Resenha: “A Sinfonia de Tudo Que Há” (2016) – Fresno

Fresno

“A Sinfonia de Tudo Que Há” é o sétimo álbum da carreira da Fresno. Uma carreira construída de maneira sólida, com fortes pilares nas composições atemporais e nos acordes. É difícil não criar expectativas toda vez que a banda coloca o seu toque em qualquer tipo de produção que seja.

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O novo material já nasceu grandioso, mesmo que gravado às escondidas por Lucas Silveira e companhia. “A Sinfonia de Tudo Que Há” já começa com “Sexto Andar”, localidade que já foi referência em outras composições de Lucas e que parece, para os fãs, um lugar conhecido. É quase que como um apartamento de um amigo que você visita toda hora. A visita proposta pelo novo disco é a mais grandiosa de todas, é uma visita que externa sentimentos pro mundo de forma escancarada. É impossível não sentir um arrepio na espinha com esse pontapé inicial do álbum.

A sequência traz “Deixa Queimar”, que se apresenta com uma levada sinuosa e provocante, quase que como as primeiras estrofes estejam “chamando” o ouvinte pra se entregar na atmosfera da música, que explode em um refrão grandioso que remete bastante à composições presentes em “Revanche” e “Infinito”.

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Quando a Fresno anunciou “A Sinfonia de Tudo Que Há”, poucas semanas antes do seu lançamento oficial, foi anunciada uma parceria de peso: Caetano Veloso. Saber da notícia foi um misto de animação – afinal de contas, aquela banda que eu acompanho desde a adolescência gravou com um dos maiores ídolos da música brasileira – e ansiedade pra saber logo como seria essa fusão. Qualquer palavra que eu tente usar pra expressar “Hoje Sou Trovão” seria pouco. Apenas ouça e deixe-se levar por essa viagem sonora.

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“Poeira Estelar” surge logo na sequência. A música é uma velha conhecida dos fãs, mas no novo material ganha uma roupagem ideal para um casamento com a sua poderosa composição. “Tudo que nós somos é apenas o que a gente faz” é, sem sombra de dúvidas, uma das frases mais impactantes da carreira da Fresno.

O disco segue com outra música bem conhecida dos fãs, “Ar”. A composição foi divulgada há alguns anos, como parte do projeto paralelo de Lucas, Visconde. A música não ganhou muitas novidades em relação à sua versão antiga, o que não é necessariamente algo ruim. “Ar” tem uma letra melancólica na medida certa, o que casa perfeitamente com os arranjos acústicos e minimalistas propostos pela Fresno.

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“Abrace Sua Sombra” inicia com uma atmosfera gigantesca, com uma sinuosidade característica pelo sintetizador. Essa é uma das minhas músicas favoritas do material até agora, a forma como a letra se desenvolve é absurda. Você fecha os olhos e consegue sentir cada um daqueles acordes tocando você, como gotas de chuva.

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É impossível falar alguma coisa sobre “Astenia” sem comparar ela com boa parte da discografia do Muse. A Fresno emula a fórmula da banda britânica, mas sem deixar de soar como Fresno.

“A Sinfonia de Tudo Que Há” aparece logo na sequência e, sendo a faixa que dá título ao material, apresenta-se como uma compilação de tu aquilo que o disco propõem. E ela é grandiosa. É uma música cheia de elementos, mas que chama atenção por sua composição. Uma letra que foi feita pro mundo, pra ser consumida com o tempo e nunca se esgotar.

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O disco se encaminha para o final com “Axis Mundi”, uma balada às avessas e que se encerra de forma grandiosa. Outra música que ganhou meu carimbo como “favorita” do disco. O álbum se encerra com a sequência “A Maldição” e “Canção Desastrada”, cada uma com sua particularidade, soando quase que como uma antítese, fechando “A Sinfonia de Tudo Que Há” com chave de ouro.

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“A Sinfonia de Tudo Que Há” é o reflexo de tudo que a Fresno alcançou ao longo de sua carreira. É um material seguro, cheio de experimentações e que, em nenhum momento, parece se preocupar em soar grandioso demais, barulhento demais, melódico demais. A Fresno consegue entregar um álbum monstruoso sem ser carregado daquela pretensão artística.

Talvez, para muitos fãs, “A Sinfonia de Tudo Que Há” não consiga cativar logo na primeira audição. Mas o material é provocante e logo você se sentirá induzido, por uma força subconsciente, a dar o play novamente. A Fresno consegue se renovar sem perder seu público.

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Tracklist:

01. Sexto Andar
02. Deixa Queimar
03. Hoje Sou Trovão
04. Poeira Estelar
05. O Ar
06. Abrace Sua Sombra
07. Astenia
08. A Sinfonia De Tudo Que Há
09. Axis Mundi
10. A Maldição
11. Canção Desastrada

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Nota: 8/10

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Avatar de Vicente Pardo
Vicente Pardo: Editor do Nação da Música desde 2012, formou-se em Jornalismo pela Universidade Federal de Pelotas em 2014. A música sempre foi sua paixão e não consegue viver sem ela. É viciado em procurar artistas novos e não consegue se manter ouvindo a mesma coisa por muito tempo. Também é um apaixonado por séries de TV e cultura pop.