Em entrevista exclusiva, CSS revela que quer convite para tocar no Brasil

A banda Cansei de Ser Sexy não vem até o Brasil, mas nós vamos até elas. Percorremos meio mundo e fomos encontrá-las em Sydney, na Austrália para uma entrevista exclusiva para o Nação da Música.

Entrevistadas antes de entrar no palco no festival Big Day Out, no último domingo, as meninas do CSS, (LUIZA SA, ANA RESENDE, CAROLINA PARRA e LOVEFOX) compartilharam com a gente em meio a boas risadas como foi o processo de criação do ultimo álbum, “Planta”, lançado em Junho de 2013, suas parcerias e inspirações.

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Elas também falaram sobre o sucesso no exterior, a angústia de não ter convites para tocar no Brasil e como é boa a convivência entre elas, que agora estão morando em Los Angeles, EUA.

Entrevista por: Gaia Vani / Duda Bahouth.

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NM: Vocês já estiveram aqui na Austrália outras vezes né? E como é o público australiano?
Ana: A gente vem pra cá desde 2007 todo ano. Já viemos umas 7 ou 8 vezes. Já participamos de outras edições do Big Day Out também.

Luiza: É ótimo, eh muito bom fazer turnê aqui, a gente adora!

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Lovefox: É o meu lugar preferido pra fazer tour, porque é sempre bem relaxado, com muitos amigos, sempre verão.

NM: No último ano vocês lançaram o álbum “Planta”, primeiro desde a saída do Adriano Cintra um dos principais compositores da banda. Como foi lidar com a produção do novo disco sem o Adriano? E quais foram as novidades e as dificuldades que esse disco trouxe para a banda?
Carolina: Foram várias primeiras vezes. A gente trabalhou com um produtor fora da banda, o David, o que foi muito legal. Foi bastante positivo pra gente.

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Ana: Foi a primeira vez que a gente produziu fora do Brasil

Luiza: O processo de escrever o disco e gravar o disco foi muito mais participativo, porque a gente mudou completamente o jeito como a gente fazia para se adaptar a nova realidade do set up da banda.

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Lovefox: A gente morou juntas por 8 meses em LA, morando e trabalhando. Gravamos lá no estúdio do David.  Estamos acostumadas a trabalhar juntas mas a gente nunca morou, então foi uma experiência nova. Que bom que deu tudo certo!

Carolina: A gente fazia muito karaokê e muito churrasco. Lá era bom demais.

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Ana: A gente ficou 8 meses lá,  porque era muito bom. E como não tinha nenhuma pressão pra terminar o disco a gente demorou pra caramba.

NM: Como voces mencionaram, o álbum foi produzido pelo David Sitek, que é membro da banda TV on The Radio, e já participou de vários outros grupos como o Yeah Yeah Yeahs, Liars, Foals, Celebration e até do Jane’s Addiction. Como é que surgiu a ideia dessa parceria e como foi trabalhar com ele?
Luiza: Foi ótimo! Ele viu um show que a gente fez na Inglaterra,  curtiu e entrou em contato com a gente. Nem sabíamos que ele estaria lá, era um evento privado e pequeno. Mas temos alguns amigos em comum e acho que foi assim que ele chegou até a gente.

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Lovefox: Ao mesmo tempo que estávamos procurando um produtor, ele já havia comentado com um pessoal que queria produzir com a gente. Então nosso empresário falou ‘Tem o Dave, vão conhecer ele porque eu acho que pode surgir uma coisa legal’.

Luiza: A gente ia fazer só uma musica e a partir disso virou um disco inteiro. Ficamos muito próximos.

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Carolina: Foi bem natural, a gente inclusive morou na casa dele um tempo, de tanto que a gente ficava indo la.

Ana: Viramos meio que uma família. Ficou uma coisa muito”‘lá em casa”, porque a gente ia pra lá trabalhar, mas ai alguém ia pra cozinha, e a gente jantava junto tipo família, todo mundo na mesa e ai começávamos a trabalhar. Depois do jantar,  íamos pra piscina…

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NM: Na faixa “Dynamite” que tem uma pegada mais pop punk, pode-se dizer assim, vocês tiveram a presença da baterista Hannah Blilie, do Gossip. Como que surgiu essa parceria?
Luiza: Foi a mesma coisa, a Hannah é amiga nossa e do Dave.

Carolina: O Gossip tava fazendo um show em LA e a gente precisava de uma bateria ao vivo para aquela música, então calhou super bem. Ela apareceu lá e gravamos.

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Ana: São as coisas incríveis que acontecem em Los Angeles. Porque tem muita gente desse meio que ta lá, de passagem ou permanente mesmo.

NM: Como surgiu a ideia de chamar o álbum de “Planta”?
Luiza: O dia que a gente tava fazendo a foto da capa, aquela forma estranha que a idealizamos pra capa, começamos a divagar sobre aquele formato meio planta, meio raiz. Foi um processo criativo, não teve muito pensamento por trás.

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Lovefox: A gente pensou em um monte de nomes, mas ai sempre ficava dividido, umas amavam e as outras odiavam. Mas o ‘Planta’ ganhou. E como a gente depois tem que dar varias entrevistas explicando, no fim das contas faz sentido.

NM: Já são 10 anos de estrada. O que dá para tirar de experiência ao longo de todos esses de banda?
Ana: Tem umas horas que a gente percebe a quanto tempo estamos nesse e vemos a experiência adquirida nesses 10 anos. A gente tem muito mais experiência que outras bandas. Digo não de uma maneira profissional, mais emocional mesmo.

Carolina: É porque a gente já fez todas essas coisas um milhão de vezes e é engraçado pensar que a gente já fez isso. Por exemplo, a gente foi pra Auckland antes de vir pra Sydney e eh a 6° vez que a gente faz shows por la. Então a gente já conhece a cidade.

Lovefox: Quando a gente volta pra algum lugar eu lembro de como foi primeira vez que a estivemos lá, e como agora tudo ficou mais tranquilo e mais fácil pela experiência.

Luiza: Mas tudo ainda é muito divertido.

NM: E o reconhecimento internacional de banda brasileira independente? O álbum “Planta” foi lançado primeiramente no Japão.
Ana: A gente definitivamente não estaria com a banda ainda se não fosse o reconhecimento internacional, porque no Brasil a gente quer muito tocar, mas não rola. Não tem proposta, não tem um produtor de show ligando pro nosso agente e nos convidando. E a gente faz show no mundo inteiro. Acabamos de tocar no Chile, Japão, Europa.

Carolina: Todas as bandas que estão aqui no festival já foram pra la, só a gente que não.

Luiza: O último show que a gente fez em SP foi a gente que organizou. Foram 24 músicas, o maior show que a gente já fez, fizemos pra galera mesmo.

Lovefox: A gente fez de um jeito que as pessoas pudessem comprar e ir. Não era 200 reais, porque agora qualquer show custa 200 reais. Mas a gente vem do hangar, a gente tocava na Rua Augusta, não vamos cobrar 200 reais pra um show. A gente faz parte daquilo.

Luiza: A gente tenta, a gente quer tocar no Brasil, mas é muito bom ter o reconhecimento internacional porque significa que a gente pode continuar com a banda.

Ana: É legal porque a gente conhece o mundo inteiro, o que era um sonho nosso desde pequenas, viajar o mundo. A gente nao tem do que reclamar. Estamos reclamando um pouco porque a gente gostaria de tocar no Brasil.

Luiza: As pessoas acham que não queremos ir, e não é assim. As pessoas pensam ‘elas fazem show no mundo inteiro, porque não no Brasil?’, mas é super complicado.

Carolina: A gente as vezes recebe uma proposta mas que não da nem pra cobrir os gastos, porque moramos fora, então tem esses gastos de transporte.

Ana: Esse show de SP nem foi lucrativo. A gente nem tem essa intenção de ganhar dinheiro tocando no Brasil porque a gente sabe que não vai rolar. É só não ficar no negativo né. Mas vamos ver… Ainda vai rolar!

Lovefox: Gente, chama a gente!!! (risos) Hashtag-chama-a-gente!

NM: O álbum Planta contou com algumas parcerias. Queremos saber quais vocês mais curtiram.
Ana: O disco a gente escreveu, mas umas 3 músicas tiveram pessoas de fora. O Dave produziu o disco, mas ele só se envolveu na composição de duas músicas, dessa e Too Hot.

Lovefox: A que ficou mais em evidência foi a com o Rancid, porque ele é de fora. Mas a participação mais bacana que a gente teve foi do Dave em Frankie (Goes to Hollywood). Ele tinha essa batida R&B da musica e ele ia dar pra um rapper que ele tava trabalhando, e dai ele mudou de ideia e resolveu dar pra gente pra ver o que ia rolar. Foi uma coisa super diferente, pra mim foi bem desconfortável no começo, porque eu queria fazer outra coisa, mas ele insistiu e falou pra eu tentar cantar mais, e eu me joguei. Hoje é uma das minhas músicas preferidas. Foi uma das nossas parcerias mais legais.

Carolina: Com ele a gente criou um relacionamento bem fácil de criação, então foi um processo bem tranquilo.

NM: No quarto disco de estúdio foi claramente influenciado por diversos estilos musicais desde R&B até reggae e punk. Como vocês explicam o uso dessas sonoridades? Onde vocês buscam as inspirações de vocês?
Ana: O É o Tchan inspirou a gente (risos)

Carolina: Somos uma mistura de Brasil com Egito.

Luiza: A gente gosta de tudo, crescemos ouvindo música de todos os estilo. E a gente não é focada em um estilo único, bom numa coisa só.

Lovefox: Não é consciente. A gente vai para caminhos meio exóticos.

Luiza: Ate porque tudo eh uma versao na nossa cabeca de algo que ja existe. Por exemplo, Frankie eh R&B mas eh a nossa versao do que eh R&B.

Lovefox: A gente tem umas influências aleatórias, tipo o Charme dos anos 90, Sampa Crew, o R&B de São Paulo, um rap meio romântico, meio mela cueca.

Ana: Que passa pelo nosso microondas, com nosso próprio filtro do Instagram. (risos)

NM: Por ultimo, a gente quer saber se vocês estão trabalhando em algum novo projeto, quais são os planos da banda para o futuro próximo.

Ana: A gente ta terminando o ciclo desse disco, ainda não pensamos ou idealizamos nenhum novo projeto.

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