Resenha: “Alice” – Alice Caymmi (2018)

Alice Caymmi
Divulgação

Lançado em 19 de janeiro de 2018, “Alice”, terceiro álbum de estúdio de Alice Caymmi, busca de diversas formas comprovar algo: ela é neta sim de Dorival Caymmi e herdou dos pais e dele a música, mas, como a própria capa mostra, ela quer demonstrar que sua arte e talento independem do sobrenome.

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Apesar da independência, Alice tem nos instrumentais e produções a ajuda do pai Danilo Caymmi. Isso já pode ser ouvido logo no início do trabalho, na primeira das 9 faixas: “Spiritual”. Com ajuda de coros, a forte voz da cantora expressa emoção gritante ao repetir “eu não estou ficando louca, eu já estou ficando louca”. É também a primeira que trata da temática da opressão à mulher.

“A Estação” tem um começo mais tranquilo com um piano. A voz de Alice Caymmi chama a atenção mais uma vez, em alguns momentos até soando lírica. A canção é uma mistura com os sons mais eletrônicos e os instrumentais e coros. Os sintetizadores ganham força em “What’s My Name (Oduduá)”, que é cantada em inglês, mas leva o nome de um orixá, divindade das religiões de matrizes africanas. Uma característica bem forte da faixa é o baixo, que comanda a música e acompanha a melodia.

“Vin” é a primeira com uma cara mais mainstream e com potencial dançante para festas, lembrando misturas parecidas com as que Pabllo Vittar faz. A drag inclusive colabora com Alice no disco, mas antes dela, Alice canta com Rincon Sapiência em “Inimigos”. A faixa fala sobre conquistas pessoais e é construída de forma bem legal, principalmente o refrão, que complementa muito bem a parte do rapper.

“Inocente” é mais uma que fala sobre uma superação amorosa e ela acalma o ritmo de “Alice”, apesar de ser muito intensa na voz da cantora. Os improvisos vocais são destaque também, com a impressão de que até um beat box é feito. “Agora” é puxada por um piano que chega a ser sombrio de tão triste, características encontradas também na interpretação de Caymmi, deixando a faixa com um tom bem clássico da música brasileira. O tom é reafirmado com um violoncelo mais para o fim.

A penúltima canção é “Sozinha”, que abre mais uma vez o espaço da EDM no som de Alice. A letra é também de força para as mulheres, até mesmo na solidão. “Dona do meu destino, eu sigo meu caminho, eu sou sozinha sim, eu mesma faço um par comigo”, canta ela.

Para encerrar, o feat com Pabllo Vittar é “Eu Te Avisei”, que escancara totalmente o eletrônico influente na música de Caymmi. A mistura de vozes é incrivelmente boa e complementar, e o “drop” do refrão é atraente.

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“Alice” é um ótimo álbum de reafirmação em diversos sentidos. Primeiramente, no pessoal e artístico de Alice Caymmi, que exalta o sobrenome, mas prova que não é só isso. Ele é também uma concretização de força para as mulheres em relacionamentos amorosos e segurança em si mesma.

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Giovana Romania
Giovana Romania
Música é uma das minhas coisas favoritas do mundo. Formada em Jornalismo, amante da cultura pop e little monster sofrida.
"Alice" é um ótimo álbum de reafirmação em diversos sentidos. Primeiramente, no pessoal e artístico de Caymmi, que exalta o sobrenome, mas prova que não é só isso. Ele é também uma concretização de força para as mulheres em relacionamentos amorosos e segurança em si mesma.Resenha: "Alice" - Alice Caymmi (2018)