Resenha: “Misadventures” (2016) – Pierce The Veil

Foto: Divulgação
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O Pierce The Veil é uma daquelas bandas que possui uma identidade própria muito marcante. É difícil falar isso pra um grupo que está tão enraizado na cena do metalcore como o quarteto de San Diego, mas Vic Fuentes e companhia conseguem manter uma sonoridade semelhante e única desde de “A Flair for The Dramatic”, lançado em 2007. Seja pelos vocais característicos de Fuentes, ou pelos acordes clássicos, o grupo destaca-se com um brilho especial entre tantas bandas genéricas que compõem a sua cena.

“Misadventures” foi lançado em maio de 2016, carregado de expectativa. O último disco do Pierce The Veil, “Collide With The Sky”, chegou às lojas em 2012. Quatro anos para a concepção de um disco é tempo suficiente para se produzir um material incrível, ou um desastre tremendo. Para a sorte do fãs, “Misadventures” não pende pro lado negativo da equação, mas também só flerta com elementos novos. Isso fica claro logo em “Dive In”, faixa de abertura do registro, que combina os elementos de sucesso dos dois últimos lançamentos do grupo.

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Na sequência temos “Texas Is Forever”, uma das canções divulgadas pelo grupo antes do lançamento do material. A intro energética e frenética faz dessa canção uma viagem no tempo diretamente pra 2007, tanto no que diz respeito ao cenário da carreira do Pierce The Veil, como no que diz respeito às bandas de metalcore em si. Se ainda existisse, essa canção seria certamente um dos destaques do Purevolume.

“The Divine Zero” é outro single de “Misadventures”. É uma daquelas canções com uma atmosfera caótica na medida certa, mais um clássico Pierce The Veil. Os breakdowns e viradas são incríveis. Ao mesmo tempo que se parece estar ouvindo algo novo, é como se o PTV nunca tivesse abandonado suas origens nessa música.

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A sequência traz “Floral & Fading”, uma das músicas mais diferentes do material. Logo de cara percebe-se a experimentação aqui. Não que o Pierce The Veil não se aventurasse por melodias mais calmas, mas essa é diferente. Talvez seja a influência do produtor Dan Korneff, mas sinto um quê de My Chemical Romance – mais precisamente em “The Black Parade” – aqui. Uma balada interessante, uma balada no mundo do PTV.

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“Phantom Power and Ludicrous Speed” tem uma construção muito interessante, imprevisível e provocante para os ouvidos. É impossível não se prender a ela quando sua vez chega no disco. A mistura de elementos e breakdowns, por vezes, pode parecer exagerada. É uma canção com pontos altos e baixos.

A sequência traz “Circles”, outro single o registro. Não dá pra dizer que ela apresenta algo de inovador no que o Pierce The Veil apresentou até hoje na sua carreira. Não é ruim, mas não se destaca em meio ao disco.

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“Today I Saw The Whole World” tem uma levada interessante e um refrão marcante com breakdowns, mas nada de muito chamativo. O oposto acontece em “Gold Medal Ribbon”. Não sei porque sempre tive uma queda por quando o Pierce The Veil se arrisca em baladas nesse formato.  Longe de comparar, mas a intro da música tem elementos que me remetem a Scale The Summit. A teatralidade da letra e dos elementos que o grupo traz são incríveis. É o tipo de inovação que estava esperando aparecer.

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O Pierce The Veil parece ter apostado em canções com um pouco mais de calmaria para os ouvidos de quem está acostumado aos acordes caóticos. “Bedless” é mais uma que passa facilmente como uma balada no registro. É interessante perceber uma banda que não tem medo de arriscar, apesar da música não chamar tanta atenção.

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O disco encaminha-se pro final com “Sambuka”, uma composição que tem total a cara do grupo, mas que também não transmite nada de novo e “Song For Isabelle”, que encerra perfeitamente “Misadventures”. É uma das melhores músicas do disco e prova que o Pierce The Veil não precisa apostar somente nas fórmulas de sucesso e nos mesmos riffs pra ter um trabalho de diferenciado.

No geral, “Misadventures” é um bom disco. Traz canções clássicas, que remetem muito ao que o Pierce The Veil usou para construir sua carreira consolidada até hoje. Mas o grande acerto do quarteto no material é apostar em músicas que tragam, mesmo que de forma discreta, elementos novos à sonoridade e que podem muito bem encaminhar o futuro da banda daqui pra frente.

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O disco tem pontos altos, canções carregadas de energia, riffs incríveis e letras muito bem escritas. Mas, na contramão, em algumas músicas parecem faltar tempero e simplesmente não se destacam em meio as outras. “Misadventures” é uma pincelada importante na carreira de sucesso do Pierce The Veil e, certamente, um disco acima da média. Mas com quatro anos para concepção, esperava-se algo mais. É preciso reconhecer que mesmo após 11 anos de estrada o quarteto não perdeu a energia e ainda consegue se reinventar dentro das mesmas influências.

Tracklist:

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01. Dive In
02. Texas Is Forever
03. The Divine Zero
04. Floral & Fading
05. Phantom Power And Ludicrous Speed
06. Circles
07. Today I Saw The Whole World
08. Gold Medal Ribbon
09. Bedless
10. Sambuka
11. Song For Isabelle

Nota: 7

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Vicente Pardo: Editor do Nação da Música desde 2012, formou-se em Jornalismo pela Universidade Federal de Pelotas em 2014. A música sempre foi sua paixão e não consegue viver sem ela. É viciado em procurar artistas novos e não consegue se manter ouvindo a mesma coisa por muito tempo. Também é um apaixonado por séries de TV e cultura pop.