Resenha: “Post Human: Survival Horror” – Bring Me The Horizon (2020)

Bring Me The Horizon
Reprodução / Capa

Na sexta-feira (30), o grupo britânico Bring Me The Horizon vai lançar seu novo EP intitulado “Post Human: Survival Horror” nas plataformas de streaming.

A Nação da Música foi convidada pela gravadora Sony Music para ouvir o disco com antecedência. Por isso, detalhamos alguns pontos desse novo trabalho que é composto ao todo por nove músicas, sendo que, em quatro delas, há colaborações de outros artistas.

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O álbum começa com “Dear Diary”, que já inicia com o ritmo extremamente acelerado, bateria fortemente presente e vocal mais pesado. Além disso, possui um breve momento em que a guitarra se sobressai. É um estilo que é muito seguido pela banda neste álbum, como mostraremos no texto. Em menos de três minutos, a canção já dá seu recado para o que está por vir. Tanto em questão de som, quanto na letra. Aqui é um relato como se fosse escrito num diário, falando sobre um dia horrível e como sobreviver ao horror. Ele fala do cachorro que não para de latir, a TV que está quebrada e por aí vai. Já no final, ele conta que o cão parou de latir, mas possivelmente porque ele comeu seu rosto e que a TV já está dizendo que a raça humana não existe mais. É para começar o álbum com tudo mesmo. “Dear diary, I don’t know what’s going on, but something’s off / The dog won’t stop barking and I think my TV is blocked (…)Dear diary, dog stopped barking, probably ‘cause I ate his face “Tasty. Itchy,” / TV say there’s no more human race”

Já “Parasite Eve” se inicia de um jeito totalmente diferente, sem a presença marcante dos instrumentos e com backing vocal mais suaves. Os versos são mais lentos e graves e a parte instrumental ao fundo bem tranquila. Mas tudo isso muda no refrão, quando a música ganha mais força. Com quase cinco minutos, ela tem altos e baixos, com relação ao ritmo, e separa melhor versos e refrão, é uma das mais atraentes do disco. Apesar do tom mais tranquilo, a letra segue tensa, como no restante, falando sobre morte, guerra, dor e abordando uma pandemia, no meio de uma pandemia como a qual estamos vivendo atualmente.

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De certa forma, terminando a canção de maneira desesperançosa, com a mensagem de que não vão te salvar. “Please, remain calm, the end has arrived / We cannot save you, enjoy the rid / This is the moment you’ve been waiting for / Don’t call it a warning, this is a war”.  Em entrevista à Nação da Música, Oli Sykes falou sobre o sucesso da canção. “Foi bem animador porque estamos lançando num período sem precedentes em que nem tantas músicas foram lançadas. (…)Para uma banda lançar uma música, não só durante uma pandemia, mas falando de uma pandemia, teve esse grande efeito”. Leia a entrevista, feita por Marina Moia, na íntegra aqui.

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Teardrops” volta com o estilo mais próximo ao da primeira e com clara influência ao Linkin Park, mas com uma melodia dos versos e do refrão mais claras, sendo que os versos são cantados um pouco mais tranquilos, deixando a parte mais forte apenas para o refrão. Ela mescla bem momentos rápidos e mais lentos, é extremamente cativante, e uma das que prende nesse novo EP. Nesta, vemos claramente a angústia por trás da letra, em que é questionado por que nos machucamos, por que ficamos paranoicos e chegando no refrão que é dito que já não há lágrimas e que é para deixar a dor acontecer.

Os versos, mesmo que ditos metaforicamente, entram nessa questão de um vazio existencial. Há outros momentos que são mais explícitos e deixam claro o tom depressivo, quando falam em se machucar, abordam o estado mental trágico, violento e suicida. Então, é uma canção muito pesada na questão da letra. Caminha para o mesmo lado o clipe que foi lançado na semana passada, onde podemos ver o cantor sofrendo, se afogando e tendo pensamentos sombrios, e no momento em que tudo parece perdido, ele encontra a esperança com o resto do grupo o salvando. “I’m running out of teardrops, let it hurt till it stops / I can’t keep my grip, I’m slipping away from me / Oh, God, everything is so fucked, but I can’t feel a thing / The emptiness is heavier than you think”

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Em “Obey”, temos um dos melhores refrãos do disco, tanto por sua sonoridade, quanto pela crítica feita pelo grupo, quando falam que você deve apenas obedecer o que estão dizendo, que está tudo sob controle e para não sentir o cheiro de corrupção. Destaque para a ponte para o último refrão, que é o momento que traz um certo diferencial, em que o vocal, quase que sussurrando, intercala com batidas fortes na bateria, criando uma expectativa (prontamente atendida) para o refrão. Nesta faixa, há a parceria com Yungblud, que é muito bem trabalhada.

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Itch For The Cure (When Will Be Free?)” é a mais curta do novo trabalho, com pouco mais de um minuto e meio. Separada em dois blocos, a primeira parte é cantada extremamente rápida com o vocal com bastante efeito. Depois disso, a parte instrumental ganha força e, na segunda parte, o mesmo estilo de vocal é misturado com um mais agressivo.

Kingslayer” conta com a colaboração de Babymetal e tem um refrão que prende bastante também e ela se conecta com a canção anterior, já que na segunda parte há o verso “I wanna be kingslayer”. Musicalmente, ela é bem forte, com guitarra e bateria que se destacam muito. Essa é mais uma faixa sobre rebeldia contra o sistema, passando esse sentimento de revolta mesmo. Um exemplo disso é quando, no refrão, falam para levantar, acordar e limpar o sistema. E há mais esse tom violento, até como diz o nome da música, e em determinado verso quando questionam se você quer girar uma faca na barriga de seu líder.

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Na sequência temos a parceria da dupla Nova Twins em “1×1”, que apesar do início mais potente, já temos versos em que a melodia do vocal é mais presente e o ritmo é um pouco mais tranquilo. Aqui novamente é uma canção que deve atrair mais gente, por ter um ritmo que prende mais a atenção e fica mais na cabeça. Seu refrão é outro que é bem marcante, além de ter uma letra que se destaca.

Com quase cinco minutos de duração, “Ludens” é a maior faixa deste trabalho do Bring Me The Horizon. Ela também se diferencia do restante por ser mais leve instrumentalmente e na força do vocal. Há momentos que pode-se até estranhar porque quando esperamos um volume maior, a canção desacelera, como é o caso do primeiro refrão. Mas isso em comparação com as outras do disco, analisando apenas ela, é uma música muito boa e  tem uma letra mais reflexiva sobre relações humanas num geral. Já esta canção fala sobre problemas no mundo, mas sob a perspectiva da tecnologia, dizendo que um mundo cheio de cabos não tem como durar e aí traçam a consequência disso quando cantam que não podemos ficar surpresos quando o programa falhar. “That a world covered in cables was never wired to last / So don’t act so surprised when the program starts to crash / How do I form a connection when we can’t even shake hands?”

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Para encerrar com chave de ouro, a colaboração que teve um resultado mais impactante. Com Amy Lee, a combinação dos vocais em “One Day The Only Butterflies Left Will Be in Your Chest As You March Towards Your Death” ficou muito boa. E o impacto não é nem pela excelente música que fizeram, porque tanto o Bring Me The Horizon quanto a vocalista possuem qualidade mais do que notória. Ela se destaca, além disso, pela diferença de ritmo em comparação com as outras músicas. A canção é extremamente lenta, ganha força aos poucos, mais para o final um piano ao  fundo começa a dar corpo ao ritmo e quando parece que a música vai explodir, ela acaba. Então é interessante, porque te deixa até com vontade de ouvir mais.

Além disso, a influência de Amy Lee na canção é notável, já que, primeiro, sua voz é única e inconfundível. Segundo porque vemos um pouco de elementos que são característicos do Evanescence na faixa também, e que mistura um pouco de cada artista. Nela, a letra fala de um relacionamento, mas novamente foca muito na morte, que aqui pode ser interpretada tanto quanto um fim da relação, quanto a morte em si, se formos ao pé da letra e há diversas figuras de linguagem que permitem essa leitura, como, por exemplo, quando o último suspiro, a pele descascando e as unhas caindo.

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“Post Human: Survival Horror” é um EP muito bom, tem tudo para agradar os fãs e até quem não ouve muito Bring Me The Horizon, se pegar para ouvir, vai gostar de pelo menos algumas das músicas. Os artistas que foram escolhidos para participar foram acertos primordiais e dão ainda mais destaque a essa produção. Um ponto que deixa a produção interessante é como ele inicia de maneira muito intensa e explosiva, mas finaliza numa faixa mais calma, criando esse contraste. Então, é um álbum mais forte, mais acelerado, com exceção da última música, mas que em nenhum momento é feito em excesso. Além disso, são canções que se conectam e fazem sentido entre si, então ouvi-las na sequência do disco, as torna ainda melhor.

Em termos de referência musical, conseguimos lembrar um pouco de Linkin Park em canções com “Obey” e “Teardrops”, mais da fase inicial do grupo. É um disco intenso em sua sonoridade e letra. Pelas composições, vemos mensagens claras de uma mistura de sofrimento, angústia e raiva, como foi abordado anteriormente. Na questão de relações humanas, vemos o questionamento de como a sociedade, num geral, está acabando e como isso nos afeta. E o momento em que o disco é lançado é ainda mais particular, porque vivemos um tempo de horror com tantas mortes, o que nos leva a pensar e refletir com as letras. Não à toa o nome do álbum fala no pós humanismo, porque nos faz pensar em como será depois que tudo for acabado.

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RESUMO DA RESENHA
"Post Human: Survivor Horror"
resenha-post-human-survival-horror-bring-me-the-horizonNeste novo EP, Bring Me The Horizon apresenta um excelente trabalho, recheado de canções extremamente cativantes. Além de críticas e letras bem trabalhadas, o grupo lança músicas com ritmo forte e atraente. Não bastasse isso, a banda ainda acerta nas quatro colaborações escolhidas para o disco, que acrescentam ainda mais na qualidade da produção.