfá para usá-las nas “colagens” musicais através da batida do sample.
“À Procura Da Batida Perfeita” foi aclamado tanto pela crítica como pelo público. O álbum vendeu mais de 100 mil cópias. Além de “Qual É”, outras faixas se tornaram hits como “A Maldição Do Samba” e “Loadeando”. “À Procura Da Batida Perfeita” chegou nos topos das paradas de rádio e foi consumido freneticamente na MTV Brasil, além de ter sido lançado nos Estados Unidos, Europa e Ásia. A boa recepção internacional do álbum levou Marcelo D2 a fazer turnês no exterior e a participar de festivais como o de Montreaux, na Suíça, e de Roskilde, na Dinamarca. Após a gravação do DVD do álbum, em outubro de 2008, a revista Rolling Stone lançou a “Lista dos Cem Maiores Artistas da Música Brasileira”, colocando Marcelo D2 em 73° lugar no ranking.
Confira faixa por faixa das “batidas perfeitas” de Marcelo D2.
“Pra Posteridade” abre o disco com uma saudação ao samba, ao hip hop, a Tim Maia, Tom Jobim e Elis Regina. Com uma base que usa o violão de Luíz Bonfá sampleado da música “Bonfá Nova”
“À Procura Da Batida Perfeita”, música hit até hoje nas paradas de rádio, é a tradução para o português de uma música do grupo Afrika Bambaataa, a quem é creditada a criação do Hip Hop, denominada “Looking For The Perfect Beat”. Marcelo D2 se diz, nas músicas, um artista bastante influenciado por este grupo americano.
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Em “Vai Vendo”, Marcelo D2 versa cheio de malandragem sobre o congraçamento e o respeito entre os rimadores, pagodeiros e repentistas.
Com o cantor Seu Jorge fazendo um magnífico backing vocal, “A Maldição Do Samba” é um samba em sua essência, com percussão em primeiro plano e a batida eletrônica como pano de fundo. A letra é um antidoto que retrata a “benção do samba” em sua raiz, além de usar as bases de “Zamba Zen”, música de Marku Ribas, de 1972, o final de “A Maldição Do Samba” traz um trecho sampleado de “Argumento”, sucesso de Paulinho da Viola, de 1975.
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“Pilotando O Bonde De Excursão” é um funk com um baixo bem destacado e um ritmo que remete a “Rapper’s Delight”, do Sugar Hill Gang.
No rap “Loadeando”, Marcelo D2 faz um dueto com o seu filho Stephan (na época com 12 anos de idade, em início de carreira), onde tratam da troca de experiências de vida entre pai e filho.
Sobre uma base que mescla samba, rap e bossa-nova, “Profissão MC” fala sobre o papel do MC na cultura hip hop.
“CB (Sangue Bom)” trata de amizade, respeito e da coragem de enfrentar os desafios da vida; a faixa traz a participação especial de Will.I.Am, do Black Eyed Peas.
Os versos de “Batidas E Levadas” cita o rapper Aori, e um dos fundadores do Planet Hemp, Skunk, amigo de Marcelo D2 e que havia morrido vítima da AIDS em 1994.
“Re-Batucada / Do Jeito Que O Rei Mandou” é uma homenagem aos “arquitetos” da música brasileira, dentre eles, o sambista João Nogueira, um dos ídolos de D2 e do qual sampleou as bases do samba “Do Jeito Que O Rei Mandou”.
Com uma base sampleada de “Kabaluerê”, da dupla Antônio Carlos & Jocafi, de 1971, o samba funk “Qual É” traz D2 versando cheio de marra e fechando o álbum em grande estilo.
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