The Used: Saiba como foi a passagem da turnê comemorativa por Los Angeles

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No último final de semana de Maio, a Nação da Música teve a oportunidade de acompanhar as duas noites de show da turnê comemorativa do aniversário de 15 anos do primeiro CD da banda The Used. A turnê, que já percorreu pela Europa e quase todos os estados americanos, para em cada cidade por duas noites, onde a banda toca os dois primeiros álbuns da banda (Self Titled e In Love And Death) na íntegra, além de adicionar uma música extra de outros álbuns para terminar a noite.

Em Los Angeles, os shows aconteceram no modesto The Novo by Microsoft, uma pequena casa de shows que esgotou as duas noites tão rápido que a banda precisou adicionar mais quatro datas numa cidade próxima para satisfazer todos os fãs. A banda escolhida para abrir os shows da turnê foi The New Regime, composta pelo músico Ilan Rubin, que compõe todas as músicas do projeto e que já tocou com Nine Inch Nails, Angels & Airwaves e Paramore. Com um rock alternativo de empolgar, Ilan deixou os fãs preparados para receber The Used com os braços abertos.

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Já na primeira noite, Bert McCracken não conseguiu segurar a emoção de tocar na tão amada cidade dos anjos. Declarando logo de cara que os fãs iam se cansar de tantas vezes que ele iria repetir o quanto ele os amava e estava contente por estar ali, o cantor chegou até a soltar algumas lágrimas durante a performance “On My Own”. Bert declarou também sentir saudades da antiga cidade em que morou por tanto tempo, onde a energia dos fãs é sempre tão incrível.

Para a decoração do palco na primeira noite, a banda utilizou diversos manequins espalhados entre os instrumentos, alguns decapitados e até sem braços, com fitas adesivas no formato de um X marcando diversas partes dos corpos. Já na segunda, a banda fez um cenário em homenagem a capa de segundo disco, “In Love And Death”, e contou com o mesmo coração pendurado atrás da bateria, que piscava ao longo das músicas no ritmo de um coração de verdade. Nas duas noites, Bert utilizou de um hijab (lenço islâmico) amarrado no pedestal de seu microfone em solidariedade as vítimas dos recentes confrontos no Paquistão.

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Nos pequeno intervalos entre uma música e outra, Bert fez questão de interagir com o público em todos os momentos. Contou sobre o fato de estar sóbrio por quatro anos, e também sobre as overdoses de remédios controlados que sofreu ao longo dos anos. Nas duas noites, ele fez o mesmo pedido para os fãs “sintam-se a vontade para guardar seus celulares no bolso e guardar memórias de verdades,” crítica que Jeph também fez na última entrevista para a NM, comentando como os fãs perdem muito tempo mais preocupados no que vão postar em suas redes sociais do que no que estão vivendo no momento.

Bert declarou que a letra de “Blue And Yellow”, uma de suas favoritas – que fala sobre o poder da música sobre as pessoas – é hoje muito mais importante para ele do que foi no passado. Mas a música que mais rendeu comentários foi na segunda noite, “All That I’ve Got”. A letra foi escrita em homenagem ao cãozinho Bowie, melhor amigo e fiel companheiro do cantor, o qual também foi sua primeira experiência lidando com a morte. Pouco tempo depois dele falecer, Bert também perdeu uma ex-namorada, a qual tinha sido muito importante em sua vida – foi com ela que ele experimentou muitas “primeiras vezes”, como fumar um cigarro e perder a virgindade. Ele contou que o álbum acabou se tornando sobre a morte por conta desses acontecimentos, e que é um dos CDs mais importantes de sua vida até hoje, além de ter salvado a vida de tantos fãs. No final da música, ele a declarou aos ídolos David Bowie e Prince, lamentando a perda de dois talentos tão importantes para o mundo da música.

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Ao meio de piadas sobre drogas e sexo, a banda também fez um pequeno cover de “Stand By Me”, o qual foi muito bem recebido pelos fãs. Bert comentou que a primeiro momento ele não estava nada empolgado em fazer a turnê de comemoração, e que pensou até em cancela-la. Porém, no meio de tanta alegria, ele confessou que jamais se arrependeria dela, pois a mesma se tornou uma das turnês mais mágicas de sua vida. Ele disse também que não vê a hora de poder dividir com os fãs as novas músicas que eles estão criando, e que também está muito empolgado para os próximos 15 anos da banda.

A energia do grupo e sua conexão com o público foi tão grande nas duas noites que claramente deixou os fãs com um gostinho de quero mais ao sair da casa shows. Foi possível reconhecer diversos rostos presentes nas duas noites, e era claro que as pessoas presentes eram realmente todas muito fãs – não tinha uma pessoa que não estava cantando junto com Bert em todos os momentos.

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Como Jeph disse em nossa última entrevista, bora torcer para eles conseguirem mesmo trazer a turnê pro Brasil, pois as duas noites certamente se tornaram inesquecíveis para todos os presentes.

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Avatar de Veronica Stodolnik
Veronica Stodolnik: Paulista que mora nos Estados Unidos desde 2011, e colabora no Nação da Música com entrevistas e cobertura de eventos internacionais. Amante de música e literatura, atualmente cursa um mestrado de comunicações, não vive sem seu PS4 e assiste muitas séries de TV nas horas vagas.