Resenha: “The Life and Death Of Beeshop” (2016) – Beeshop

Foto: Ricardo Raymundo Toscani
Foto: Ricardo Raymundo Toscani

Seis anos depois do lançamento de “The Rise And Fall Of Beeshop”, Lucas Silveira e seu alter ego retornam com “The Life And Death Of Beeshop”. Seis anos é muito tempo, ainda mais na cabeça e no trabalho de alguém com os talentos de Lucas. Hoje, o vocalista da Fresno pode ter outras características carregadas ao lado de seu nome: pai, escritor, entusiasta do espaço sideral entre outras. Escolha a que lhe vestir melhor, todas elas influenciam de alguma forma a cabeça – e por consequência as composições – de Silveira.

“The Life And Death Of Beeshop” teve uma concepção diferenciada em comparação ao seu antecessor. A ideia, como o próprio Lucas já citou, era criar um registro no formato de disco, com dois “lados” diferentes, trazendo atmosferas distintas. Cada par das 8 canções do tracklist foram produzidas por diferentes mãos. De um lado Marco Lafico, e do outro João Milliet, da banda Gloria.

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“Good Love” abre o material de uma forma incrivelmente intensa, trazendo uma atmosfera nostálgica, vintage em sua primeira parte. Uma experimentação que, logo nos primeiros segundos, já se apresenta bem diferente do disco anterior do Beeshop. Talvez um reflexo de todos os acontecimentos dos últimos anos. A balada dançante transforma-se na porção final, com mais destaque aos metais e vocais que casam.

“Save Me” é uma velha conhecida dos fãs de Beeshop. Uma demo da canção foi divulgada há alguns anos e, se lembro bem, me pegou por conta da letra sinuosa e das estrofes bem encaixadas. No novo material ela ganha a roupagem que sempre exigiu. “You can’t just erase me. How can you sleep at night?” é uma daquelas frases que dita o ritmo da composição como um todo. Sem pensar duas vezes, uma das minhas favoritas do álbum.

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Outra música que também é velha conhecida dos fãs vem na sequência. “We Dance Like Idiots” traz uma atmosfera agradável e bastante experimental. É praticamente impossível não ouvir as nuances dessa música e não ficar com o seu pé batendo no chão, mesmo que sem querer.

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“Gizmo” vem logo na sequência com uma sonoridade “espacial” e logo transforma-se numa canção bem mais pop que as anteriores. A voz distorcida de Lucas combina com a proposta sonora e com a melodia. A canção abre espaço pra melhor música do registro, “Oneonta”.

“Oneonta” tem uma sonoridade que lembra bastante o “The Rise And Fall Of Beeshop”. É uma balada que mistura elementos de eletrônicos com aquela batida clássica e acordes de indie rock, um expoente comum em grande parte do material. O refrão é incrível e lembra bastante alguns trabalhos mais modernos de influências como o Anberlin. Ah, e a bridge no final é de arrepiar!

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O álbum encaminha-se pra sua porção final mantendo o nível de produção em “Life Without You”. Tenho o hábito comum de imaginar cenários enquanto escuto músicas e essa é uma daquelas perfeitas pra isso. A balada mescla elementos eletrônicos com a versatilidade instrumental de maneira diferenciada no registro, colaborando pra uma viagem sonora.

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A penúltima canção do material é “The Damage”, outra velha conhecida dos fãs do Beeshop que volta ao registro com uma nova cara. A canção, desde suas primeiras versões, sempre teve uma atmosfera meio sombria, um mix de lamento, solidão e reflexão. Aqui, aproveitando-se dos elementos que o disco adotou como centro, a versão potencializa ainda mais esses aspectos.

“Planets Align” fecha o disco de forma surpreendente. Logo de cara é possível ter contato com algumas batidas diferenciadas, que me fazem lembrar de alguns projetos como I Was a Cub Scout e Hellogoodbye. A experimentação não para por ai, a canção traz alguns elementos de trip-hop que casam bem no disco.

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“The Life And Death Of Beeshop” tem algumas semelhanças com o seu antecessor: o nome e a capa. No resto, o material é totalmente novo. Até o próprio Beeshop é diferente, mais experimental e focado em novas sonoridades, o material é uma agradável surpresa pra quem solta o play. A proposta de trazer duas atmosferas diferentes no mesmo álbum é executada com maestria.

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É interessante perceber como se viaja entre as músicas, que ao mesmo tempo são diferentes e carregadas de semelhanças. O disco é mais do que só um apanhado de composições acumuladas ao longo dos anos. É um trabalho de criação e produção meticuloso, onde tudo parece encaixado milimetricamente pra preencher – e muitas vezes até superar – as expectativas do ouvinte. Os seis anos de espera por esse novo capítulo na epopeia do Beeshop valeram muito a pena.

Tracklist:

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01. Good Love
02. Save Me
03. We Dance Like Idiots
04. Gizmo
05. Oneonta
06. Life Without You
07. The Damage
08. Planets Allign

Nota: 8

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Avatar de Vicente Pardo
Vicente Pardo: Editor do Nação da Música desde 2012, formou-se em Jornalismo pela Universidade Federal de Pelotas em 2014. A música sempre foi sua paixão e não consegue viver sem ela. É viciado em procurar artistas novos e não consegue se manter ouvindo a mesma coisa por muito tempo. Também é um apaixonado por séries de TV e cultura pop.