Confira entrevista com Chuck Hipolitho, do Vespas Mandarinas

As Vespas Mandarinas não são uma banda indie, também não são uma banda punk ou hardcore, assim como não se apropriam indevidamente do samba ou da MPB. As Vespas Mandarinas são uma banda original de rock nacional hoje e de agora em diante“, é assim que o Vespas Mandarinas se define em seu site oficial. Uma definição que combina perfeitamente com a sonoridade proposta pela banda que lançou seu mais recente álbum, “Animal Nacional“, em 2013.

O Nação da Música bateu um papo com o vocalista e guitarrista Chuck Hipolitho, que nos contou alguns detalhes do processo criativo das Vespas entre outros papos musicais. Confira!

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Nação da Música: Após o lançamento dos EPs “Sasha Grey” e “Da Doo Ron Ron” como que foi o trabalho da banda na produção do seu primeiro long play? Como vocês avaliam o trabalho do produtor Rafael Ramos em “Animal Nacional”? Como foi pra você Chuck, que também trabalha como produtor, poder dividir experiências com ele neste novo lançamento do Vespas Mandarinas?

Chuck Hipolitho: Foi de imersão. Tentamos nos livrar de alguns conceitos para dar lugar a outros, boa parte deles foi intervenção do próprio Rafael. Deixamos ele trabalhar com toda liberdade, porque era isso que queríamos. Avalio o trampo dele como exemplar, ele mergulha de cabeça nos projetos, leva cada detalhe muito a sério. Como produtor eu aprendi muito com ele com todo o processo.

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Nação da Música: Em “Animal Nacional” temos a participação de Arnaldo Antunes na composição da música “A Prova”, conte-nos como isso aconteceu? O Arnaldo é personagem importante na história do rock nacional. Como foi pra vocês, que com certeza são fãs de Titãs e dizem ter o rock nacional dos anos 80 no DNA da banda, ter este tipo de apoio em um novo projeto?

Chuck Hipolitho: Precisávamos de uma letra para a música, praticamente na última hora enviei um e-mail para ele convidando e ele topou, inacreditável. Em poucos dias veio a letra. É um prazer muito grande poder ter em nosso trabalho um pouco da energia que ele traz. Os Titãs, assim como outros artistas, são muito relacionados aos anos 80, mas em todas as décadas produziram coisas muito boas. Acho que a música deles é atemporal quanto aos temas, interpretação e poesia. Só o Arnaldo topar escrever a letra já é um incentivo muito grande para continuar em frente.

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Nação da Música: O disco conta com uma “versão” da canção “Ya No Se Que Hacer Conmigo”, dos uruguaios do El Cuarteto De Nos. Além do rock oitentista quais foram as influências que cada um trouxe para a sonoridade de “Animal Nacional”?

Chuck Hipolitho: Música pop em geral. Durante todo o processo de gravação ouvimos muita coisa… ia de sertanejo a bandas como Happy Mondays. Um leque muito grande de inspirações e referências. Tem bastante 90 ali também… acho que qualquer rock nacional que tenha um apelo popular e radiofônico vai soar anos 80, porque foi nessa época que o próprio colheu muitos frutos. Acho que era por causa da beleza das letras e melodias, fossem de protesto ou de amor. Achamos um elogio muito grande que nos identifiquem com o rock 80, mas nós não restringimos nosso amor a música apenas a essa década.

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Nação da Música: Na apresentação dos integrantes em seu site oficial a banda destrincha um pouco da origem de cada um. De um lado Chuck e Thadeu com suas guitarras originárias da simplicidade e energia do rock. Do outro temos André Dea e Flavio Guarnieri fazendo a cozinha hardcore.  Como que essa fusão de estilos contribuiu para a sonoridade do Vespas Mandarinas? Durante o processo de criação houve alguma incompatibilidade entre as diferentes crenças musicais?

Chuck Hipolitho: Os diferentes podem se encaixar a favor de um resultado. Se teve algo que foi incompatível ou não funcionou foi eliminado na gravação, estávamos a procura do que funcionava. Mesmo assim ainda estamos nos conhecendo. Somos muito mais diferentes um do outro do que parecidos, e isso é muito bom para a banda.

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Nação da Música: Todos os membros da banda trazem as suas próprias bagagens musicais e experiências. Como que vocês avaliam o cenário musical atual, aonde o Vespas Mandarinas vem se inserindo de forma tão consistente? Quais as diferenças que vocês encontram entre agora e os momentos que já viveram em suas carreiras?

Chuck Hipolitho: Miramos no popular, queremos chegar nas periferias, queremos tocar mais em rádios, queremos fazer shows cada vez mais acessíveis e nos aproximar cada vez mais de quem nos curte, além de chegar a outros ouvidos. Tudo isso, por incrível que pareça, é muito difícil. Precisamos de muito suor e trabalho com parceiros para que a coisa ande para a frente. Atualmente, acho que a maior dificuldade é conseguir tempo para se dedicar ao máximo à banda, pois todos ainda mantém 1, 2, 3 atividades paralelas para continuar trazendo leite para dentro de casa.

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Nação da Música: A banda está em turnê com “Animal Nacional”, passando por diversas cidades brasileiras. Deixe aqui um convite para os fãs de música, que ainda não conhecem o Vespas Mandarinas, irem conhecer um pouco da energia da banda ao vivo.

Chuck Hipolitho: Conheçam, se gostarem, divulguem. É assim que tudo começa. A maioria do nosso público em potencial ainda nem nos conhece. Isso é muito excitante. Quando souber que tem show aí perto, venham nos prestigiar e trocar uma ideia depois do show, gostamos muito desse contato.

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Avatar de Vicente Pardo
Vicente Pardo: Editor do Nação da Música desde 2012, formou-se em Jornalismo pela Universidade Federal de Pelotas em 2014. A música sempre foi sua paixão e não consegue viver sem ela. É viciado em procurar artistas novos e não consegue se manter ouvindo a mesma coisa por muito tempo. Também é um apaixonado por séries de TV e cultura pop.