Com o lançamento do álbum de remixes “Dawn of Chromatica” no final de agosto desse ano, 2021, sobre o qual você pôde ler aqui na Nação da Música, muitos artistas foram colocados no holofote internacional e isso levou ao público mainstream voltar seus olhos à cena do hyperpop.
Metálico, borbulhante e intenso, ele é considerado por sua audiência um subgênero, mesmo que os artistas que existem nessa etiqueta não concordem no que exatamente define esse tipo de música, pegando vários aspectos do pop tradicional e aumentando-os até o nível de exagero.
Tendo um de seus pontos de origem na gravadora PC Music – Personal Computer Music – criada pelo produtor A.G. Cook em cooperação com a artista SOPHIE, esse tipo de canção começou como uma sátira, tornando-se, no entanto, logo um subgênero que é completamente apaixonado por sua ‘linhagem’. Charli XCX, Slayyyter, Dorian Electra e Cecile Believe são alguns exemplos de cantores que ingressaram nesse universo e colaboraram com sua popularização – criando esse local no qual pop é uma completa arte e qualquer pessoa é bem-vinda.
O britânico A.G. Cook é o fundador e diretor atual da PC Music – ele começou a receber muita atenção após iniciar seu trabalho junto à cantora Charli XCX – e atuar como o diretor criativo de seus quatro últimos projetos. No entanto, ele já produziu para quase todos os artistas parte de sua gravadora além de, em 2020, lançar em duas partes seu álbum de estreia, sendo a primeira “7G”, uma odisseia de 49 faixas, e a segunda “Apple”, um disco mais tradicional. Com seus sons envidraçados, batidas delicadas inspiradas por sons agudos e proficiência em diversos instrumentos, A.G. Cook criou sua própria produção característica e promete se tornar ainda maior.
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Uma das mais constantes colaboradoras dele e também, considerada por grande parte do público, a face do hyperpop, Charli XCX começou no pop alternativo, movendo-se para o subgênero atual apenas em 2016 com o EP “Vroom Vroom”, três anos após seu debut álbum “True Romance.
Sempre representando uma mescla de vulnerabilidade e confiança extrema em suas composições, e uma abertura completa para experimentar com diferentes produções, a cantora mudou o caminho do mainstream nas mixtapes “Number 1 Angel” e “Pop 2”, e nos álbuns “Charli” e “how i’m feeling now”, a review dele você pode ler aqui na NM. No dia 17 do mês passado, ela soltou o primeiro single de sua nova era, chamado “Good Ones”, afastando-se um pouco do hyperpop.
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Trabalhando com Charli XCX no EP “Vroom Vroom”, a produtora escocesa SOPHIE colaborou com a primeira aventura da cantora nesse tipo de música – mas isso não chega nem perto de descrever o trabalho dessa artista. Uma das primeiras pessoas a introduzir o som de bolhas e de metal em sua produção, SOPHIE já criou batidas para Lady Gaga, Madonna e até o grupo sul-coreano ITZY – além de desenvolver dois projetos incríveis, “Product” de 2015 e “Oil of Every Pearl’s Un-Insides” de 2017, que a tornou a primeira pessoa trans a ser indicada ao Grammy. Em janeiro desse ano, a artista faleceu após sofrer um acidente – deixando para trás seu imensurável legado musical.
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Outro poderio trans no hyperpop que tem crescido cada vez mais é e artista não-binarie Dorian Electra – especialmente após sua participação no remix de “Replay” de Lady Gaga. No entanto, elu já tem criado música há bem tempo e solidificado sua presença dentro desse universo – especialmente com seus dois álbuns de estúdio “Flamboyant”, de 2019, e “My Agenda”, de 2020. Com produções pesadas, cheias de metais e inspirações em diversos outros gêneros, como o hip-hop e até o punk, Dorian Electra cria faixas com explícitas críticas sociais e mescla humor e sátira dentro de suas letras e estéticas.
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Junto com elu, parte da cena do hyperpop se utiliza de paródias para suas faixas, inclusive a dupla de produtores Dylan Brady e Laura Les, mais conhecida como 100 gecs. Caracteristicamente usando do autotune nas suas vozes, composições completamente formadas de sons metálicos e letras enraizadas em culturas da internet, sendo muitas vezes chamadas de versos aleatórios, o grupo se solidificou como um duo após o lançamento de seu primeiro álbum de estúdio “1000 gecs”, de 2019 – até apresentando um show virtual no jogo Minecraft durante a pandemia. Depois de focarem nas suas carreiras solo no começo de 2021, os dois anunciaram ainda esse mês, setembro, seu segundo disco juntos.
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A primeira artista negra a integrar oficialmente a gravadora PC Music, devido inclusive ao racismo dentro da cena, Namasenda é uma cantora hipnotizante com sua voz doce. Nascida na Suécia, ela contou com produções chiclete viciantes em seus primeiros lançamentos, como o EP de estreia “hot_babe_93”, de 2017 – mas ainda experimentais para a época, margeando o dream pop. Após entrar no coletivo artístico, Namasenda começou a integrar beats mais intensas e pesadas em suas faixas, especialmente nos singles “Demonic”, “Banana Clip” e “Finish Him”, que saíram esse ano, 2021, e irão integrar a sua primeira mixtape “Unlimited Ammo”, agendada para 28 de outubro.
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Parte de uma seção diferente do subgênero hyperpop, o cantor, produtor e compositor That Kid é fortemente influenciado pela estética Y2K, referente aos anos 2000, e seu som – levando esses ritmos a um extremo, criando um tipo de música que realmente pode ser chamado de hyper-Y2K.
Contando com colaborações de Slayyyter e Ayesha Erotica, o artista foi fortalecendo sua carreira até o lançamento de sua primeira mixtape “Crush” em 2020 – com nove faixas, explorando novos ritmos, composições e sempre mantendo o ar provocativo e sensual de sua persona. Como um homem gay, afeminado e negro, That Kid especialmente se torna um pioneiro, criando um caminho novo que nunca antes foi visto para pessoas como ele.
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Finalizando esse pequeno olhar aos artistas que estão criando hyperpop, temos a artista Shygirl – rapper, produtora, DJ e cantora britânica, além de fundadora do coletivo musical NUXXE, junto com Sega Bodega e Coucou Chloe. Lançando dois EP’s até hoje, “Cruel Practice” em 2018 e “ALIAS” em 2020, a artista é uma potência – conseguindo ir de vocais melódicos para rimas de rap ferozes, criando uma discografia que é selvagem e hipnotizante. Além de seus lançamentos solo, Shygirl apareceu no remix de “Sour Candy” de Lady Gaga e no álbum “KiCk i” da produtora Arca – também colaborando com SOPHIE em muitas faixas, como a canção “SLIME”.
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O hyperpop é um subgênero do pop que vai ao lado completamente oposto à movimentação acústica que tem rolado atualmente – usando cada vez mais da tecnologia para criar suas músicas. Usando autotune como um instrumento e criando um caos harmônico em suas produções, esse tipo de música é considerado uma visão futurista sobre os aspectos tradicionais da música pop.
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