Resenha: “Revival” – Eminem (2017)

Eminem

“Revival”, o nono álbum do Eminem, era extremamente aguardado tanto pelos fãs quanto pela crítica. Sem lançar um disco de estúdio desde 2013, o mais novo trabalho veio com uma mistura de estilos, um excesso de parcerias, mas com o bom rap que já conhecemos.

O álbum inicia com “Walk on Water”, música feita em parceria com Beyoncé e o primeiro single já lançado. Com um piano ao fundo, o ritmo da canção é um pouco mais lento, inclusive nas partes cantadas por Eminem. Há uma entrega grande de ambos os artistas. O rapper fala sobre falta de confiança e não alcançar as expectativas que criam. Beyoncé complementa dizendo que é apenas um humano e que tem medo de decepcionar.

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O trecho final da faixa que é extremamente curto (5 segundos) funciona como uma introdução para o rap que vai começar no álbum. Entra uma batida de hip hop, com o rapper relembrando sua trajetória e citando “Stan”, um sucesso do “The Marshall Mathers”, de 2000.

Nas duas que vem na sequência, “Believe” e “Chloraspetic”, Eminem já mostra mais o rap que o consagrou. Com uma batida intensa, ele fala um pouco de sua carreira, conquistas e responde a críticas de haters. A segunda ainda conta com a participação de Phresher, que se encaixa muito bem no refrão e pós-refrão.

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Criticado pela falta de rap social, “Untouchable” vem justamente para cumprir esse papel e bate num tema importante. A morte de negros pela polícia americana é um assunto recorrente nos Estados Unidos e que desencadeou o “Black Lives Matters”, movimento contra o racismo da corporação. A letra é consistente e fala a respeito do modo em que brancos e negros são tratados pela polícia e até a segregação criada pelo próprio Estado. Enquanto os versos são sobre a dificuldade do negro no país, o refrão é sobre como os brancos são intocáveis pela polícia.

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“River”, claramente, aparece para ser single, com Eminem apostando no formato já conhecido misturando o rap com o pop. Quem faz a parceria nessa é Ed Sheeran, que passou 2017 figurando no topo das paradas, então podemos esperar que o single vá fazer sucesso também. Tratando sobre um relacionamento e traição, e com um refrão que fica na cabeça, a música é boa, mas não apresenta nada muito diferente do que foi feito em 2010 quando o rapper lançou “Love The Way You Lie” com Rihanna.

Já “Remind Me”, que vem depois, é separada em duas partes no álbum: uma breve introdução e então a música mesmo. O diferencial dela é o sample de “I Love Rock and Roll” da Joan Jett; a faixa já inicia com o famoso rife e, no refrão, o rapper mistura com o refrão da cantora. Apesar disso, a faixa não apresenta nada muito além e fica ofuscada no meio do disco.

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“Revival” com 50 segundos, cantada por Alice e Glass Lake, entra logo depois precedendo a faixa “Like Home”. Essa, em parceria com Alicia Keys, é, apesar da mistura com o pop, uma crítica política forte. Eminem, sem citar o nome de Donald Trump, critica o presidente americano. O rapper o compara com Hitler, diz que ele apenas repete o que é dito pela emissora republicana Fox News, relembra o caso dos transgêneros no exército e o de Charlottesville. Apesar de aparecer apenas no refrão, Alicia Keys encaixa muito bem na música, trazendo um pouco mais de melodia.

Em mais uma colaboração, dessa vez com X Ambassadors, “Bad Husband” fala um pouco da vida pessoal do rapper, citando as agressões à ex-esposa Kim. A música também é mais devagar, até pela história da letra. O vocal de Sam Harris no refrão dá um toque especial à faixa e é mais um acerto.

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Apesar de não parecer ter força para ser single, até pela quantidade de parcerias no álbum, “Tragic Endings” repete a fórmula do pop com rap numa música sobre relacionamento. Skylar Grey, que já trabalhou outras vezes com Eminem, é quem canta a introdução e os refrãos. O que deixa a desejar é a voz da cantora não ser tão explorada no refrão como é no início da faixa, mas ainda assim é bem cativante. Não fosse o tanto de participações, ela teria um destaque maior.

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O ponto fora da curva no disco é “Framed”. A música não tem o mesmo estilo de batida das outras e ainda traz nela um ritmo que repete durante os 4 minutos. A escolha de fazer o refrão chega a ser um pouco arrastado, estendendo as palavras “Framed”, “Explain” e “Entertain”, o que deixa a música mais incômoda.

Em outra colaboração, “Nowhere Fast”, com Kehlani, aborda os temas de ataques terroristas e guerras que acontecem. Como referência, o rap ainda fala da Coreia do Norte e Kim Jong Un. Kehlani, no refrão, canta das cinzas que caem do céu e toda a juventude que é desperdiçada. A música ainda conta com o diferencial de um violino na batida, que reflete bem o tom do que é dito na letra.

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“Heat” também mistura, na batida, o som do hip hop com uma guitarra de rock, o que dá uma cara diferente para a música, deixa um pouco mais agitada. O refrão é bem curto, mas bem elaborado, pois fica bem na cabeça. No restante, a letra é mais uma de apelo sexual e com uma objetificação feminina, inclusive, citando e concordando com uma frase de Donald Trump “grab you by the (pussy)”. São nessas faixas que é possível ver que o rapper, apesar de estar com 45 anos, ainda guarda traços do rapaz de 25 que escreveu o Slim Shady.

“Offended” poderia ser apenas mais uma música no meio de tantas que estão em “Revival”, mas é a rapidez em que Eminem canta que impressiona. Um dos motivos da fama do rapper é justamente a velocidade, mas nessa faixa esse aspecto se destaca em especial. No terceiro verso, logo antes de entrar o refrão, é a parte que mais impressiona.

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Ao contrário das outras colaborações do álbum, em “Need Me” o destaque dado à Pink é bem grande. Os primeiros dois minutos são exclusivos da cantora, o rapper entra apenas na metade da música, e Pink ainda volta para cantar o refrão no final. O estilo foge um pouco do comum, mas agrada. Ao contrário da parceria que os dois fizeram em “Won’t Back Down”, em 2010, a musicalidade de Pink é bem explorada.

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Em mais uma utilização de sample, “In Your Head” usa “Zombie”, da banda The Cranberries, nos refrãos. Assim como em “Remind Me”, esse é o grande destaque da faixa. A letra é do padrão Eminem, falando mais de si mesmo, de seus antigos trabalhos e trajetória.

Se a ideia era deixar o melhor para o final, o rapper acertou em cheio. “Castle” e “Arose” são faixas muito boas que tratam de dramas familiares. A primeira é completamente focada em sua filha e funciona como um pedido de perdão, já a segunda é sobre uma situação hipotética em que o rapper morreria de overdose e, então, fala de suas filhas e seu irmão Nathan.

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Como era de se esperar de um disco desse tamanho, ele apresenta bons e maus momentos. As faixas com questões políticas servirão para dar um destaque maior na mídia, principalmente no momento em que os Estados Unidos vivem. Já as colaborações com artistas pop ajudam a expandir o mercado do Eminem, como ele tem feito, principalmente, desde 2010 com “Recovery”. Não seria justo exigir a mesma qualidade em todas as 19 faixas, no geral é um bom álbum e não fica atrás dos últimos que o cantor lançou.

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RESUMO DA RESENHA
"Revival" - Eminem
resenha-revival-eminemEminem traz no novo álbum uma mistura de parcerias, críticas políticas contundentes, mas sem abandonar o estilo que o consagrou. "Revival" passa por altos e baixos, mas é mais um bom álbum feito pelo rapper.