Em “Blackstar”, vemos um David mais sério e maduro, porém com a mesma energia presente nos sucessos “Space Oddity” e “The Man Who Sold The World”. Os elementos futuristas e temas espaciais marcam presença, porém com influência do jazz ainda mais forte, com o saxofone substituindo o violão e a guitarra. Cada uma das 7 faixas acrescenta algo diferente ao disco, demonstrando a liberdade tomada por David de experimentar e novamente, se reinventar. “Blackstar” pode não ser o trabalho mais marcante do musico, mas a essência e o frescor de novidades de cada álbum está presente, firmando mais uma vez o legado de Bowie.
Podemos notar no álbum alguns pontos que soam como um adeus preparado pelo cantor, já notado na música-título. A excentricidade toma forma no clipe através das coreografias a venda feita de gaze de hospital, enquanto a música de 10 minutos de duração ecoa de maneira misteriosa e sombria, recebendo um pouco de luz com um suave piano e letras relacionadas a morte, com Bowie se auto-intitulando uma “estrela negra“.
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Em seguida, a paixão pelo jazz fica explicita na irônica “‘Tis a Pity She Was a Whore”, que traz uma melodia energética e dançante, até caótica em alguns pontos, criando uma atmosfera que junta o clássico com o experimentalismo. “Lazarus” foi o último single lançado em vida, com um tom de melancolia e despedida, usando o personagem bíblico Lazaro como referência. Na história, Lazaro foi ressuscitado 4 dias após sua morte. David começa a canção dizendo estar no céu, e a finaliza anunciando sua liberdade – usando novamente as vendas no clipe deitado em um leito.
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Deixando a tristeza de lado, “Sue (Or In a Season of Crime)” aparece em uma versão diferente da divulgada na coletânea “Nothing Has Changed” de 2014. A guitarra agora abraça toda a canção, sendo seu grande destaque com muita energia e ferocidade. O vocal é editado e soa bastante fantasmagórico, com letras adicionais a versão original. “Girl Loves Me” é mais uma das experiências do músico, com letras metafóricas e vocal lento, acrescentando diferentes sons no fim.
A balada “Dollar Days” é bastante emotiva e acompanhada pelo piano e violão, com um saxofone trazendo ainda mais melancolia à música. “Eu estou morrendo também” é constantemente repetido no refrão, demonstrando sofrimento e vulnerabilidade como nunca antes. A canção é diretamente conectada a “I Can’t Give Everything Away”, últimas palavras do lendário compositor, mais enigmáticas que qualquer outra. Embalada por um sentimento de nostalgia e despedida, Bowie canta de forma limpa e sem edições, com um solo de guitarra que te remete diretamente a “Heroes”, criando enquanto vivo o melhor disco póstumo possível, encerrando de forma impressionante a carreira de um dos maiores músicos conhecidos.
R.I.P. David Bowie
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Tracklist:
01. Blackstar
02. ‘Tis a Pity She Was a Whore
03. Lazarus
04. Sue (Or In a Season of Crime)
05. Girl Loves Me
06. Dollar Days
07. I Can’t Give Everything Away
Nota: 10
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