Apesar da banda canadense Mother Mother já ter mencionado em outras entrevistas não sentir-se tão conhecida na América, mesmo com seus quase 20 anos de carreira, a apresentação feita nesta sexta-feira (24) no Palco Budweiser do Lollapalooza Brasil 2023 mostrou que tal impressão não se aplica ao Brasil.
Sob um cenário de final de tarde ensolarada, o grupo contagiou o público já nos primeiros segundos de “Verbatim”, que abriu o show com Molly Guldemond assumindo os vocais principais, para em seguida Jasmin Parkin se destacar com sua potência além do teclado em “O My Heart”. Tal alternância entre as duas artistas mostrou em menos de 10 minutos a sincronia da banda, que foi intensificada ainda pela interação entre os irmãos Ryan e Molly Guldemond, tanto em termos performáticos, quanto fraternos, como no caso do cover de “Creep”, do Radiohead, que já tinha sido antecipado no Lollapalooza Argentina.
Todo o fluxo entre os membros do Mother Mother contagiou o público desde o sentido mais familiar e de união por meio de músicas antigas, como “Body of Years” e “The Stand”, até o mais punk e agitado, como em “Back In School”, “Problems” (essa com o pedido de Ryan Guldemond de que todos extravasassem seus problemas, fazendo jus à letra da música) e “Sick of the Silence”.
Em meio ao ânimo do público, Ryan fez questão de reiterar a felicidade e gratidão do Mother Mother por finalmente poder estar tocando no Brasil, agradecendo não apenas a todos ali presentes, mas também à toda a produção do Lollapalooza Brasil que emprestou-lhe um violão (como ele acabou esquecendo o seu no hotel) para “Dirty Town”, dedicada a todos aqueles que sonham em tornar-se artistas.
Mesmo que muitas das músicas do Mother Mother falem sobre o sentimento de exclusão e alguns temas mais sombrios, como na clássica “Hayloft”, o rock alternativo dos canadenses somado a seu carisma, fez com que o público ali presente vivenciasse um dos shows mais descontraídos do Lolla.
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