Resenha: “Blackstar” (2016) – David Bowie

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No dia 11 de janeiro de 2016, o mundo recebeu a triste notícia da morte de David Bowie, cantor e compositor britânico com um inquestionável legado na cultura pop mundial. Com 25 álbuns em sua discografia, seu último trabalho foi lançado em seu aniversário de 69 anos, poucos dias antes de sua morte. O disco hoje serve como uma despedida do camaleão do rock que ao longo de sua carreira inovou e se transformou diversas vezes, nos apresentando diferentes faces de si mesmo.

Em “Blackstar”, vemos um David mais sério e maduro, porém com a mesma energia presente nos sucessos “Space Oddity” e “The Man Who Sold The World”. Os elementos futuristas e temas espaciais marcam presença, porém com influência do jazz ainda mais forte, com o saxofone substituindo o violão e a guitarra. Cada uma das 7 faixas acrescenta algo diferente ao disco, demonstrando a liberdade tomada por David de experimentar e novamente, se reinventar. “Blackstar” pode não ser o trabalho mais marcante do musico, mas a essência e o frescor de novidades de cada álbum está presente, firmando mais uma vez o legado de Bowie.

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Podemos notar no álbum alguns pontos que soam como um adeus preparado pelo cantor, já notado na música-título. A excentricidade toma forma no clipe através das coreografias a venda feita de gaze de hospital, enquanto a música de 10 minutos de duração ecoa de maneira misteriosa e sombria, recebendo um pouco de luz com um suave piano e letras relacionadas a morte, com Bowie se auto-intitulando uma “estrela negra“.

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Em seguida, a paixão pelo jazz fica explicita na irônica “‘Tis a Pity She Was a Whore”, que traz uma melodia energética e dançante, até caótica em alguns pontos, criando uma atmosfera que junta o clássico com o experimentalismo. “Lazarus” foi o último single lançado em vida, com um tom de melancolia e despedida, usando o personagem bíblico Lazaro como referência. Na história, Lazaro foi ressuscitado 4 dias após sua morte. David começa a canção dizendo estar no céu, e a finaliza anunciando sua liberdade – usando novamente as vendas no clipe deitado em um leito.

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Deixando a tristeza de lado, “Sue (Or In a Season of Crime)” aparece em uma versão diferente da divulgada na coletânea “Nothing Has Changed” de 2014. A guitarra agora abraça toda a canção, sendo seu grande destaque com muita energia e ferocidade. O vocal é editado e soa bastante fantasmagórico, com letras adicionais a versão original. “Girl Loves Me” é mais uma das experiências do músico, com letras metafóricas e vocal lento, acrescentando diferentes sons no fim.

A balada “Dollar Days” é bastante emotiva e acompanhada pelo piano e violão, com um saxofone trazendo ainda mais melancolia à música. “Eu estou morrendo também” é constantemente repetido no refrão, demonstrando sofrimento e vulnerabilidade como nunca antes. A canção é diretamente conectada a “I Can’t Give Everything Away”, últimas palavras do lendário compositor, mais enigmáticas que qualquer outra. Embalada por um sentimento de nostalgia e despedida, Bowie canta de forma limpa e sem edições, com um solo de guitarra que te remete diretamente a “Heroes”, criando enquanto vivo o melhor disco póstumo possível, encerrando de forma impressionante a carreira de um dos maiores músicos conhecidos.
R.I.P. David Bowie

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Tracklist:
01. Blackstar
02. ‘Tis a Pity She Was a Whore
03. Lazarus
04. Sue (Or In a Season of Crime)
05. Girl Loves Me
06. Dollar Days
07. I Can’t Give Everything Away

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Nota: 10

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